sexta-feira, 22 de abril de 2011

2º RAIO: Amor-Sabedoria. Dever Ético

 “A característica do segundo raio é o amor, a positiva expressão e manifestação na conduta daquela sabedoria que por meio da simpatia percebe o estado de consciência dos demais e o tem em conta ao relacionar-se com eles.” Assim escreveu Ernest Wood, nos ensinamentos sobre os Sete Raios. ([i]) Separar o Amor da Sabedoria não é correcto, porque o Amor é a própria Sabedoria, não existem um sem o outro.
Cada um, sendo do mesmo Raio Divino pode ter uma Qualidade própria, mas não cometa o erro de pensar que não têm as outras. Não é legítimo fazer comparações entre ambos, antes compreender o que um e outro Mestre precisam de fazer Evoluir em nós e de resolver as nossas enormes carências e o modo como temos sido seduzidos e manipulados pelos nossos próprios defeitos estruturais. A vida de Buddha foi a primeira tentativa para alcançarmos a Libertação. No tempo de Cristo subimos mais um pouco, mas éramos fracos para tão grande esforço,
É o Aspecto de Deus Filho: amem e façam tudo com a Sabedoria do Pai do Céu. É o Assim na terra como no céu. Fazer da Terra o espelho das imagens divinas que são a Sabedoria. É a Qualidade Divina em nós, a melhor prova da existência de Deus. As Qualidades ensinadas do 2º Raio são: sabedoria, amor, intuição, educação, filantropia, generosidade, compaixão. É o grande doutrinador, o inspirador dos maiores ideais pela via da Qualidade do Ser ou Ética. É a expressão da Paidéia, educar para um objectivo Divino. Faz tudo por Amor e por Amor abre todas as portas.
Encontrar a solução mais compassiva entre todas as possíveis é uma característica dos seres do 2º Raio. No que às Qualidade concerne, o 2º Raio é a luz do Amor universal, da Sabedoria, do Discernimento, da Intuição ou experiência directa da Imagem Divina, a Bondade, a Simpatia. É o Filósofo pelo lado Ético (Filo), o Sábio, o Educador, o Reformador espiritual, o protector Omnipresente de todos os que caiem.

terça-feira, 19 de abril de 2011

1º RAIO: Vontade Divina. Dever de Manifestar

Há Sete Ciclos Históricos porque há Sete Forças Espirituais. O desenvolvido cumpre os Ciclos da Qualidade Espiritual e Divina. Deixa de ser o «eu quero», mas o Mestre que vive em mim quer. Procuro aliciar-vos a serem vós a descobrir os Ciclos por Ciência e Intuição; apenas exemplifico.
O 1º Raio é a ajuda a quem não pode exprimir a sua verdadeira identidade. Nunca é tão fácil a alguém ser aquilo que é, do que juntar-se a uma «presença» do 1º Raio. A minha Vontade e a Vontade Divina é a mesma, do mesmo Ser.
É um encanto ver as grandes potencialidades que cada um tem em si e não se manifestariam sem alguém do 1º Raio ao lado. Ele vale o que valer o grupo. As qualidades essenciais do Homo do 1º Raio são a Vontade, o Poder inerente a essa Vontade, a força psíquica, determinação, independência, dignidade que nas suas formas puras é majestática. Uma liderança é o garante de que algo vai chegar ao fim daquilo que se pretende alcançar, é apenas uma questão de tempo e encontrar o grupo, as pessoas experientes do Desígnio, Télos, se a formação for pela Paidéia do Mestre.
Uma pessoa do 1º Raio, quando a situação é maligna e confusa, tende a usar a força e os seus aspectos destrutivos podem tornar-se arrasadores na remoção dos obstáculos que impedem uma determinada Obra. Qualquer fraqueza não é tolerada mas as expressões da Vontade Divina podem manifestar-se de muitos modos na alma colectiva.
“O Homem do primeiro Raio exerce uma grande pressão mental e física sobre si mesmo e sobre os outros e, quando necessário, transpõe e destrói rudemente todas as barreiras e obstáculos. Como instrutor, ele acentua a confiança própria tanto na obtenção de um conhecimento como na de um meio de vida. É convincente ao incutir as verdades que devem ser ensinadas e deixa os discípulos à vontade, tanto quanto possível”, diz Geoffrey Hodson.  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Reencarnação

CONTRIBUTO PARA UMA NOVA CULTURA

PERANTE A DERROCADA DAS RELIGIÕES OCIDENTAIS


Há uma Nova Luz no mundo que levará a uma Nova Cultura e esta a um Novo Homem ou simplesmente ao Homem verdadeiro. Com o aparecimento da Religião-Ciência (Teosofia), que deve ser entendida, como os dois pólos em acção de uma palavra trinitária correspondente às Três Supremas da Árvore da Vida a que os Cristãos chamam as Três «Pessoas» da Santíssimas Trindade, distintas e uma só verdadeira, e representadas na evolução do Homem pelas Três Cognições. Entende-se que o Pai (1º Aspecto) é o Eterno e está para lá da Manifestação que é polar.

A Religião-Ciência, sintetizada pelos Mestres no último quartel do século passado, a partir das referências preservadas na Tradição dos povos e ensinada em todas as épocas pelos Instrutores que assistem à Humanidade, corresponde aos dois pilares da Árvore da Vida, aos dois pólos da Evolução do Homem e dá-nos a vivência do progresso a alcançar. Levam à passagem de homem potencial, temporal ou natural, a Homem verdadeiro, que é o Homem Espiritual feito de Substância Crística. São dois aspectos ou pólos distintos mas um só verdadeiro; eles são inseparáveis. Isso significa que a religião que estamos a fazer e a Ciência que ensinamos nas universidades são ambas ilegítimas ao separarem o que é inseparável: o Bem e a Lei.

Difundir um Saber Justo à medida das necessidades e capacidades desenvolvidas pelo homem médio, para o dotar dos marcos ou faróis necessários para que ele veja claramente o caminho a percorrer por si-mesmo, é o objectivo deste estudo, onde procuraremos responder às seguintes dúvidas:

Será o homem redutível a um corpo físico que produz todas as qualidades humanas, as quais se extinguem de vez quando o corpo morre?

R. O Homem é vivo em três Mundos do Ser, logo três níveis de Consciência diferentes mas sequenciais, cuja ligação é activada de baixo para cima. O homem físico que é o corpo mais baixo da Personalidade é um elemento dohomem temporal ou natural. Ele é o produto de seis Reinos evolutivos que está a evoluir no 7º Reino, findo o qual será um Ser Espiritual, em suma, finalmente - Homem. Mais tarde será também um Ser Divino e por isso se diz que no homem ‘Deus vem à escola’. O homem temporal ainda não é o verdadeiro homem e para recordar a sua estrutura é chamado o Quaternário inferior, por ter quatro elementos: 1. Físico, 2. Prana ou Vitalidade, 3. Duplo Astral e 4. Kama-Manas (Emoção-pensamento).

É a alma uma mera «secreção» do corpo que apenas dura uma vida, ou como dizem os Mestres é exactamente o contrário – o corpo é uma «secreção» ou «geração» da alma e dura tantos milhares e milhares de vidas até alcançar a sua perfeição evolutiva?

R. O processo de manifestação do Homem total é algo que começa de cima para baixo e de baixo para cima, indo os dois processos ao encontro um do outro. O homem temporal que começa de baixo para cima é processado por via da Natureza que o traz à manifestação através dos Sete Reinos. Quando chega ao estádio de alcançar a sua humanidade há que estabelecer uma ligação. Assim, os dois processos parecem evoluir a partir do meio, em cima o homem espiritual e, em baixo, o homem temporal que começa por ser formado no Éden (Kama-Manas) até fazer a ligação entre os dois níveis, o que aconteceu no período Cretáceo da Era Secundária, quando foi gerado em baixo com corpo físico. A geração em baixo, determinou que ele pudesse completar-se, potencialmente, em cima.

Se o homem não é redutível ao corpo, haverá algo de permanente e contínuo? Qual o seu destino depois da morte? Inferno? Céu? Prémio-castigo ou efeitos de Lei?

R. Como se disse, a Evolução processa-se por um movimento alternante (de pêndulo) entre dois Mundos, o temporal, mortal ou perecível em baixo; e o espiritual ou imperecível em cima. Enquanto o homem subdesenvolvido em baixo não conseguir ter qualidade humana, quando oscila para o lado do Mundo Espiritual, para o imperecível, muitas vezes perde a consciência ou a tem muito fraca por não ter Substância humana nos seus veículos ou ter pouca, insuficiente para ser consciente.

Admitindo que o número de coisas erradas feitas pelo Homem é muito superior à sua fraternidade, compaixão, tolerância, estaremos todos condenados? Existimos para fazer coisas? ou as coisas servem para evoluir.

R. Sendo a Evolução um processo de experiência e organização estrutural da Substância só é possível desenvolver as qualidades humanas quando subir todos os degraus até chegar ao ponto onde começa a ter vibrações que põem em movimento a matéria espiritual ou Crística. A este corpo de substância Crística que o Homem tem no mundo Espiritual chamam o Eu Superior imperecível e que na simbologia Cristã corresponde ao «Senhor» aquele que nos pode perdoar os pecados (‘perdoai-nos Senhor {eu superior} as nossas faltas assim como nós {personalidades} perdoamos’). Os Ciclos de vida e morte quando nos obrigam a descer ou ‘nascer’ tomam a forma mortal ou perecível e quando morremos, vão para a forma imortal ou imperecível a verdadeira Alma Humana, o Filho do Homem (Buddhi-Manas ou em linguagem vulgar – intuição-pensamento).

Poderemos nós ser salvos a troco de umas rezas e oferendas a Deus, ou por sacrifícios materiais? Ou salvos pela intervenção de uma Igreja? Salvos pela Graça de Deus ou por sermos eleitos sem termos feito nada - espiritualmente - para isso? Não será substituir religião por negócio de seita? Nascemos nós já predestinados para ser salvos ou condenados?

R. Se evoluímos, temos em nós dois níveis, o imperecível ou contínuo ao longo de toda a evolução e o perecível ou mortal, o caduco. A Evolução dura enquanto a Substância dos corpos não for capaz de preservar a memória contínua, caso em que o homem natural se torna um imortal. O homem é predestinado pelo Divino a ser um elemento específico, um elo do Plano Cósmico, por um lado, e é predestinado pelo seu próprio passado – pelo modo como geriu as forças postas às sua disposição. Em ambos os casos, o que há-de ser e o que foi continuam vivos, influentes e ambos podem ser modificados para que seja alcançado o resultado Divino, final. Esse resultado é imutável. Como o passado e o futuro estão vivos no inconsciente, a consciência do homem é infinita e têm em si poderes cósmicos tão poderosos que as suas modificações mudam toda a vida no Cosmos. Não vivemos separados e o modo como vivemos alteras toda a vida. Se queremos que o Universo seja diferente por estar a ser demasiado punitivo para toda a vida somos nós que temos de o viver diferente.

A diferença entre o homem médio e os Grandes Seres - Buddha, Cristo, Pitágoras, Jesus, Apolónio de Tiana, etc., ou grandes cientistas, artistas ou homens de acção: Newton, Francisco Bacon, Einstein, Miguel Angelo, Beethoven, Helena Blavatsky, Annie Besant, Gandhi, Francisco de Assis, etc., é gigantesca. Como se explica tamanho fosso de qualidades essenciais inatas sem aceitar a preexistência? Não dependem as diferenças físicas dohabitante do corpo?

R. Se a Evolução depende do sucessos de milhares de milhares de vidas cada um tem um diferente equilíbrio entre aquilo que despertou e está vivo no passado e aquilo que vai ser e está vivo no futuro. Só o princípio e o fim podem ser conhecidos pois esses são Eternos mas entre estes dois pontos tudo está em incessante movimento e em equilíbrio até ser achado o objectivo. O Homem é um arco entre o início e o fim fixos. O modo como esse arco vibra na sua totalidade depende do modo como ele decide percorre-lo em cada momento, interferindo ao mesmo tempo no lado do princípio e no lado do fim e tem de conhecer ambos.

O que é que evolui: a Substância dos veículos em todos os Planos ou o Ser que os habita? Se for a Substância dos corpos porque é que ela é inteligente e decide por si-mesma? Quem decide? Serão os dois pólos da Manifestação ambos vivos e inteligentes?

R. O Ser é Eterno e, portanto, não evolui. Para evoluir o ser polarizou-se em Consciência e Matéria, ou Sujeito e Substância, pólo Masculino e pólo Feminino, pólo da Lei e pólo da Qualidade ou Ética do Ser, pólo da Sabedoria da Ciência (Lei, Sofia) e pólo da Sabedoria Ética (Religião, Teo). Há dois Filos (origens) de Seres em Evolução, do lado da consciência - o Filo humano -, e do lado da substância - o Filo dos anjos ou devas. Quando se diz que os Anjos são ‘intermediários’ de Deus significa também (entre outras coisas) que eles são o meio inteligente pelo qual o lado consciência se pode revelar.

A nossa salvação não é atingível numa vida, pois em comportamento ficamos muito distantes daquilo que os Instrutores Religiosos representam (testemunham, dão fé) em termos evolutivos. Para que serve a Evolução reconhecida pela Ciência, se não é para aprendermos a fazer aquilo que hoje não sabemos? Pensamos criacionista? Ou, definitivamente, pensamos a verdade que é a Evolução de tudo o que é manifestado.

R. Se a Evolução é desenvolver o Homem natural ou temporal até ser Homem Espiritual e daí iniciar outra Evolução (sobrenatural) até ser Divino temos um Caminho imenso a percorrer.O modo como os seres se manifestam foi ensinada em quatro tempos e Planos: das imagens, no Plano Búdico, da criação, no Plano Mental, da formação no Plano Astral, plano de luz ou Éden, da geração no Plano Físico. Assim foi ensinado. Por isso, a Evolução que os Mestres ensinaram, sempre do mesmo modo, através das religiões (Hinduísmo, Buddhismo, tradição Judaico-Cristã, etc.) e sistemas espirituais (Cabala, Hermetismo, etc.) nada tem a ver com a Evolução darwinista.

Que utilidade teria para a Vida a Evolução, que significa - um progresso constante através do aperfeiçoamento das formas para revelar a consciência - se houvesse uma só vida sem hipótese de evoluir?

R. Negar a reencarnação, ressurreição, renascimento (seja o que quiserem, pois a realidade é o que é e não o que cada um fantasia) é negar a Evolução que ficou cientificamente comprovada. Acreditar não o ajuda muito porque não tem experiência e é uma atitude de arrogância pois está viciado a impor aos outros as suas crenças e de orgulho pois se considera superior aos outros por ser crente em algo que um certo grupo determinou que fosse a única verdade e, em regra, é um grande erro. Se o certo e o bom são sempre superiores a tudo o que não é certo nem bom e essa força de orientação para o certo e bom existe em todo o ser humano, de modo activo, é desastrosa quando aquilo que cada um entende como certo e bom é errado e mau. A força é reorientada e leva o ser à autodestruição em vez de o levar ao seu Dever ou fim último que é a divinização do ser manifestado. Não é por aceitar ou não aceitar a reencarnação que haverá uma grande diferença. Porém, se pelo facto de não a aceitar houver uma destruição ou perda de confiança dos valores de Ciência e Ética e perda de objectivo da vida, é mau; ou se por não a aceitar for um inquisidor e um malfeitor da vida dos outros, está metido em grandes sarilhos e provavelmente, chegará ao seu próprio extermínio. O sofrimento por que todos nós passamos não deve ser dissociado do sistema de crenças. Se estamos assim como estamos é porque os sistemas de crenças estão errados e são mau. Desde que a Era Científica progrediu, quando algo está mal procuramos por via da investigação de factos exactos o que pode ser o certo e o bom, ambos, e nunca um separado do outro.

As doutrinas religiosas ocidentais serão compatíveis com o conhecimento inato inconsciente, de que existimos para um constante aperfeiçoamento? Seremos livres ou condicionados pelos corpos ao decidir?

R. Se as doutrinas religiosas forem deformadas por má compreensão e por separatismo, sistemas de crenças em vez de diferentes escolas de Religião-Ciência, nunca podem ter uma compreensão exacta da Verdade (e são à partida uma condenação da Verdade pois cada uma se isola das outras para reivindicar o desejo de ser a única Verdade). A Verdade não pertence a ninguém. A Verdade é. Ninguém pode considerar que detém a verdade salvo se for capaz de justificar que aquilo que diz é universalmente verdadeiro. Admitindo que os Mestres são cientistas perfeitos que falam da sua própria experiência, sem erros, e deram uma Instrução universal a todos os povos, em todos os tempos, todas as religiões que tiverem verdades diferentes do universal religioso não são verdade e às vezes nem sequer são religião. Afinal, tudo começa pela investigação universal da Ciência-Religião ensinada pelos Mestres. No último quartel do séc. XIX, os Mestres fizeram uma síntese do ensino universal ensinado em todos os tempos e passámos a poder estudar a Religião-Ciência (Teosofia).

A Reencarnação é ensinada pelas grandes Religiões do Oriente e por todas as correntes esotéricas das Religiões do Ocidente: Misticismo Cristão, Teósofos ou Neoplatónicos, Priscilianistas, Maniqueístas, Cátaros, Alquimistas, Hermetistas, Templários, Maçonaria esotérica; Sufis do Islão; Cabalistas do Judaísmo. Quais as razões desse ensino ser considerado herético? Por que se sentem lesados por isso? O que querem obscurecer?

R. Enquanto não for instituída a Religião-Ciência e os religiosos de todas as religiões forem sensibilizados a estudar não só os textos da sua religião mas o «universal religioso» como Sabedoria da Ciência ou Sofia, não é possível falar Religião como Ciência. Assim como está a ser terrível a experiência de Ciência sem valores Éticos correspondentes, é destrutiva a existência de valores Éticos ou Religiosos não fundamentados em Sofia, Sabedoria da Ciência.

Se nas culturas dos povos arcaicos existe um conhecimento pleno das suas relações com os antepassados que continuam a dirigir, do outro lado, a vida das suas tribos, por que se ignorou um conhecimento universal dos povos? Todos são ignorantes, excepto os Ocidentais, os eleitos?

R. Depois de ser reconhecida a Religião-Ciência e a necessidade de investigar simultaneamente os dois pólos da Manifestação, pois não há um sem o outro e são indissociáveis, será possível avalizar tudo à luz dos dados comprovados da Religião-Ciência e fazer uma nova Psicologia, Etnologia, Antropologia, Biologia, Medicina, etc. Então, ‘a cultura inculta’ que todos detestam, aquela onde vivemos, poderá ser substituída pela primeira cultura plenamente humana.

Nas culturas antigas, nomeadamente a Egípcia, Pérsica e Grega, a Reencarnação era conhecida, pelo menos pelas classes superiores. Por que foram perseguidas e destruídas, com crueldade, essas culturas? Por que queimaram e extinguiram os Cristãos todos os sinais da tradição religiosa antiga, onde estes ensinamentos eram transmitidos, produzindo o vazio de um genocídio cultural? Para quê a destruição maciça de símbolos, bibliotecas, templos...? O que temiam? Porquê o ódio à Verdade?

R. O homem ocidental tem um grande problema a resolver a que podíamos chamar ‘a doença Atlante’. Uma enorme massa de Personalidades tomou a iniciativa de viver por si mesma e para si mesma repudiando a assistência dos Mestres, o ensino dos Mestres e a presença dos Mestres. Foi uma civilização ditatorial a nível cósmico, medonha, que teve como consequência crises repetidas com extinção de quase toda a vida na Terra que teve de recomeçar de novo. O dramático do último dilúvio de Platão, o afundamento da Ilha Poseidónis, no Atlântico Norte, de que restam apenas vestígios como as ilhas dos Açores, foi um dos grandes dilúvios da Era Quaternária. Essas grandes moles de personalidades que resolveram viver para si-mesmo, perderam todo o seu poder porque este lhes foi cortado. Os sobreviventes dessa ditadura existem e estão muito activos na actualidade e o fim será sempre o mesmo, a autodestruição. As religiões do Ocidente são vítimas dessas influências e, portanto, têm um grande poder para salvar e para condenar, depende do lado que escolherem.

Poder-se-á gerar um Novo Homem, não-condicionado por hábitos do passado, mudando o exterior, sem transfigurar antes o homem?

R. A ‘cultura inculta’ e a incapacidade de valorizar os dados da Física Moderna à luz da Religião-Ciência onde todas estas chamadas grandes descobertas estão descobertas há milénios sem conta e estão descritas na Síntese feita pelo Mestres no último quartel do séc. XIX, o modo como se deformam certos factos científicos para os adoptar a uma visão materialista do Cosmos ou se ignoram aqueles que não convém às teses académicas oficiais, mostra a necessidade urgente de pôr em causa a própria definição de Ciência e dos métodos de investigação exacta porque partem de um homem patológico, afectado pela ‘doença Atlante’ que bloqueou a sua evolução. A ajuda das culturas Orientais e o esforço para as isolar da «contaminação Ocidental» exportada pelas Descobertas marítimas e pela colonização político-religiosa é o modo mais prático de resolver essa dificuldade civilizacional. Como é óbvio, também as culturas orientais estão degradadas pelas crenças dos seus povos e comportamentos que nada têm a ver com as suas verdadeiras origens de Religião-Ciência. Portanto, a ajuda tem de ser mútua e em ambos os lados e tem de ser feita uma pela outra ou uma com a outra.

O termo Reencarnação implica a repetição de experiências? O que Reencarna? Só o homem físico denso? Ou é um Quaternário? Será cientificamente correcto definir o homem como corpo e alma? Ou esta divisão é arbitrária e simplista? Por quê preferir retórica passional à experiência?

R. O homem físico não reencarna. Quando morre, morre o corpo, o duplo astral do corpo e muito mais tarde morre a própria alma natural. Portanto, dizer que reencarna é um étimo ilusório se não compreender que o que reencarna é apenas a sua Substância. A Substância não é o Ser. O que é que reencarna? A Substância das coisas boas e más que fizermos? Ao cessarmos de produzirmos novas causas e só o podemos fazer quando tivermos uma experiência muito avançada da Substância e dos poderes da Substância, cessa a necessidade de reencarnar. É o conceito de Skhanda do Buddhismo que significa grupos de atributos. ‘Cada vibração que produzimos é umSkhanda’. Quando os Buddhistas dizem que o homem não reencarna mas as suas acções boas e más é que reencarnam estão a chamar a atenção para um facto fundamental – não é o Ser que evolui mas a Substância dos veículos do Ser isso é que evolui.

Pode o homem ter uma vida sã - de valores - na ignorância total do seu destino, ou na substituição da realidade por crenças insensatas?

R. Como foi demonstrado pela análise da vida na Era Pré-Científica, quando se fazem coisas sem a Sabedoria do Conhecimento que deve ser complementada pela Sabedoria Ética os comportamentos erróneos e maus dominam. A Religião-Ciência é o modo de completar o desenvolvimento da mente científica ou objectiva que vai substituir a mente subjectivista das crenças e más fés.

Havendo tantos indicadores de cada um de nós já ter vivido muitas vezes, porque há dificuldade em aceitar esse ensino? Repressão por terrores? Efeitos lesivos de práticas Inquisitoriais? Ditadura religiosa? Incapacidade individual para assumir corajosamente o seu destino? Fuga à realidade e substituição do real por fantasias mais consentâneas com a pobreza de valores da sua alma? Por que existe este bloqueio ou repressão de natureza psiquiátrica? Como nos libertaremos pela Verdade?

R. Existindo um conhecimento inconsciente em cada mente do passado e do futuro maior ou menos conforme a qualidade dos Skhandas, a incapacidade de trazer esse conhecimento ao estado vigil de consciência mostra que se deve tratar de um processo patológico que o bloqueia. Esse fenómeno de recalque é do mesmo tipo do que qualquer outro recalque da Psicanálise e determina comportamentos afins dos mecanismos defensivos do recalque. O homem que não é capaz de trazer à sua consciência o conhecimento que tem da sua própria evolução é um homem muito doente com comportamentos patológicos.

Se há Reencarnação, onde reencarnamos? Sempre neste mundo, nesta Cadeia? Em outros Planetas? O que ensina a Tradição dos povos?

R. Sendo a Vida uma Unidade, não é possível separar unidades de vida que têm de evoluir em conjunto pois tudo aquilo que fizerem afecta toda a sua Vaga de Vida como se fosse um só organismo. A ideia de andar a saltar de mundo em mundo é bizarra, excepto, em condições muito especiais. Isso não significa que não sejamos solidários com toda a vida do Cosmos, num sistema hierárquico.

Há a possibilidade de reencarnarmos em Reinos abaixo do Homem? Sendo a Evolução dois pólos vivos e inteligentes, distintos e opostos mas complementares e correspondendo Pólo positivo, o lado da consciência ao Homem e o Pólo negativo ou lado da Substância, Forma, ao Devas será possível que haja Ciclos em que o lado da Substância evolua como dominante em relação ao lado da Consciência? Que, de facto, existam duas evoluções separadas?

R. O Homem como ser não reencarna em Reinos abaixo do Homem. Mas as Substâncias dos seus veículos podem transitar por seres abaixo do Reino humano conforme as afinidades. Se a Cadeia de personalidades evoluir para a autodestruição regressa não ao princípio mas ao Reino Mineral e fará de novo a Evolução em Três Dias ou Três Cadeias Evolutivas: mineral, vegetal e animal até ser de novo humano e retomar o seu Ego Espiritual imperecível. Como é óbvio, enquanto o homem estiver em fase de ‘morto’ sem quaternário temporal a Substância dos seus veículos – mental, astral e física pode frequentar muitos outros corpos e ganhar aí experiência. É o fenómeno chamado de palingenesia, metempsicose, transmigração das almas (entenda-se almas naturais ou temporais). O ego pode ser beneficiado ou não da experiência adquiridas nestes estádios, tudo depende das afinidades das suas Substâncias. Se houver um predomínio de Substâncias malignas a experiência pode ser muito dolorosa para o Ego que tem almas naturais, personalidades reencarnantes.

À luz do ensino universal e não de uma Fé: o que reencarna? O que é Eterno em nós? O que é permanente? O que é mortal? Se falharmos qual será o nosso destino? Regredimos e voltamos a Animal? Extinguimo-nos? Para quê aceitar valores e não gozar prazeres? Quem está a ser enganado? Os que vivem para o espiritual ou os que satisfazem o carnal? O animal defende a espécie e não o eu; e o homem maligno, o que é que ele defende.

R. Reencarna a Substância. O Eu Superior é imperecível.

Finalmente, é o termo reencarnação apropriado? Ressurreição? Renascimento? Preexistência admitindo que aquilo que toma novas formas não é a continuidade da personalidade que morreu no corpo e na alma natural, e é a continuação da evolução da Substância dessa cadeia muito longa de personalidades?

                                                                                                                                            MHAC

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Filosofia de Ser. Dar Sentido à Existência

O melhor alívio na minha vida foi saber que existem na Terra, de modo permanente, Seres Divinos Perfeitos e podemos ser ajudados por Eles. São os Mestres, o testemunho da Ciência Espiritual Perfeita, os defensores do testemunho de Ser. Os humanos ainda não podem Ser, mas experimentam-no de modo analógico: se é assim em cima, posso investigar o equivalente no nível físico, a reflexão analógica. Venho partilha-la com os que puderem glorificar-se na experiência transcendente da Unidade do Ser.
Sempre pensei que a Humanidade tinha Esperança porque era possível fazer Ciência: eliminar as causas religiosas de infelicidade. Num Mundo de Sete Planos uma Ciência reduzida ao Plano Físico, tornou-se um obstáculo à Vida Espiritual do Homo. O erro mais grave da Ciência foi não ter compreendido que Adam, o Homo Filho de Deus, é três Adam - Divino, Espiritual e Temporal, ou I, II e III e não apenas o homo biológico, que admitiram ter sido gerado por acaso, num Universo onde tudo cumpre uma Teleologia e está regido por Leis Divinas que levam a Vida a alcançar os seus objectivos evolutivos.
O mau uso dos poderes primordiais afectou a ligação entre Adam III, Temporal, perecível, e Adam II, Espiritual, Imperecível. A ideia falsa que temos de nós mesmos é nasci, morro e pronto; nada mais há. Os Mestres deram a Religião para «religar» os dois Adam III e II, o Espiritual e o Temporal.
A diferença entre a Ciência Ocidental e a Ciência dos Mestres, preservada na literatura Sânscrita, é abissal. Se o Homo Evolutivo é dois, distintos, temos de recuperar essa Unidade para saber viver como Humanos. Há experiência interior; para Ter e/ou Ser se houver uma experiência exterior válida............