quinta-feira, 2 de julho de 2020

O significado de Eva. Sofia. Lei de Ordenação


Acrescento alguns elementos da tradição que explicam as razões pelas quais a Evolução do Homem teve um curso anormal, de grande sofrimento desnecessário, a descoberta dos textos de Nag Hammadi que nos mostram como o ensino Judaico-Cristã está eivado de deformações.
Na relação entre Adão e Eva, Birger Pearson, investigador Americano, citado por Elaine Pagels ([i]), sugere muito que a Serpente é associada ao Instrutor: em Aramaico, serpente,”hewya” é ”instruir” -”hawa”. Serafim é traduzido por Serpente e está ligado a Geburah, a Sephira da Ordenação, Coluna da Instrução.
O nome Eva pode derivar de Hawah e Eva, além de tentar Adão para conhecer, ela mesma o instrui: «Após o dia de repouso (Pralaya), «Sophia» (Ciência), enviou Zoe (literalmente, «vida»), sua filha, chamada Eva, para instruir e elevar Adão...» «Quando Eva viu Adão prostrado, compadeceu-se dele e disse: “Adão vive! Levanta-te da terra!” Imediatamente a sua palavra se tornou acto. Pois Adão logo abriu os olhos ao levantar-se e, quando a viu, disse: “serás chamada «mãe dos vivos», pois me deste a vida”.» Os cristãos adulteraram a Bíblia, Gén. 1: «In principio creavit Eloim coelum et terram», «no princípio (Bereshit arca, sabedoria) as Eloim criaram o céu e a terra». As Elhoim são uma referência à Sabedoria do Conhecimento. Eva é a mulher com capacidade de salvar por Ciência, os imortais.
Outro ponto relaciona-se com o comportamento anormal do Homo, que rejeitou os seus Pais Divinos e a Ciência religiosa como referência. Diz o texto: «ele é cego (por causa do seu poder, da sua ignorância e (da sua) arrogância, disse, Eu sou Deus e não há (outro além de mim). Dizendo isso pecou (contra a unidade do Ser). E do alto, de além do domínio do poder absoluto, veio uma voz dizendo, Estás enganado, Samael, que quer dizer “deus dos cegos”.» Assim o Homo perdeu a clarividência a capacidade de ver e se deslocar nos outros Planos e a continuidade da consciência entre as vidas terrenas. A ruptura com os Mestres é caracterizada neste trecho: «Ele jactou-se...», e provocou a ruptura da Memória contínua.


[i]     Elaine Pagels. Os Evangelhos Gnósticos. Trad. Brasil. Ed. Cultrix

Sem comentários:

Enviar um comentário