domingo, 10 de maio de 2020

Textos apócrifos: Damasco, Nag Hammadi, Qumram


Os Mestres consideraram as Religiões do Ocidente desumanas e responsáveis por tanto sofrimento. Os textos dos Mestres servem para orientar a Ciência, Ética, Educação, organização social, para os objectivos da Vida a consignar em Leis, etc. O que é necessário foi dito. As religiões deram muita ênfase às respostas emocionais exclusivas e nenhuma ao Conhecimento Espiritual que não tiveram «inteligência» para o desenvolver.
Com o advento da Teosofia moderna apareceram homens clarividentes, com algum treino do despertar de poderes (Siddhis, literalmente atributos de perfeição). São mundos para descobrir! Não podendo saber directamente, deixo de parte tudo o que os Mestres não confirmaram e não vem escrito nos textos Antigos, uma vez que não há uma nova Sabedoria a dar, só há a Sabedoria, cada vez mais com apoios na Ciência. Nunca repita “teoremas que não possa justificar em fontes de experiência rigorosa (a dos Mestres). 
O objectivo é substituir as imagens falsas que corrompem a cultura por imagens verdadeiras, com o mínimo de dados positivos que as justifiquem. É possível gerar uma Nova Cultura para o Novo Homem com uma base de experiência científica crescente. Sei que isso não se faz de-repente mas alguém tem de começar... Dar fé é dar Testemunho exacto, do que foi presenciado ou experimentado.
Há um Cristianismo um século antes da suposta vida de Jesus-Cristo sobre a qual fizeram o calendário Cristão. Um grupo de Cristãos Esoteristas foi os Mandeus ou Cristãos de S. João (Baptista). Os árabes chamaram-lhes também Sabianos ou Tzabianos. 

Os cristãos de S. João fizeram uma boa síntese das tradições esotéricas antigas. Fez-se constar que João Evangelista, o apóstolo fiel ao Oriente de onde não saiu, teria sido escolhido como guardião da Tradição Esotérica Cristã. Por via dos Cristãos de S. João se estabeleceu a ponte entre a Tradição do Santo Graal e dos Templários. Outro, o Cristianismo de Tomé, o Apóstolo das Índias “sepultado” em Madrasta, era tolerante e esotericamente mais informado, divorciado da ortodoxia dogmática Católica, dos fanáticos das cruzadas e evangelizações terroristas, ao serviço de políticas.
A base da nova cultura Humana, não pode ser o Cristianismo ortodoxo mas o herético, esotérico. O apócrifo Ev. de Tomé foi levantado, em 1945, pelo arado de um lavrador egípcio, entre outros textos gnósticos, metidos numa ânfora, utilizada na Antiguidade para transporte de líquidos (vinho, azeite), enterrada para serem salvos em futuras gerações. A sapiência dos religiosos da Antiguidade deu-nos a possibilidade de, após séculos, conhecermos o ensino esotérico de Jesus. ([i])

O étimo Apócrifo significa, enigma (grifo) decifrado, descoberto. Na tradição judaica, um texto sagrado não pode ser destruído, e por vezes era enterrado em ânforas para garantir a sua sobrevivência. Durante a Revolução Cultural Cristã que durou séculos, todas as grandes Bibliotecas da Antiguidade foram destruídas; uma desoladora prática de terra queimada. Ficámos sem passado. Esconder em ânforas e enterrar é um mecanismo defensivo, de protecção contra a violência dos religiosos e políticos inquisidores do terror, que asseguram interesses egoístas, em jogos de poder. Desenterrados os textos, os alicerces do poder ruem, porque as igrejas não seguiram Cristo e os políticos abusam das falsas raízes Cristãs.
Nos séc. II-III matava-se quem possuísse textos das Religiões dos Mistérios; depois quem guardasse imagens; nos séc. V-VI quem tivesse documentos onde fosse referida a Preexistência ou Reencarnação, ou a lei da Holonomia, o Todo existe em cada parte sem partilha, como os Priscilianistas Ibéricos professavam; nos sXII a sXV, condenava-se à morte quem recolhesse textos esotéricos dos Cátaros e outros heréticos; em 1229, segundo uma directriz emanada do Concílio de Tolosa, queimava-se quem possuísse uma Bíblia, logo, o texto básico da sua própria religião. O alvo das ”inquisições” era todo e qualquer saber fora dos ditames oficiais, longe dos Mestres. O Homem só era digno cristão, se fosse analfabeto! No sXVIII opunham as Luzes às Trevas. ([1])
Religiosos e Cientistas partilharam o erro sensual ou materialista, o que vai dar ao mesmo. Tornaram-se fósseis vivos que estudam fósseis mortos. A ânfora do tesouro gnóstico escondido foi encontrada no Alto Egipto, no ano de 1945, em Nag Hammadi. O tesouro oculto é conhecido pelo nome de Textos de Khenoboskion por terem sido achados perto das ruínas de uma cidade com este nome.
Os achados de Qumran são revolucionários e o Judaísmo e Cristianismo não estão interessados em divulgá-los, tão grande é a derrocada! 

Manuscritos de Qumran

A existência de um Cristianismo antes do Cristo oficial é um dado objectivo sobre o rigor da Sofia dos Mestres: Eles disseram, antes dos manuscritos terem sido descobertos, o que hoje se sabe. A história das grandes religiões mostra como os Grandes Seres divinos, apesar da sua enorme superioridade sobre as personalidades finitas dos humanos, tiveram dificuldade em seres aceites e foram perseguidos. Jesus não nasceu na data indicada, mas um século antes (em 102 AC), no reinado de Janeu (103-76 AC) e na cidade de Lida ou Lüd, zona do aeroporto de Telavive. Era a cidade dos cinco caminhos, fundada por um outro Jesus (Joshua), no vale de Avalon, cuja ligação ao Mito do Graal é explicativa. Era o mais lindo Vale de Israel!
Os religiosos do deserto de Judá, Teósofos próximos da filosofia Grega e do Buddhismo eram uma afronta ao poder. Os Judeus condenaram-no à morte por delapidação, no contexto da perseguição aos Essénios e fuga (outros insistem hoje em delapidar, não aprenderam, e por isso mostro o que foi a perseguição e morte de Jesus). Nasceu aqui o mito da matança dos inocentes ou crianças, assim são chamados os «iniciados». Foram 40 mil mortos, diz-se, e Jesus foi um desses inocentes. Muitos fugiram, os Terapeutas de Alexandria, e criaram «o clima Neoplatónico». No Mito transferiram o facto histórico para o tempo de Herodes. ([ii])
Mais tarde, os Romanos (Imperador Adriano), reconstruíram a cidade Lida destruída pela ”revolução” e chamaram-na Dióspolis, cidade de Deus. Ele sabia, os «cristãos» não sabem!
A Comunidade religiosa de Qumran tinha a Ceia Eucarística e o Baptismo. Faziam orações três vezes ao dia, voltados para o Oriente e não para Jerusalém, como era hábito dos judeus. E chamavam-se Filhos de Zadock, Filhos do Justo, do Mestre. O título de Filho do Mestre dá-se a discípulos muito avançados capazes de se identificarem, totalmente, com a vontade do seu Mestre. O Mestre vive em cada um dos seus Filhos e conhece tudo quanto eles pensam, sentem ou fazem. Jesus representa um ”avanço” na progressão para o nascimento da 6ª Raça, ou 6ª Trombeta, que modificará a Substância e a sua vibração (som).
Um político Antigo disse que poderia mudar os comportamentos das pessoas se tivesse o poder de eles só ouvirem a música de sua escolha. O nascimento da 6ª Raça é mudar a Matéria e a Substância dos nossos veículos por outra. A música popular que hoje nos transmitem é o espelho da Era de trevas que domina o mundo e provoca o Dia de Juízo. As duas Raças do futuro serão Raças de Substância superior à da 5ª Raça Ariana, portanto, de Qualidade Espiritual.
O início da Era Cristã caracterizou-se por lutas político-religiosas do tipo revolução cultural. A revolução cristã foi cultural e odiosa no mau sentido político (Maoísmo ”avant la lettre”). A incapacidade de poder saber e a falta de saber andam associadas. As transformações operadas pelo Cristianismo (que é a mais científica e linda das religiões, se souber a “chave” de símbolos), foram uma espécie de cura! Em todas as revoluções culturais sangrentas, quem contesta a ideologia é eliminado. Na Revolução terrorista Cristã foi assim: não acreditava que Cristo era o único Filho de Deus: morte! Defendia a preexistência ensinada pelos primeiros padres, na Escola de Alexandria, por gnósticos, e largamente conhecida nas outras culturas. Ser tolerante para todas as religiões: morte! Ser vegetariano: morte! Ser ciente da preexistência do Ego e da Evolução para a Perfeição; morte! 
Qual é o significado da descoberta dois anos antes de uma outra idêntica, em 1947, nas grutas dos arredores de Qumran, uma antiga povoação de Essénios ([2]), fundada cerca do ano 100 AC? Refiro-me aos Rolos do Mar Morto encontrados nas cavernas junto da margem daquele Mar. Os achados na primeira caverna de Qumran, continham os textos seguintes: Comentários aos Livro de Habacuc; O Livro de Hinos ou Salmos de Acção de Graças; A Guerra entre os Filhos da Luz e os Filhos da Sombra; e o Génesis Apócrifo. Em 1952, descobriram outros manuscritos em cavernas próximas. ([iii]) No Cosmos não há Acasos, tudo tem uma razão de ser! As moedas recolhidas no local datavam de 130 AC a 70 AC, o tempo onde temos de situar o Mito Cristão, um século antes. Se havia Cristianismo um século antes de Cristo é porque Cristo é anterior à data adoptada. No Códex Nazareu diz-se que João Baptista já baptizava há 42 anos quando baptizou Jesus. Nasceram ao mesmo tempo e Jesus, dizem eles, morreu aos 33 anos!? É uma trapalhada!
Os propalados, mas postos em segredo, Textos do Mar Morto estão arquivados, no Museu de Israel, em Jerusalém. Os textos, sem dúvida de um ensino ministrado no século I A.C. na comunidade Essénia, confirmado pelos materiais e moedas recolhidas no local, trouxeram ao nosso conhecimento o Mestre da Rectidão ou Mestre da Justiça (Moré Hassedeq), Mestre da comunidade, dirigida por um Conselho dos 12, como os 12 Apóstolos de Jesus. Um Mestre não morre e tem poderes insondáveis! Os textos são escritos em linguagem cristã. Foi informada a data de nascimento de Jesus.




[1] No tempo das fogueiras inquisitoriais queimavam-se os textos de sabedoria herética, oculta, para a eliminar. Dizia-se que os textos sagrados não ardiam, só os falsos.
[2] Essénio eram «Assaias», curadores que faziam uma medicina com acesso aos outros Planos e corpos subtis do Homo. O Ebionita era um Nazar, separado, de uma escola de mistérios para Iniciados, que tinham alcançado o total desapego de teres, de bens terrenos. Os Nazarenos eram pobres por serem espirituais e não temporais. Não podemos incluí-los nos Essénios, que tinham uma base popular mais ampla. Todas as doenças começam na mente perturbada sem a poder tranquilizar.




[i]     Jean-Yves Leloup, L”Évangile de Thomas, Spiritualités vivantes, Ed. Albin Michel.
      O Evangelho Segundo Tomé, Editorial Estampa, Lisboa, 1992.
[ii]     Jean-Yves Leloup. Prendre soin de l”être. Ed. Albin Michel
[iii]    Jean Danielou, The Dead Sea Scrolls and Primitive Christianity, A Mentor Omega Book, N. York 1958.
      E. Laperrrousaz. Os Manuscritos do Mar Morto. Rés Editora. Porto

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