sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Como terminar o erro da Atlântida?

Um dos pontos deste livro introdutório à Trino-sofia relaciona-se com o «Pecado Atlante» (recusa da Sabedoria dos Mestres e da regência que os Mestres asseguravam que a Vida não evoluísse no Mal). Basta ler os comentários de psicólogos, sociólogos e antropólogos: o snobismo cultural, de”roupas delicadas” sem verdade, sem valor! Bernard Groethuysen escreveu ([i]): «O Homem está cheio de contradições. Ele não pode ter sido assim criado. Tende para a felicidade e sofre. O seu sofrimento não pode ser imerecido. A luta interior que o eleva contra si próprio, a sua miséria, todo o trágico da sua existência são incompreensíveis, se não se reconhece que existe culpabilidade.» Há analistas que defendem que o ignorante é o mais feliz dos homens.

Depois de doutrinas religiosas do medo de castigos e condenações eternas, veio a Ciência com doutrinas que retiram a esperança de Desígnio humano. Como querem que pessoas sem Destino sejam Boas?

«O Homem sofre com a sua condição humana. Não pode admitir-se tal como é. Tem vergonha de si próprio, vergonha da sua miséria. Pecado significa miséria. Aquele que peca fá-lo contra a vida, privilegia o menos em detrimento do mais, diminui-se a si próprio. O pecado é o caminho que leva para baixo, do mesmo modo que a graça é o caminho que conduz para o alto. Pecar é morrer. Miséria, não-ser (...) O pecador é um doente; sofre de um mal que o leva à morte. A sua vitalidade está diminuída. É um mísero ser». Groethuysen ([1])

Quando a alma começa a ser vivida como a minha alma, considerem que sendo os pilares do Cosmos - a Luz (Qualidade) e o Som (Matéria, Personalidade, Trombeta dos Anjos) - há um Eu de Luz, Eu Superior com uma relação diferente com o Divino e um Eu inferior personalidade (per som). O Divino está em nós; duas Almas Espirituais (Crística e do Filho do Homem) e uma Natural; além do Corpo. Sem o conhecimento do Homem verdadeiro, estamos fechados à Sabedoria É afectivo manter as histórias da vida e morte de Jesus, apesar das descobertas modernas colocarem dúvidas. A descoberta dos tesouros do Esoterismo Cristão, em Damasco (1896), acelerou-se em Nag Hammadi (1945) e Qumran (1947).

Quanto mais dependermos de palavras, dos nominalismos definidos por opinião ou gosto, maiores são as nossas dificuldades. «Soterrado por uma avalanche de palavras incompreensíveis, o Homem moderno torna-se estranho à sua própria linguagem.» «Em vez de sustentar o pensamento, a linguagem nominalista dissolve-o e torna-o totalmente insignificante.» Os livros modernos são emoções que excitam a expansão sensual até aos limites da insanidade.

Na Sabedoria Antiga chamavam à Força da Queda – Baco, o Deus da Bebedeira. Também Dionysus, o deus coxo, de nysus, coxo, por ser temporal, o mesmo significado da coxa ferida do Rei Pescador, a ferida do Karma e Ciclos (Leis das Coxas) que cura pela libertação de quem alcança o Graal, imortalidade. O Homo (Árvore da Vida, de Leis) coxo é o que tem lesões do Karma Nemesis que lhe retiram a liberdade de andar como quer e o obrigam a repetir ciclos de vidas. Pôr o cego, surdo e coxo, a ver, ouvir e andar no Caminho Espiritual é tanto mais difícil quanto menos Verdadeira for a Educação e os meios de informação dos cegos, surdos e coxos espirituais que não sabem a gravidade das suas lesões.

«O Homo é o que for a sua crença. Consoante aquilo que ele acreditar assim ele será.» Bhagavad Gitâ  

O Racionalismo é insuficiente mas é necessário à coerência dos factos científicos. Não pode apresentar Ciência Espiritual sem acrescentar dados objectivos sobre a Theoria dos Mestres, mesmo que sejam poucos, opinião subjectiva nunca.

 



[1] Diz Espinosa: Afirmo expressamente que a alma não possui de si, nem do seu próprio corpo, um conhecimento adequado, mas apenas um conhecimento confuso (e mutilado), de cada vez que aprende as coisas segundo a ordem comum da Natureza, isto é, todas as vezes que pelo encontro fortuito ela é determinada do exterior a considerar isto ou aquilo, e não quando essa determinação lhe vem de dentro [...] entenda-se de sentidos de outros níveis ou Planos em que temos corpos subtis. Cit. de Châtelet. A teoria do Mestre tem h de Holista.



[i]     Bernard Groethuysen. Antropologia Filosófica. Ed. Presença 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A Demanda do Graal e as Três Forças do Graal

 Para alguns estudiosos do Graal, o cálice que serviu à última ceia e onde José de Arimateia recolheu algumas gotas do sangue de Cristo, representa a união ao Eu Superior que representa o objectivo final da Evolução do 6º Reino, o Reino Humano e tem Três Hipóstases ou Substâncias: o Graal da Inteligência; o Graal do Coração; e o Graal do Espírito, ordenadas de baixo para cima. ([i])

Ao descrever as Trilogias ficou claro que na base de todos os processos cósmicos há Três Poderes ou Forças: a que corresponde à Sabedoria do Conhecimento ou Sapiência, que é um conhecimento de tipo objectivo ou científico e o pólo da Existência; a Sabedoria Ética relacionada com o pólo da Essência ou Qualidade do Ser que se manifesta no Eu; a Sabedoria da Unidade do Ser, do Amor Divino.

O Graal não serve para si-mesmo mas para aliviar a Humanidade e toda a Vida a alcançar a sua libertação ou os objectivos evolutivos. Portanto, aquele que não fizer a pergunta sacramental, «ó rei, de que sofres tu?» não é digno de transportar o vaso sagrado. Referimo-nos aos homens que sofrem.

Estamos no 3.º Dia da Humanidade em que o Senhor mandou Moisés dizer ao povo: «Estejam prontos para o 3º Dia, porquanto ao 3º Dia, o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo, sobre o monte de Sinai.» Êxodo 19:11. O Monte de Sinai é a cadeia de personalidades temporais, o Senhor que desce é o Monte Sião, o Eu Superior. Estamos no tempo em que a abertura entre os dois “montes” fará ver a realidade viva em nós. O Dia é precedido desta frase: «a glória do Senhor (Hod, a Lei dos Ciclos, Mercúrio, Ciência) era como um fogo consumidor no cume do monte...» O 3º Dia não é apenas a vinda do Senhor, do Eu Superior, mas o dia em que cessará toda a maldade na Terra porque será reduzida a cinzas. No Deut. 4:24 diz: «o Senhor teu Deus (o Eu Superior, é um fogo que consome, um deus zeloso.» «(...) a terra está contaminada e eu visitarei sobre ela a sua iniquidade, e a terra vomitará os seus moradores.» Lev. 17:14.

A Bíblia é o suporte popular do Ocidental a que recorremos para desfazer as falsas ideias e reconstruir a Verdade interpretando correctamente os seus Mitos. A classe educada devia saber que houve erros e censuras. Se ignoram os símbolos do Esoterismo são incapazes de decifrar o que lá está escrito e dou aqui exemplos «chocantes» para vos obrigar a ver. Sem Sabedoria Divina, promovem o nosso sofrimento e impedem os homens de encontrar o Caminho e o bloqueiam-no. Jesus disse: «Ai deles os fariseus! Parecem-se com um cão deitado na manjedoura dos bois: nem come, nem deixa os comer.» L 102.

Quem não for capaz de «comer a Sabedoria», que é introduzir em si a Substância de Sabedoria que permite saber, não sabe e impede os outros de saberem. A literatura erudita é uma má literatura, de cão deitado na manjedoura. Por manjedoura indica-se a mesa do orçamento, mais dinheiro colmata a falta de Sabedoria!

As religiões passam a valer na medida em que transmitirem ou não a experiência universal dos Mestres. Se adulteraram o ensino com filosofias sem experiência, não são verdadeiras, nunca foram Filosofia. ([ii])  

Não é por acaso que desenvolvemos o Princípio Antrópico no princípio (manifestação) e no fim (evolução) desta Introdução ao Esoterismo. O conceito de Anthropos faz algum “frisson” aos menos esclarecidos na Filosofia dos Mestres, sobre a qual as religiões foram ensinadas. Ele é a visão do Homo Holístico, o Homo como Ser Divino, tão diferente das ideias comuns religiosas e científicas que vai custar a ver. Portanto, o Divino Anthropos desce na Matéria para se poder conhecer a si-mesmo. O Senhor Buddha descreveu que podíamos ter saúde física durante mais ou menos anos, mas todos sofríamos doença da mente e a nossa libertação passava pela cura dessa doença.

Quando se diz de Espinosa que era um libertino que «deitava por terra os fundamentos tradicionais da religião, da moral e do Estado», «um crítico de todas as religiões que nem abjurou a religião dos Judeus nem abraçou a fé cristã», sendo assim muito mau judeu e não melhor cristão, estamos a falar de um verdadeiro estudante da Filosofia Divina que nada tem a ver com as filosofias sem dados experimentais dos diferentes Planos. As religiões e a ciência materialista têm de ser Libertadas. A ignorância do ensino dos Mestres faz os psicólogos e psiquiatras defenderem posições duvidosas. Por exemplo, Gilber Ryle (The Conception of Mind) diz textualmente: «ou existe mente ou existe corpo (…), mas não ambos.» Talvez entendam a génese de dores fantasmas, membros fantasmas e perturbações que não têm base orgânica mas são lesões das substâncias de outros corpos

[i]     John Mattwes. The Grail. Quest for eternal. Ed. Thames e Hudson.

[ii]     François Châtelet. A História da Filosofia. Ed. CL. 4 Vol.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Investigação Científica Experimental de Axiomas dos Mestres

Sob o título ”Prince Kropotkin’s Ghost” o ”American Scientist” de Maio/Junho 2002, inseriu um trabalho analisado por John Danser, que tem apresentado excelentes estudos sobre a Filosofia dos Mestres e HPB. O Príncipe Piotr Kropotkin avançou com argumentos sobre as tendências agressivas humanas que são equilibradas por fortes tendências à cooperação, à ajuda mútua, a um levantamento das sociedades altruístas. Melanie Killem, psicóloga infantil e professora do desenvolvimento humano na Universidade de Maryland, e Marina Cords, especialista de primatologia da Colombia University, dizem que Kropotkin se afasta claramente do pensamento corrente sobre as raízes biológicas da violência.

Os cientistas têm feito estudos na perspectiva de demonstrarem que a violência humana faz parte da ascendência animal e por isso, afirmar que o Homo precede todas as espécies dos outros Reinos, é o primeiro dos mamíferos e não o último dos mamíferos, determina respostas violentas e a agressividade torna-se uma doença, um retorno ao útero animal e não uma evolução correcta. É essa a ideia principal deste livro: o Homo é um ser solidário e não o violento que o materialismo científico pretende justificar. A agressividade é uma forma de doença.

Todos conhecem a Eva Mitocondrial que permite estudar os tempos necessários para alcançar o património genético mitocondrial que é transmitido apenas pela Mulher. Há diferentes modos de mistura de DNA, determinante de mutações. Não tem sido dito que as mitocôndrias transmitidas pelas mulheres são relíquias de dependência entre a célula e uma bactéria. Não é o exemplo de uma imposição genética mas de solidariedade em que, por associação, é possível alargar o modelo evolutivo, no contexto da hipótese Gaia, da teoria de Lovelock da Terra como superorganismo com capacidade auto-reguladora, que a Terra realmente é. Sob o título Darwin”s Blind Spot (O Borrão Cego de Darwin) Frank Ryan mostra como estes mecanismos de cooperação são vitais. ([1])

Li em John Danser um texto do New Scientist de 15 de Março de 2003, «Togheter we are stronger» «Juntos somos mais fortes: seja para onde for que olhemos a cooperação e não o egoísmo é o que reina acima de tudo. A luta pela sobrevivência significa ser mais rápido a matar, bater todos os rivais para um cruzamento sexual, e resolver melhor que os outros o modo como nos libertamos de parasitas e infecções. Depois pergunta: Se é cada formiga para si-mesmo como podem as formigas operárias abdicarem das suas oportunidades de procriarem e tomarem para si perigosas tarefas ao serviço da rainha, e porque os vampiros (morcegos) regurgitam sangue para alimentar um vizinho que nem sequer é da família? Para concluir que se não fosse a cooperação e o altruísmo não havia civilização humana (...) embora o conflito domine nos títulos mediáticos, quando vemos mais próximo é a cooperação que mantém o mundo em movimento.»

Em artigo publicado na revista Focus, Julho 2003, intitulado «Vírus manipuladores” se mostra que, como diz o investigador Pedro Simas:”Todos os vírus são manipuladores de processos celulares” preparados para tirarem partido de todas as fragilidades que um ser vivo possa apresentar. Exemplo: os herpesvírus são microorganismos suficientemente inteligentes para se manterem adormecidos no hospedeiro, e só agredirem quando tiverem condições de sucesso. No caso, o sol ou aumento da temperatura. Até lá mantém-se «escondidos» das defesas imunitárias. Microrganismos poderem alterar os comportamentos para que eles tenham possibilidades de sobreviver. Investigadores da Universidade de Stanford e outros descobriram:

-         Acarinos (carrapatos) que se colocam no dorso das formigas e segregam substâncias que as fazem vomitar para que eles se possam alimentar.

-         Um pequeno crustáceo (Sacculina granifera) cola-se aos caranguejos machos e injecta-lhes uma hormona que os faz ter instintos femininos e escavar buracos de pôr ovos, para o”parasita” os usar.

-         Os ratos atacados pelo Toxoplasma gondii altera-lhes o comportamento e perdem o medo dos gatos. Isso facilita que sejam comidos pelos gatos, que vão transmitir o Toxoplasma a outros ratos através das fezes.

-         O vírus da raiva produz comportamentos de agressividade nos cães, que possibilita uma maior facilidade em se transmitirem a outros hospedeiros.

-         Os oxiúros dão prurido no ânus para obrigar a coçar e levar nas unhas os ovos que, espalhados, vão ser ingeridos e completam o ciclo.

Cito estes factos porque estamos a falar de entidades desprezíveis que revelam uma Inteligência superior, para poderem eliminar a Teoria do Acaso. Só podemos ter uma compreensão dos Axiomas de Ciência Espiritual dos Mestres se instituirmos linhas de investigação experimental sobre eles, de experiência própria.

Os nossos comportamentos podem ser alterados de muitos modos, até por infecção física ou de outros Planos dos corpos da alma natural, por aquilo a que em Teosofia se chamaram formas-pensamento, vivas e contagiantes, os memes dos evolucionistas, seres vivos mas não físicos, de outros níveis e por isso muito mais contagiantes e poderosos que os vírus ou parasitas físicos. As formas-pensamento (seres vivos astrais ou mentais) actuam sobre os corpos da alma como qualquer vírus ou parasita fazem. O número de decisões livres é reduzido e quanto mais emocional for, pior é o contágio e menor a resistência aos ”parasitas” quânticos que nos obrigam a desejar e ser dependentes do que os satisfaz. Sem acertar a constituição do Homo acima do corpo de alimentos, não pode ser Cientista verdadeiro.

Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és é a referência científica à cultura inculta. Se entendesse, não respondia com falsas atitudes de Liberdade à invasão desumanizadora de formas-pensamento cruéis, de morte, que lhe chegam continuamente por todas as vias e o super-Homem dos «copos», cigarros, droga médica ou ilegal, café, crenças e superstições religiosas, científicas e artísticas, não os vê no seu aspecto medonho. Como disseram, é cego, surdo e coxo.

Como os neurocientistas (Damásio) separam o sentimento, o não relacionado com a função bioemocional, temos de rever esse conceito, não o relacionar com o sentir dos sentidos da «vida senciente» e do sentimentalismo, emoção desbragada, mas com o Lat. Sententia. A sentência (neologismo) era para Cícero: Ânimo, Intenção, Desígnio, Inteligência, Prudência (ordenação), Ciência, e não só a Sentença pela qual o Juiz condena ou absolve. Sentencioso - o relativo a máximas morais, do Eu Superior. Recordo um comentário do padre agostinho Giorgi, de episódio vivido no Tibete, que rejeitou ser convertido ao Cristianismo:

«Quando verifiquei que este povo já tinha um deus que viera do céu, nascido de uma virgem de família real, e supliciado até à morte para redimir o género humano, a minha alma perturbou-se e fiquei muito confuso. Posso acrescentar que os Tibetanos rejeitaram as propostas dos missionários, dizendo: porque nos havemos de converter ao Cristianismo? Se temos crenças idênticas às vossas que, além disso, são muito mais antigas?» ([i])

Se as Igrejas aceitassem a Verdade religiosa necessária, que não os dogmas e doutrinas vãs, podiam ser salvas de serem destruídas por Karma-Nemesis.



[1] A maioria dos artigos que li sobre a Ciência Quântica, Integral, foram coligidos por John Danser, da ST de Inglaterra. Publiquei excertos na Revista Portugal Teosófico e alguns neste livro. Foi a maior dádiva que recebi e nem sequer foi pedida. Ele sentiu que eu precisava.



[i]     Giorgi A.(1742) Alphabetum Thibetanum, Roma, Praefatio. Cit. Pepe Rodríguez. 

sábado, 23 de janeiro de 2021

Criar condições para ser confiante e humano

Muito importante foi a correlação negativa entre confiança e crença religiosa: «se não podes confiar nos outros tens de ir confiar num poder superior” (antropomorfizado claro). A falta de confiança nas pessoas aumenta as necessidades de fé religiosa.» Outra observação de James Rilling, Universidade de Princeton, em estudos de imagiologia cerebral as imagens dos centros de recompensa são iluminados. (Neuron Vol. 35, p. 395). Com estas experiências aprendemos que as doutrinas do Austríaco Konrad Lorenz, laureado com o Prémio Nobel e que revolucionou o estudo dos comportamentos mostrando as analogias entre comportamentos humanos e comportamentos animais, a maioria deles de modo inconsciente, deve ser mais complexa do que uma simples continuidade comportamental. Konrad Lorenz procurou as raízes evolutivas que lhe permitiram falar sobre a Agressão (On Agression, 1966). Assim nasceu a Etologia, uma palavra que deriva do Gr. Ethos que significa carácter habitual, costume, maneira de ser ou hábitos. Ele vê na agressão um instinto animal básico: na escolha dos machos e fêmeas dominantes, para assegurar recursos, um território e a protecção das fêmeas e da sua prole... À luz destas observações a agressividade era herança animal.

Uma outra palavra, a Ética, deriva do Gr. Ethikós, pelo Lat. Ethicu, com o significado de moral, do Lat. mos, moris que também significa costumes, hábito, virtude e natureza essencial. Morem gerere animo fala-nos do modo como o ânimo é dependente dos costumes instituídos e se queremos mudar o ânimo para melhor, temos de mudar, de modo científico, os maus costumes. No Magnum Lexicum Latinum et Lusitanum, a palavra ethos é referenciada como “costumes”, “moral”. Ethologia é definida como – arremedo, imitação dos costumes de outro. Quando transmitimos uma Qualidade é um vivido um modo de Ser e podemos transmitir o modo de ser pelo costume, a prática diária, difícil por definições ou palavras. A etimologia de Ético como morada da Qualidade Divina é fundamental! Portanto, o termo Ética tem várias vertentes interligadas entre si.

As concepções de Konrad Lorenz tiveram uma enorme importância em Medicina que ficou mais materialista e descrente do Divino no Homo, base da confiança no Ser Humano. Sem darmos por isso, o doente passou a ser um animal que sofre, que normalmente se comporta como um animal e nunca como um Ser Humano, que é tratado por um tecnocrata especialista em lidar com a crise. Com tal desconfiança generalizada, parece impossível resolver a situação que evoluiu para o sistema judicial americano, o maior símbolo da desumanização em nome da Liberdade, numa sociedade violenta, hostil à grandeza da gente justa e solidária que aí vive. Os especialistas do desenvolvimento psicológico das crianças publicaram trabalhos em que demonstram que as crianças não reagem automaticamente pela agressão. Quando o conflito nasce entre elas tendem a usar estratégias de prevenção. Não significa que não haja conflitos entre crianças mas que elas procuram oportunidades para dialogar e negociar com os outros numa base de justiça, de igualdade e de liberdade, passam logo à agressão.

Outros especialistas, os primatologistas, que estudam comportamentos de gorilas e chimpanzés, dizem que neles existe uma base biológica para existir uma predisposição ou vida social. Os animais têm conflitos mas desenvolveram técnicas de evitar estados de tensão. Os chimpanzés procuram a reconciliação com beijos e abraços para não terem de suportar uma luta fratricida. Muitas vezes as lutas na comunidade são seguidas de experiências deste tipo que restabelecem a concórdia. Existe uma base biológica para a concórdia e os seres humanos deviam ser treinados para desenvolver a base biológica do altruísmo. Há uma alternativa aos estudos de Lorenz sobre instintos agressivos. Os primatologistas falam cada vez mais dos instintos de solidariedade nos primatas.

Recordo S. Paulo aos Ef. 1:7,8: para «o perdão de nossas falhas, segundo a riqueza de sua benignidade (...) fez abundar para connosco em toda a sabedoria e discernimento» (bom senso). S. Paulo diz que é Sabedoria e Prudência (Sabedoria de Ciência ou ordenada). 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Conversão da Matéria em Energia Nuclear e da Mente

A 6ª Raça em gestação vai estabelecer a aliança entre o Eu Superior ou Espiritual e o Eu inferior ou Temporal, da Personalidade. Como atrás foi dito, é uma relação entre a Energia e a Matéria, analógica da «energia nuclear». Estamos viciados a ver a realidade material e esquecemos que o material começa pelo espiritual. Quando explodiu a 1ª bomba nuclear também o Homo desperta um processo nuclear na sua própria mente individual e colectiva: a conversão da Substância em Energia. E = m c2.

A humanidade e as coisas começam a perder peso e não damos por isso. A Matéria está a transformar-se no sentido da conversão em Energia. Se há mais Energia, há menos Matéria e como vimos em Hiroshima, uma pequena quantidade de Matéria liberta, por conversão, enormes quantidades de Energia. Cada pessoa começa a ter excesso de energia na sua mente e tem incapacidade de a controlar por atraso evolutivo: a evolução não devia ter sofrido os acidentes que gerámos e nos fez regredir a homens indignos. Nos desportos radicais constatamos que, em menos de um século, tudo se passa como se as almas e os corpos tivessem perdido peso e todos os recordes impossíveis estão a ser melhorados e os infernos tendem a ser cada vez menos habitados, porque a explosão da alma dos malignos, por excesso de Energia, os aniquila de vez. Os jogadores de basquetebol quando saltam para encestar parecem ficar suspensos no ar. O basquetebolista Michael Jordan mereceu o cognome de «Air Jordan». Na Queda da Matéria converteu-se Energia em Matéria, na Ascensão, Matéria em Energia! Também por isso saiba que a Humanidade iniciou a Ascensão ao Divino. Se transformar matéria densa por subtil, pelo processo de espiritualização ganha «Energia Nuclear».

Quando comparamos as descrições existentes na Tradição dos povos sobre os primeiros homens no período Cretáceo da Era Secundária, vemos que elas tinham brilhantes civilizações, não estavam sujeitos à perda da memória de vida para vida, logo, conservam todo o Conhecimento adquirido que lhes tinha sido transmitido pelos seus Pai Divinos, os Mestres. Por outras palavras, outrora o Homo dominava as Três Sabedorias, hoje, o Homo, apesar do progresso científico e tecnológico, convenceu-se que está a aprender pela primeira vez aquilo que outrora dominava na perfeição. Há um mecanismo defensivo de recalque que nos impede de ver que o Homo era um Ser de Sabedoria mas, por comportamentos indignos se condenou a si mesmo às inferioridades, a começar pela involução do sistema nervoso central que o tornou frágil.

«Uma geração vai e outra geração vem», Ec. 1:4, significa que as Raças se sucedem umas às outras, como Sete Vagas de Vida de Sete Reinos para serem gerados. Mat. 24:34: «Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.» «Vós certamente sois testemunhas das acções de vossos antepassados, contudo, consentis nelas porque estes mataram os profetas (coluna do Rigor, Sofia) e apóstolos (Coluna da Bondade)... para que o sangue de todos os profetas derramado desde a fundação do mundo, seja exigido desta geração.»

O episódio é esclarecedor: vós testemunhastes as acções dos nossos antepassados porque nesses tempos dos primeiros homens vivíeis entre eles e na época não contrariastes essa indignidade e hoje julgais poder viver à margem da Lei Divina, tendo criado a ilusão de que ela não existe e podemos viver em total impunidade. Estamos a Evoluir em Ciclos, de uma cadeia de vidas das personalidades, e o modo como estamos amarrados aos erros (causas) antigos. O sangue derramados dos Justos tem um alto preço em sofrimento e esta Geração ou paga isso, ou redimirá isso por Trino Sofia.

Em Ep. Efésios 3:5 diz-se: “Em outras gerações este” (segredo) “não foi dado a conhecer ao filho dos homens assim como agora tem sido revelado... os das nações haviam de ser co-herdeiros e membros associados do corpo e co-participantes connosco da promessa, em união com Cristo Jesus, por intermédio das boas novas.” O texto diz: as raças perderam o acesso à Sabedoria que só pode ser conhecida pelo filho do Homo (Buddhi-Manas, a alma humana no Mundo Espiritual, que ficou separada por causa dos «erros»). Mas agora estamos a revelá-la porque está a acontecer uma experiência da Unidade da Vida que torna real a fraternidade e a solidariedade (co-herdeiros e cooperantes) da promessa, que é a união entre o Temporal e o Espiritual, que a 6ª Raça está a operar. É a Verdade ensinada por Cristo e Jesus, dois Seres – Cristo é o superior Hierárquico! Podia não falar nisto para não incomodar os crentes. Tenho de o fazer, caso contrário, não compreendem que um Ser vive em outro que lhe é superior. O homo vive no seu Mestre! É como Ele um Ser Divino. Por ter cometido erros graves é cego, surdo e coxo Espiritual. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

A Filosofia Perene dos Mestres e a Felicidade na Terra

 As Igrejas e sociedades Cristãs mais esotericamente informadas foram sempre minorias. Perseguidas, não assumiram a função de transmitir às culturas onde viveram uma mensagem de espiritualidade ou fizeram-no deficientemente; não intervieram na formação de ideais aceitáveis pelo povo, e quando o fizeram produziram revoluções sangrentas porque também elas se politizaram. Não é possível reformar a Cultura sem a Religião da Trino-Sofia, o núcleo. O início da Fé Cristã foi marcado por uma violenta revolução cultural alheia ao pensamento do Mestre. A segunda manifestação de Cristo como Apolónio de Tiana, um Pitagórico, foi exemplar de respeito pelo chamado Paganismo e por todas as Religiões. Limitou-se a corrigir um ou outro aspecto mais negativo dessas expressões de Fé. E condenou todas as formas de opressão e tirania, com rigor e algum "radicalismo" benfazejo, característico dos Mestres do 6º Raio. Logo no início da Revolução Cultural Cristã (aparentemente mais política do que religiosa), houve uma ruptura com a tradição e o passado, e em Ciência Esotérica, um grande retrocesso, com graves conflitos sangrentos, por incompatibilidades de interesses. Algumas doutrinas ensinadas pelos Mestres foram rejeitadas. Perseguiram quem aceitasse as Doutrinas da Reencarnação ou Preexistência. Foram eliminadas as referências a esse factos essenciais, condenados, em 553, no Concílio de Constantinopla, por imposição do Imperador Justiniano. Infringiram os dois Mandamentos de salvação: Ser casa de Deus, Honrar os Pais, os Mestres.

O Imperador do Império Romano do Oriente, tinha razões psicológicas ligadas à sua vida privada; e encontrava eco, em desejos colectivos a que deu voz. Justiniano havia casado com a amante, filha de um domador de circo e tentou apagar o passado da imperatriz; eliminou todos os que a haviam conhecido. Os Imperadores não casavam com amantes filhas de domadores de circo! Saberia ele quanto essas mortes iriam torturá-lo? Preferiu mudar a Lei e pô-la ao seu jeito, a mudar de comportamento. Como a Lei Divina não é alterável por decretos, a Humanidade vive em conflito entre a sua realidade interior e as doutrinas exteriores transmitidas pela tradição. Tudo devido às aberrações dos poderosos e da classe educada, sancionadas pelas Igrejas!

A história inicial do Cristianismo está manchada de acontecimentos perversos. A perseguição romana aos cristãos não ocorreu por eles serem um novo credo, mas por serem terroristas que abalavam as estruturas sociais e culturais. Os Romanos eram tolerantes em Religião e assimilaram tradições gregas, persas, orientais, sem problemas. Também integrariam as doutrinas Cristãs! É hoje conhecido o facto de alguns dirigentes Romanos, incapazes de controlarem a revolução, haverem tentado opor o Mestre ao Mestre, Apolónio de Tiana a Jesus, o Cristo grego ao Cristo aramaico. 

O ensino de Apolónio (Cristo grego) era incompatível com as bandeiras ideológicas políticas dos cristãos da época, atribuídas a Jesus aramaico. Os textos do Cristo grego foram para a fogueira! Ficámos sem conhecer as prováveis jóias de sabedoria escritas pela mão do próprio Mestre. ([i])

Os Gregos também se opuseram ao Cristianismo porque acusavam a nova Fé de usar os seus símbolos e orações, como o Credo, plagiado do ritual das Escolas dos Mistérios Gregos (raízes da sua cultura), e adaptado a uma ideologia com má interpretação de factos espirituais básicos, conhecidos pela classe educada. Chegaram a enviar ao Imperador uma petição para proibir a cristandade de utilizar e adulterar os símbolos religiosos gregos como se fossem originais da sua Fé, com evidente despudor demagógico e falta de sentido da verdade.

É essencial rescrever a História à luz da teoria dos Sete Ciclos de 300 anos de uma Idade de 2160 anos (2155,6 anos). Por exemplo, o período Devocional sXII-sXV. A maioria reconhece que o sXII foi dos séculos com melhor qualidade de vida. A «renovatio» do sXII espalhou-se tanto entre religiosos como laicos. A superioridade clerical mantida através da coerção e do medo ou terror, foi posta em causa e no fim do ciclo «a religiosidade evangélica foi substituída pelo humanismo escolástico; quando o Homem Bíblico da vida apostólica foi superado pelo Homem Natural das Escolas.» Se revirem a História, com os Mestres, vêem. ([ii])

As revoluções são incontroláveis e a Revolução Cultural Cristã expandiu-se em terror e espoliação das classes capitalistas, religiosas (ditas pagãs) e culturais da época. Destruíram tudo - templos, símbolos, bibliotecas e ocuparam a grande propriedade. Em poucas décadas o Cristianismo nascente era um poder temeroso para quem não fosse cristão, sempre em risco de ser "saneado" física e materialmente. Os modelos revolucionários contemporâneos repetiram experiências do passado; nada inventaram. Continuaremos a ter de comer, sem cessar, toda a imundície que produzimos. Salmos 75:8. Quando um discípulo de S. Paulo quis corrigir os textos das Epístolas do seu Mestre, mataram-no.

A Lei do Karma rege o nosso Destino. No Ocidente está censurada nas grandes Religiões exotéricas, embora os esoteristas dessas mesmas religiões a conheçam. É a Lei das Leis, em cima; é Karma Nemesis, em baixo; e também se chamam karmas aos atributos que reencarnam. S. Paulo chamou Lei ao Karma das Leis de Descida e disse que a Lei seria superada pela Graça ou Ascensão. HPB deu na DS uma visão unitária da Lei do Karma e escreve: A Vida Una está intimamente relacionada com a lei una que governa o Mundo do Ser – Karma.”

Por outras palavras, a Unidade da Vida é a origem e a Lei do Karma, o Aio, conduz o Homo à sua origem, cumprido o Ciclo de Necessidade que é um movimento descendente de separação e ascendente de reintegração. Neste perspectiva, todas as Leis que regem o Ciclo de Necessidade, que traz as criaturas à Existência e lhes desperta a Essência, são subsidiárias da Lei do Karma, em senso lato.

A partir da diferenciação entre Essência e Existência, HPB faz distinções: «Exotericamente (Karma) é simples e literalmente “acção”, ou melhor, é uma causa que produz efeitos. Esotericamente, é uma coisa de facto diferente, no seu amplo espectro de efeitos morais. Ela é a infalível Lei da Retribuição...» HPB completa com a distinção entre o superior e o inferior: distingue entre o Protótipo Celestial do Homem e a sua reflexão mortal. Ora, a vida de cada um «está sempre de acordo com a «Constelação» sob a qual cada um nasce, digamos, com as características do princípio animador, da divindade que a ela preside, que lhe chamemos um Dhyan Chohan na Ásia ou um Arcanjo nas igrejas gregas e latinas.» Acrescenta: «Sim, o nosso destino está escrito nas estrelas! Assim, quanto mais íntima for a relação entre a reflexão mortal do Homem e o seu protótipo (entenda-se entre a Personalidade e o Eu Superior), menos perigosas são as condições externas e reencarnações subsequentes – às quais nem Buddhas nem Cristos podem escapar.» Retribuição é mais amplo do que causa-efeito: acentua a Qualidade!

Então parece haver duas”distinções”, o lado da Essência relacionado com o Campo de Energia e o lado da Existência, o da Substância. Também entre o superior, domínio da Essência, Futuro, e o inferior afim da Existência, Passado. Para concluir: « (o Homem) não pode escapar ao Destino que o rege mas... há condições externas e internas que afectam a determinação da nossa vontade sobre as nossas acções e está no nosso poder escolher uma das duas.» A Lei será de Karma (Causalidade), ou de Retribuição conforme o lado e o sentido para onde pendermos. Sentido é: ou para o Protótipo Divino, Graça, em cima, ou para o reflexo mortal em baixo. Para cima, tem a liberdade de mudar a Essência, para baixo tem a fixidez da Existência. Isso justifica o ensino de S. Paulo que chama aos Poderes de cima, da Essência, a Lei da Graça, e aos Poderes da Existência, a Lei - fixa, rígida, inamovível. Entre o superior da Essência e o inferior da Existência - está a Lei da Harmonia. Esta Lei harmoniza as flutuações, os Ciclos, e por esse Aspecto da Lei temos sempre um destino feito à nossa medida. Karma pode ser harmonizado: «O único decreto do Karma – um decreto eterno e imutável – é a Harmonia absoluta tanto no mundo da matéria como no mundo do Espírito. Todavia, não é o Karma que nos recompensa ou pune, somos nós que nos recompensamos ou punimos a nós próprios conforme trabalhamos com, pela e através da natureza, submissos às leis das quais a Harmonia depende, ou infringindo-as.»

A Neurociência abriu novos campos de conhecimento mas também novos pantanais de erros, no modo como os cientistas os interpretam, apoiados em filosofias, Descartes, Espinosa, etc., mas não na Filosofia Perene dos Mestres. O título é o mesmo da próxima bienal de Sydney, porque se o Homo inferior é bioemocional, os sentimentos, que deviam continuar misteriosos, parecem fora deste complexo e, como diz Damásio, eles são privados e inacessíveis e devem ser distinguidos da emoções. Saber que existe um Homo inferior bioemocional creio que ninguém duvida, depois de ler a introdução à Antropogénese, uma parte essencial deste estudo, pois sempre foi ensinado, não precisávamos de neurocientistas para o dizer e advirto os espiritualistas da fantasia, que a fuga para o bioemocional não é espiritualidade, é, tout court, doença. Os Mestres publicaram as directrizes através de A. P. Sinnett e H.P.B., e não se justifica que em vez de serem fiéis ao original, extraído do ensino universal dos povos e bem documentado, vão atrás de revelações não compatíveis com esse ensino e de gurus sem a experiência dos Mestres. Têm todo o direito de o fazer e eu o direito maior de não pactuar na insensatez.

Por causa da unificação inferior das estruturas da personalidade por um novo poder que lhe vem de cima - o sentimento -, Espinosa está na moda, sem que a classe educada compreenda a origem e o significado profundo do ensino de Espinosa. ([iii]) Sem conhecer a constituição do Homo total não creio que seja possível distinguir que, ao contrário do que a ciência materialista pensa, o cérebro não apareceu primeiro. O primeiro corpo do pré-Homo foi uma reflexão ou imagem de Inteligência Divina que gerou o campo de ressonância e um corpo de substância etérica e astral, à volta dos quais se formaram e geraram as outras estruturas do Quaternário. Ao contrário da regra, os Seres nasceram do Nada.

Sendo o 6º Raio relacionado com essa volição emocional nascida em baixo nos homens não desenvolvidos e, em cima, na Vontade Divina, nos desenvolvidos, a próxima Humanidade (6ª Raça) terá de ser educada pela via da Arte e sabendo as razões porque é assim. É fundamentalmente a aplicação da cinta de Paulo, deixar de ser sensível às emoções nascidas dos sentidos e do gosto e não gosto e ser sensível aos mais profundos sentimentos do nível Espiritual ou Superior do Homo. Não significa renúncia às Emoções mas uma conversão das Emoções para deixarem de ter uma origem no complexo bioemocional, dos sentidos, sensações, percepções que determinam emoções inferiores, de animal, condicionadas pela bioquímica comportamental, factores neurológicos, etc., e pela alma natural formada na Natureza e passem a ter origem nas duas verdadeiras almas humanas do Mundo Espiritual, a do Filho do Homo e a de Cristo em nós. É pela acção destas almas que nasce a obra de arte. A futura Cultura da Arte pode se entendida do modo como Jinarajadasa descreveu os Três Estádios Humanos: 1º da Paixão; 2º do Mental; 3º da Intuição. É esse novo Estádio que vos propomos alcançar.



[i]     Jean-Louis Bernard, Apollonius de Tyane et Jésus, Ed. Robert Laffont, Paris, 1978.

[ii]     Brenda Bolton. A Reforma na Idade Média. Ed. 70

[iii]    António Damásio. Looking for Spinoza. Uma nova reflexão sobre a arte, em geral, e as imagens, em particular. Ao Encontro de Espinosa. Pub. Eur.-Am.