quarta-feira, 3 de junho de 2020

Mitos da Origem de Portugal e a Demanda do Præstes João


Na «cultura sensual» onde mergulhámos, a experiência sensual vem primeiro. É uma «cultura de Afrodite sem espelho». Há a necessidade de estímulos passionais, emocionais, afectivos, eróticos, etc., para cada um se sentir vivo. Todos proclamam «opiniões» afectivas e ninguém propõe uma Terapia objectiva espiritual.
A saga das Descobertas que os Portugueses levaram a efeito é a apologia da mente matemática. Como foi possível a um povo degradar-se tanto em crenças que destruiu os poderes adquiridos da sua própria mente e agora cheio de medos que vêm das brumas do seu passado não consegue libertar-se e os educadores políticos não ajudam. A relação entre Esoterismo e o Oriente deriva de uma Geografia e Anatomia Sagradas de Gaia. Nessa Geografia – Anatomia Sagrada de Gaia o centro correspondente ao Mundo Espiritual – é a Montanha dos Himalaias e o Deserto de Gobi circundante. Procurem o vosso «Desígnio Divino».
A ponta de Sagres (sacra, sagrada), os Cabos Carvoeiros e as suas relações com santuários a Nossa Senhora, são marcas da geografia da actividade dos Devas. Os gregos colocaram o Jardim das Hespérides (maçãs de ouro) na Península Ibérica-Atlas. A importância da costa ocidental da Ibéria, de Santiago a Sagres, numa civilização do E. Santo, já demonstrada durante a Era das Descobertas, relaciona-se com a energia feminina do Devas. Estamos a falar de um período antes da formação da Europa do Norte e a separação entre Norte de África e Europa, com o aparecimento do Mar Mediterrâneo (separador a meio - medi, das duas terras, os dois seres de Geia ou Gaia até aí andróginos. É um fenómeno da ontogénese do Continente da 5ª Raça Raiz, analógico da divisão dos sexos, na Era Secundária). Algumas características da Era Mesolítica explicam-se pelo próprio Dilúvio, Dilúvio de Platão, o último dos Dilúvios da Era Quaternária, relacionados com a Atlântida: 850 mil anos, 200 mil anos, 75 025 AC e 9 564 AC. De todas as vezes houve uma saturação da atmosfera de pós e fumo, que levou à escuridão total que interrompeu a Cadeia alimentar: sem luz não há Vida. ([i])  
No Pólo Material, a Tradição considera um Centro Angelical ou Dévico na região do Atlas, isolado pelo deserto do Sará. Os monges antigos viam dois subpólos do lado dos Devas: o masculino do norte de África, e o feminino na Península Ibérica. A Península Ibérica (feminina) e o Norte de África (masculino) eram, em termos de Geografia Sagrada, as cabeças de dois corpos individualizados em Geia ou Gaia (a Terra como ser vivo). Sigam num mapa os trajectos dos grandes canais dévicos: Cabo Carvoeiro Santarém Tomar, Fátima. Ou, Cabo Raso ou da Roca Sintra Salvaterra Santarém Serra da Estrela ou dos Hermínios (de Hermes, Hod). Ou, Cabo Finisterra Santiago de Compostela e Estrada Jacobeia até aos Pirinéus, às terras de Trovadores e Cátaros, na Provença, Alpes italianos, são artérias da Geografia ou Anatomia Sagrada de Geia. Cada um destes Caminhos tem uma Qualidade de Força.
Em Portugal há uma boa literatura sobre as suas raízes espirituais relacionadas com as arcaicas escolas de mistérios de antigos sacerdotes-iniciados, druidas, “mouros”, templários, etc. O termo arcaico uso-o como estes Esoteristas. Gr. Archai, imagens primordiais ou do Plano Búdico. De Fernando Pessoa, aos estudantes de Esoterismo por via de F. Pessoa, muitos, de Lima de Freitas e António Telmo (de expressão Cabalista), António Quadros, Agostinho da Silva, a Paulo Loução (o estudo da Simbólica, em cinco ou seis livros já publicados de uma redescoberta do sagrado e do mito na origem de Portugal), a João Aguiar. ([ii])
Mircea Eliade, que frequentou o centro de investigação que é a Biblioteca de Adyar da ST disse que o sXX era mais importante pela redescoberta do sagrado do que pelas descobertas científicas. Era mais justo dizer: a descoberta da Ciência do sagrado é mais importante que as descobertas científicas das modernas tecnologias. A concepção Arcaica de que o Homem é o Templo de Deus e como dizem os Sufis, «quem conhece a sua alma, conhece o seu Senhor» é mais importante do que parece porque a alma humana não é a alma natural, é acima dela, é Buddhi-Manas, o filho do Homo. A alma humana é o Senhor do «dai-nos Senhor», «Senhor, tende misericórdia de nós», isto é o nível Espiritual do Homo e não um Ser fora do Homo. Disse Platão: «vós sois deuses, vos haveis é esquecido.» A prática da investigação científica é o melhor meio de desenvolver a mente objectiva e o sagrado como imagem, mito, símbolo e ritual. Da experiência dos Psicólogos, desde Jung: «Os valores supremos estão depositados na alma (...) a maioria das pessoas é incapaz de estabelecer uma relação entre as imagens sagradas e a sua própria alma, não conseguem perceber até que ponto tais imagens dormitam em seu próprio inconsciente. Para tornar possível esta visão interior é preciso desimpedir o caminho que possibilita essa faculdade de ver.»
Os Mestres estão a «desimpedir o caminho mostrando a Verdade em todas as religiões e sistemas espirituais». Não é destruir mas restabelecer a Sabedoria Antiga. O «self-service espiritual» é um fracasso com consequências gravosas que rejeito, pela desumanidade feita de manipulação e mistificação. Daí o retorno aos Mestres-HPB como o retomar dos Caminhos da Teosofia reconhecido na origem, no fim do sXIX. O ensino dos Mestres é universal de toda a Humanidade; as raízes Gregas da Cultura são Ocidentais. O Caminho foi aberto por Buddha no séc. VI AC que activou o modo científico de ser religião, dinamizado no Ocidente, como Filosofia, por Pitágoras. Os Buddhistas usam o ano 544 BE, iluminação cósmica de Buddha: 2000 DC é o Ano 2544 BE, de Buddha Enlightment, início do novo Tempo.
Para se entender o nascimento sagrado de Portugal é preciso recuar à tradição dos mistérios ibéricos e celtas (a 4ª Sub-Raça inclui a Família dos Portugueses), às lutas contra o poder de Roma (Viriato), continuado nas lutas contra a ortodoxia eclesiástica como ideal de liberdade. Na luta pela liberdade religiosa distinguimos: Tradição Hermética e Alquímica antigas; Priscilianismo, Moçárabes, Templários; Renascença, Descobertas. Instituições de conhecimentos esotéricos como os Construtores de Templos, associadas à Maçonaria, foram importantes, sobretudo a partir dos anos mil quando a Europa de encheu de Templos.
A Sabedoria era perseguida mas os mitos e os signos ficaram inscritos em pedra, à espera dos dias da Libertação. A grande dificuldade dos textos religiosos é não os entender: Vejam os Provérbios 27:18: «O que guarda a figueira comerá do seu fruto; e o que vela pelo seu Senhor será honrado». Depois de descodificado: o que guarda a figueira, guarda o ensino Esotérico e não divulga o que lhe foi mandado guardar (circunstância em que a figueira seca ao ser amaldiçoada).
A tradição das escolas de mistérios herdadas dos povos aborígenes da Península e dos mistérios trazidos pelos Celtas está patente nos símbolos megalíticos. Permitiu a convivência e tolerância com outros povos que ocuparam a Península e harmonizou essas culturas.
O Priscilianismo foi a corrente teosófica ou Neoplatónica, que entre os séc. IV e VIII foi a directriz major do povo, apesar do poder Papal ter assassinado o Bispo Prisciliano, em 385. Os priscilianos eram cristãos cujos objectivos era regenerar os bispados que «tinham perdido a mística espiritual», a partir de um santuário talvez próximo de Santiago de Compostela, das peregrinações por caminhos sagrados estabelecidos na época das romagens, que os saudosistas percorrem.
É nas raízes espirituais, que a Ordem de Cristo expandiu, que encontra a Alma Portuguesa. Se Portugal, Porto do Graal, também é o que os Romanos chamaram Gália e Gauleses. Há várias Gálias ao longo nas margens do Reno, na Irlanda e na Península. Importante é a Galiza (Gália), Sabedoria da 4ª Sub-raça.
Nesta época houve as lutas entre os de Ário e de Atanásio. Ário nasceu na Líbia (280-336) e estudou em Antioquia, com influência da filosofia Grega. Atanásio (293-356) tinha sido discípulo de um anacoreta extremista. A querela da Trindade, que ninguém compreendeu porque sendo um ensino esotérico, como aqui se demonstrou, não era acessível, ocasionou milhares de mortos, infindáveis perseguições até à extinção do último seguidor de Ário.
S Tiago de Compostela com os seus caminhos de peregrinação traçados em uma rigorosa geografia sagrada, reflexo de um caminho inscrito nas estrelas, é o exemplo do Templo construído na base da Árvore da Vida. O Templo representa as Três Sabedorias da Trilogia Divina. Este é dedicado ao Pilar da Sabedoria Ética, da Qualidade do Ser, mas no lado feminino deste pilar (assim como cada criatura tem em si o outro sexo, assim é cada pilar [Jakin ou Boaz] da Árvore da Vida). Templo e Caminho foram obra de um dos Três Deveres Maçónicos, o dos filhos do Mestre Jacques. O nome é simbólico porque Santiago é em francês Saint-Jacques. Jacques está relacionado com Jakin, a Coluna da Sabedoria da Compaixão.
Os filhos de San Yago foram designados por Lobos. Santiago foi enterrado no Palácio da Rainha Loba, em Lugo, uma referência ao deus celta Lug. Os Lobos e os Corvos são animais consagrados ao Deus: Lug capaz de guiar o Homo no escuro, uma referência ao inconsciente superior (Superego). Ele é a libertação pela morte de algo (lúgubre), no caso da personalidade, apegos, emoções perturbadoras. É importante ver a morte como a melhor libertação, porque a vida é contínua.
Nos caminhos sagrados há réplicas dos caminhos de Santiago que são caminhos do Espírito Santo (N. ª Senhora, a Compaixão feminina). A concha da vieira, com sete raios (dos bivalves, e os mármores do Pérmico com que fazem igrejas e altares, coloca-nos nesse ponto da Viagem do Tempo. Tanto como a oferta de flores nos coloca no Cretáceo, dos sexos separados, valorização da Mulher.
É importante na História dos símbolos ver a transição da cruz orbicular, a cruz da manifestação, cruz dos quatro pontos cardeais, relacionado com as quatro Leis Temporais (Evolução, Karma-Nemesis, Ritmos ou Ciclos e Harmonia), para o «Quinário», um 5º elemento representa a libertação das Quatro Leis Temporais, a que alguns chamam – a Lei que impõe a repetição infindável de Karmas: o que reencarna é o Karma das boas e más acções pensadas, sentidas e feitas. O V Império é uma alusão a essa Quina Libertadora, que representa a alma Humana (Buddhi-Manas) e Espiritual e o Cordeiro da ligação entre as Almas evolutivas.
Os sinais rodados dos primeiros reis (só os reis de menor valia não foram excomungados pelo Papado), são um círculo onde se inscrevem duas hipérboles, as curvas laterais e as curvas verticais cujos ramos desenham uma cruz orbicular, gráfico adjacente. Se excederem o círculo os ramos cruzam-se entre si dando quatro pétalas. São o símbolo da divisão, sexual. Podem ver todas as formas, em P. Loução, Portugal Terra de Mistérios, Cap. O Mistério da Cruz Templária, p. 75.
Dou as quatro divisões dos dois CR inscritos no gráfico, úteis para compreender a exposição de HPB sobre o Karma. No centro da cruz dos pontos cardeais, cruz rodada, colocaram um círculo ou o cordeiro de Deus, Agnus Dei para representar o Cinco. Além da relação com o coração alguns defendem que o Agnus pode ser a referência ao Agno, Fogo Espiritual dos Vedas, do Hinduísmo. A libertação pelo Agnus Dei necessita um outro tipo de mente, a objectiva. Os sinais rodados exemplificam a Cruz da Diferenciação da Cosmogénese: horizontal, Matéria e Espírito; vertical, Sujeito e Objecto.
No nascimento de Portugal foi importante o Esoterismo dos Templários, mortos e despojados de tudo em outras nações mas não em Portugal. O rei D. Diniz manteve intactas todas as infra-estruturas e criou uma nova Ordem a que chamou Ordem de Cristo, sem beliscar a tradição destes monges esoteristas, da defesa da Justiça e Sabedoria Arcaica. O primeiro Rei D. Afonso Henriques considerou-se Irmão deles. Deram o conhecimento dos mitos, símbolos e rituais que balizam o caminho sagrado e são a memória viva dos «tempos teosóficos» de Portugal.
O nascimento sagrado de Portugal dá-se na batalha de Ourique em que Cristo “aparece” ao 1º Rei. Desde aí, os Portugueses assumem-se como um povo a quem cabe vencer as lutas impossíveis. Antes teve a herança de querer ser um povo Livre, nos tempos da Lusitânia, de Viriato, séc. II AC, o chefe tribal que, sem recursos, venceu durante muito tempo as legiões Romanas. É uma vontade heróica colectiva, «de implantar um reino independente no ocidente peninsular». ([iii])
A repressão Papal foi sangrenta e o povo viu nas invasões dos árabes (Tarik, 711) uma ajuda na luta contra o poder eclesiástico. Muitos tornaram-se Moçárabes como forma de resistência ao poder eclesiástico. P. Loução cita em Portugal Terra de Mistérios, uma excelente análise sobre os Signos de Portugal. Na redescoberta do sagrado em Portugal, ele adoptou investigações anteriores que interpretam moçárabe: - môsha hárâbba, “salvação ampla”, “salvação plena” e mosha-hárávi, o seguidor dessa doutrina” de salvação, uma salvação holística, sem dono. Os Moçárabes podem ser considerados uma reacção contra a autoridade clerical oposta à filosofia Espiritual dos priscilianos, acreditada em toda a Galiza, Lusitânia e parte da Bética (um milagre pois era dirigida às classes cultas e foi popular).
A irmandade dos primeiros Reis de Portugal com os Templários devia-se à Filosofia Divina comum. Este «espírito de resistência» continuou com a Ordem do Templo e a difusão dos pobres que, por necessidades espirituais, usavam um capuz, viviam de esmolas e pediam «o pão por Deus». Como estabelecer uma religião justa? Como recusar uma igreja que se fez dona do Caminho e do Cordeiro? Será possível regenerar a Igreja para ser Sabedoria de Cristo? ([1])
Assim como socialismo é hoje uma imagem de marketing, o termo esotérico, tão mal utilizado, é uma imagem de marketing. Ter usado a expressão Sabedoria das Escolas de Mistérios significa algo que se aprende em Escolas de formação espiritual, que são muito exigentes e que a maioria não suportava praticar.
No Esoterismo da bandeira de Portugal há a esfera armilar (onde estiveram inscritos os signos do Zodíaco) que Hermes trazia na mão direita. Há o escudo vermelho com os castelos, se forem Sete correspondem aos Sete Planos do Cosmos ou Raios; se forem doze são Signos astrológicos; se forem Cinco são Cinco Quinas Evolutivas relacionadas com as cinco «chagas» (chakras), cinco «chaves».
Na Cabala este número é referido às 50 Portas da Inteligência pois é 5 vezes a perfeição dos 10 Sephiroth. É o sentido do V Império. II Samuel 24: 25: «não oferecerei ao Senhor meu deus (Eu superior) holocaustos que nada me custem. Assim, David comprou a eira e os bois por 50 siclos de prata.» Siclos de prata, a Inteligência da personalidade, da Força Lunar (prata). Conviria, suponho, ter mantido a orientação das duas Quinas horizontais para serem contadas duas vezes.
Loução confirmou em Canto III, dos Lusíadas: «Em cada um dos cinco, cinco pinta,/ Porque assim fica o número comprido,/Contando duas vezes o do meio,/ Dos cinco azuis que em cruz pintando veio.» O número comprido é o Sete.
Em Ourique foram vencidos os cinco reis mouros, os cinco escudos que são moedas de prata a transformar em ouro espiritual. Moira (HPB. Glossário Teosófico) é o destino, o poder que governa os sofrimentos. A palavra significa um quarto, são quatro as Leis Temporais: Harmonia, Ciclos, Karma Nemesis e Evolução.
Há uma quinta que supera a Lei temporal para que a Graça (causa de Qualidade) possa reger e «pagar» as dívidas Kármicas. Ao dizer Quina transmite-se a ideia da redenção pela Quina, o 5º Skandha que corresponde a Buddhi-Manas, à alma humana, à Acção Justa que leva aos Meios de Existência Justos, à alma Crística. O povo português diz: «trabalhei que nem uma moira». A Moira não é o de outra fé, é um destino de trabalhos forçados por Karma-Nemesis. São os Moiros de Ourique! A Verdade purifica o Karma.
Diz Camões (Teósofo do Humanismo), se nas Cinco Quinas, dispostas em cruz, contarmos a do meio duas vezes, pólos laterais, esquerdo e direito, e pólos superior e inferior, obtemos o número comprido, perfeito: o Seis dos dois Triângulos entrelaçados, a integração do Campo de ressonância da personalidade, no Eu Divino. Assim se conta duas vezes o centro das faces do cubo aberto em cruz Cristã, 4+2, para dar Sete, 4+3. As cinco Chagas de Cristo representam a prisão de Cristo no Ego em evolução, na personalidade (corpo físico, vital, duplo astral e Kama-Manas) e na ligação ao Mundo Espiritual através de antahkarana, 4º Raio e à Alma Humana Espiritual. A Personalidade, dada pelos nossos Pais Lunares, é representada pela cor Branca da Lua, Prata, a transformar em Amarelo Ouro pela Ressurreição.
Outro símbolo são os besantes, nome de moeda de ouro de Bizâncio (Gr. Byzántis). No Mito Português os besantes são uma alquimia das trinta moedas de prata (3x10) da personalidade (moedas de Moiras) No episódio de Judas as trinta moedas são enterradas como prata, no campo do oleiro (Mat. 27:7) para que em evolução distante o Adão de barro refaça a alquimia de as transformar em ouro.
A passagem das moedas de prata inscritas no fundo azul celestial, do escudo das Quinas, significa que alcançar o céu é transformar moedas de prata em besantes de ouro. Os Templários resolverem o problema das cinco que são três horizontais e três verticais, definindo uma Cruz das Cinco Quinas Azuis, do Mito de Ourique, pondo as quatro Quinas (da Lei) a apontarem para a Quina central, do Cordeiro.
Portugal tem a única bandeira que preservou a simbologia esotérica, a chave do seu nascimento como Nação (Loução). Terem endireitado as Quinas (que somadas na vertical e horizontal são Seis dos dois Triângulos e correspondem aos dois Egos em evolução, Superior e inferior) para as aproximar da Cruz ou Cubo (a Cruz ou Cubo desdobrado é o da Crucificação e dá Sete, os Sete Princípios). Os castelos ao mudarem de número mudaram de significado. Se forem Sete são Sete Planos, Doze são casas Zodiacais, humanizadas em doze tipos de valores da perfeição da personalidade, como fez D. João I, que sabia Astrologia.
Ourique (de ouro e oriente e da alquimia da prata em ouro), ninguém sabe onde aconteceu e com que efectivo se travou, nem a que cinco Reis se refiram. Ourique é no sopé da Serra Mu (signo do 3º Continente). Parece uma guerra mítica. O símbolo das Cinco Quinas Azuis em que a Cruz Azul foi convertida, na batalha de Ourique (de ouro) tal como a cruz dos Templários é um talismã mágico-religioso levado pelos Portugueses a todo o mundo. Não esquecer que a grande motivação das Descobertas Marítimas (1415-1580) e Caminho Marítimo para a Índia, foi o Mito do Præstes João. É uma referência ao Rei do Mundo. Nas Cartas que circularam na Idade Média atribuídas a Præstes João, se diz: «Os brâmanes são muitos e homens simples que levam uma vida pura. Não querem ter mais haveres do que a necessidade da natureza exige. Suportam e aguentam tudo. Dizem supérfluo tudo o que não é necessário. São santos ainda em vida.»
Na História dos últimos 6 mil anos parece haver um movimento da cultura seguindo o Sol, do Oriente para o Ocidente, em relação com as Idades Astrológicas: idade do Touro, Mesopotâmia; Idade do Carneiro, Judaica e Grega; Idade dos Peixes, Europa Cristã; Idade do Aquário, possivelmente a América, o facto do início da Teosofia ter sido em New York, e o papel de condução do mundo que está a ser assumido pela América de modo sentimental. Se o significado da Bandeira de Portugal fosse reconhecido como Ciência Religiosa, teria mudado a História?
Evoluir é subir uma escala de pontos críticos de mudança de estado da alma. Há um momento em que, de súbito, quando se alcança o ponto crítico, como o da passagem de água a vapor, brota uma nova Raça, tal como as outras formadas primeiro no Éden (Astral) antes de serem geradas «irrompe na Natureza uma nova realidade formal, como se a ideia da espécie tomasse realidade no mundo sensível a partir desse momento.» (Loução). Recordo que apenas cerca de 5% dos genes estão activados. É a mente que os activa de modo a gerar condições para a nova 6ª Raça. Toda a Humanidade deve participar nessa nova Criação. É esse o significado da junção dos povos do Mundo, que Portugal iniciou.
O Homo é Divino e filho directo dos Deuses nos dois Mundos da Evolução: o Homo temporal foi criado, formado e gerado pelos Deuses ou Pais (Barhishads) Lunares, os Deuses de Prata, segundo as qualidades de cada um de nós, desenvolvidas através da Evolução, pelos seis Reinos precedentes, ou seja, por méritos próprios; mas a imagem do Homo Espiritual ou Divino, o Eu Superior foi-lhe dado de Graça, pelos seus Pais (Barhishads) Solares ou de Vénus, os Kumaras. Depois da Descoberta falta ao Português realizar o Encoberto, o acesso ao Eu Superior e ser instruído e educado para o Ser Divino.


[1] As relações dos Reis de Portugal com o Esoterismo abundam: o 1º Rei, Afonso Henriques, considerava-se irmão dos Templários, o 2º Rei Sancho I, doou o corpo aos Templários para ser sepultado com os seus Ir. O Rei teve ao seu serviço pessoas experientes em Ocultismo, que o Papado considerava bruxos e feiticeiros. Afonso V fez dois tratados de Alquimia e narra o seu encontrou com a Loja do Egipto: Aquele que procurou não é motivo para que se esqueça o grande mérito que havia nele, meu Mestre; mas não atribuo tão grande honra a qualquer outro Homo; só ele é que é um Sábio (não confundir como Homo). Sabe que, para decifrar este mistério e propor verdades em cifras, embora sejam obscuras, terás muito a aprender com elas, e acharás que se não trata de coisas vãs; e chegarás a compreender este grande Mistério, não faças uso dele nas tuas conversas do dia à dia, mas conserva-o no mesmo código deste meu escrito, caso entendas como explicá-lo.”


[i]     H. Álvares da Costa, Lei da Transformação. Portugal Teosófico, nº 47/48.
[ii]     Paulo Alexandre Loução. A Alma Secreta de Portugal; O Espírito dos Descobrimentos Portugueses; Os Templários na Formação de Portugal; A Descoberta do Brasil; A Viagem de Vasco da Gama; Portugal Terra de Mistérios. Ed. Ésquilo.
      António Quadros. Portugal. Razão e Mistério. Guimarães Ed.
[iii]    A. M. Amorim da Costa, Alquimia – um Discurso religioso. Ed. Vega, 1999.

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