A Queda na Matéria é o primeiro Ciclo da Evolução, o outro é
do retorno à Origem Divina, ou Ascensão. Portanto, faz parte do processo
evolutivo. Não transformem as crianças em futuras ”cisternas rotas” (diz a
Bíblia) que não retém a «água viva» para ”matar” a sede, por falta da “res”,
da substância dos veículos do ser e da sua organização. É um modo
diferente de entender o significado da Educação e Instrução. Se a criança só
pode ser educada por via emocional, quem a educa tem de, por via afectiva,
prepará-lo para o conhecimento exacto acima do emocional, de que faz parte a
Religião-Ciência.
São necessárias grandes transformações da mente humana e uma
limpeza de dogmas – de religião e de Ciência – para ficarmos livres de o
receber em Pureza. É decisiva a Presença de homens e Conhecimento que possam
ajudar à Transubstanciação, a da eucaristia. Autores como Fukuyama colocaram
o problema da liberdade: somos livres como Hegel (e os Mestres) dizem, ou
escravizados como Hobbes nos vê, «uma máquina altamente sofisticada... uma
série de paixões elementares, a alegria, a dor, o medo, a esperança, a
indignação e a ambição, cujas possíveis combinações são suficientes, segundo
ele, para determinar e explicar o conjunto do comportamento humano.» Esta
é a falta de visão!
Se a capacidade científica da mente depende de conexões do
sistema nervoso e dos veículos da alma, a criança a quem não for ensinada
Religião-Ciência, faseada, a partir dos 5 anos, ficará espiritualmente «cega»
para toda a vida. Se lhe derem o erro e o mal, como desígnio, destruíram-na de
modo irremediável! Sendo um Ser divino ela tem em si a Verdade do Bem e do Saber
infinitos mas só os revela se tiver deles as «reminiscências» e para ter
«reminiscências» – só com o Mestre ao lado podemos recuperar a memória do
Passado e vive-la. ([1])
O Mito do Encoberto, próprio do «espírito Lusitano»,
só aconteceria se o Português passasse a ser Culto em Sabedoria (de Sofia) e
Bondade e tivesse coragem para fazer a reforma espiritual. ([i])
Os Países de cultura Ocidental não se libertaram da Cupidez que degenerou a
Igreja, os Nobres e, por acréscimo, os Povos. Não culpem os Portugueses, pois
lhe criaram condições em que foram forçados a preocuparem-se mais com os
interesses materiais do que as necessidades Espirituais da Humanidade. Uma das
críticas que mais me dói ouvir, na boca de Português, é: eles tiveram tantas
riquezas e não as souberam explorar.
Para os pitagóricos, não
ter uma mente matemática era uma regra de exclusão espiritual. O Português é
mau em matemática, por razões do inconsciente. Pode haver grande sabedoria em
pessoas sem grande cultura que vivem as imagens divinas. Nas classes educadas
que se refugiam numa espécie de «fuga poética», há demasiados erros. O
Caminho interior não pode ser percorrido pelo mental, sem ”altas” companhias.
Tenho confiança nos poderes latentes que existem em nós; dediquem-se a aliviar
a vida transformando-a pela Lei – Bem. Esquecem que Portugal, de D. João I, foi
um dos primeiros Países em que os servidores do Estado deixaram de ser
escolhidos por influência social mas por curso escolar.
Um autor sugeriu: as religiões são Afrodites de espelho
quebrado, ou Vitórias de espelho partido. As formulações espirituais
e religiosas são mundos por achar! São referências ao pólo Teo ou Religioso da
Árvore, Lei das Analogias, assim na terra como no céu, Lei do Karma (das
Vitórias) a Vitória sobre o Erro e o Mal, sobre as tentações – não nos
deixeis cair em tentação, etc. Não continuem a procurar
apoios em profecias, se não souberem a Ciência delas.
A Evolução Direccional depende do modo como se atingem ou
não certos pontos críticos de mudança de estado da substância da mente, sabendo
que nos organismos as diferenciações ocorrem até um certo tempo do processo;
passado o limite do tempo embriogénico, cessa a possibilidade. Na
transformação da vida temos de prolongar o tempo transformador e tratar
os objectivos prioritários a atingir e só esses. O que não tiver uma aplicação
imediata é inútil para os seres que sofrem e não vêem meios de se libertarem
das suas dores. O Mestre disse que a fé poderia remover montanhas. Como posso
eu ter fé no sentido de experiência directa da Verdade, quando a Substância e
Som dela carece? A Fé é o Entusiasmo, o Timo (Gr Thymós), a força de
ânimo de Platão, o “élan vital” é força da psique que
nasce da Verdade, quando ela é reconhecida pelos corpos que constituem a Alma.
O Grande Ânimo era o Sopro da Vida que manifesta o Universo. ([2])
Boorstin, professor universitário americano, tem um saber
enciclopédico. Reuniu séculos de história sobre o tema da Criação, do Criador
Brahmâ aos criadores artísticos. ([ii]) O ensino dos
Mestres não é por ele reconhecido. Onde o discernido vê harmonia, Boorstin, e
outros de igual pendor e carisma, vêem o conflito e o antagonismo. A maioria
dos livros que o «educado» lê, como inerente ao seu «estatuto», é inteligência
mental inferior, da tagarelice, “adoleskheia”, dizia Platão.
O Novo Homem necessita de uma concepção mística de pátria,
um misticismo de Glória que para o ser, tem de ter um Futuro, Desígnio. Platão é a referência imperecível. Ele sabia
como libertar, iluminar, Boorstin e outros procuram seduzir, exaltar o
emocional sem Sabedoria, emocional de «haxixe». Boorstin perdeu-se na
selva, onde vagueia o «tigre do mental»
e escreveu um texto da cultura do ego separado,
que nada ajuda ao estabelecimento da Ciência religiosa.
[1]
Buddha nasceu de sua mãe Maya que apoiada na árvore palsa, o deu à luz a
partir do seu flanco. Mal nasceu, pelo seu pé, Buddha saudou os quatro
pontos cardinais e anunciou, a cada um, que vinha salvar o mundo. Os Anjos
dos quatro pontos cardinais materializaram-se para suportar o «palanque» que
levou ao palácio o Instrutor da Humanidade.
[2]
No Gén. 2:9 não
estão descritas as duas árvores funcionais, como os comentaristas dizem,
mas três. Chamo a atenção para o facto de Deus permitir que se coma da árvore
que é agradável à vista e da árvore da vida. Gén. 3:3. A Árvore
do Bem e do Mal só reage sobre o indivíduo quando ele deixa de actuar em
nome de Deus e o faz por si mesmo, o que significa que assume a
responsabilidade de tudo quanto faz. A partir desse momento está condenado
a encontrar Deus em si mesmo, agir
segundo a Lei do Pai Nosso: Seja feita a Vossa Vontade.
[i] Sampaio Bruno. O Encoberto. Lello & Ir. Ed.
[ii] Daniel J. Boorstin. Os Criadores. Uma história dos heróis da imaginação. Uma deturpação do conceito de Anthropos, o Homo
origem e fim de tudo. C. L. 1993.
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