quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A Demanda do Graal e as Três Forças do Graal

 Para alguns estudiosos do Graal, o cálice que serviu à última ceia e onde José de Arimateia recolheu algumas gotas do sangue de Cristo, representa a união ao Eu Superior que representa o objectivo final da Evolução do 6º Reino, o Reino Humano e tem Três Hipóstases ou Substâncias: o Graal da Inteligência; o Graal do Coração; e o Graal do Espírito, ordenadas de baixo para cima. ([i])

Ao descrever as Trilogias ficou claro que na base de todos os processos cósmicos há Três Poderes ou Forças: a que corresponde à Sabedoria do Conhecimento ou Sapiência, que é um conhecimento de tipo objectivo ou científico e o pólo da Existência; a Sabedoria Ética relacionada com o pólo da Essência ou Qualidade do Ser que se manifesta no Eu; a Sabedoria da Unidade do Ser, do Amor Divino.

O Graal não serve para si-mesmo mas para aliviar a Humanidade e toda a Vida a alcançar a sua libertação ou os objectivos evolutivos. Portanto, aquele que não fizer a pergunta sacramental, «ó rei, de que sofres tu?» não é digno de transportar o vaso sagrado. Referimo-nos aos homens que sofrem.

Estamos no 3.º Dia da Humanidade em que o Senhor mandou Moisés dizer ao povo: «Estejam prontos para o 3º Dia, porquanto ao 3º Dia, o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo, sobre o monte de Sinai.» Êxodo 19:11. O Monte de Sinai é a cadeia de personalidades temporais, o Senhor que desce é o Monte Sião, o Eu Superior. Estamos no tempo em que a abertura entre os dois “montes” fará ver a realidade viva em nós. O Dia é precedido desta frase: «a glória do Senhor (Hod, a Lei dos Ciclos, Mercúrio, Ciência) era como um fogo consumidor no cume do monte...» O 3º Dia não é apenas a vinda do Senhor, do Eu Superior, mas o dia em que cessará toda a maldade na Terra porque será reduzida a cinzas. No Deut. 4:24 diz: «o Senhor teu Deus (o Eu Superior, é um fogo que consome, um deus zeloso.» «(...) a terra está contaminada e eu visitarei sobre ela a sua iniquidade, e a terra vomitará os seus moradores.» Lev. 17:14.

A Bíblia é o suporte popular do Ocidental a que recorremos para desfazer as falsas ideias e reconstruir a Verdade interpretando correctamente os seus Mitos. A classe educada devia saber que houve erros e censuras. Se ignoram os símbolos do Esoterismo são incapazes de decifrar o que lá está escrito e dou aqui exemplos «chocantes» para vos obrigar a ver. Sem Sabedoria Divina, promovem o nosso sofrimento e impedem os homens de encontrar o Caminho e o bloqueiam-no. Jesus disse: «Ai deles os fariseus! Parecem-se com um cão deitado na manjedoura dos bois: nem come, nem deixa os comer.» L 102.

Quem não for capaz de «comer a Sabedoria», que é introduzir em si a Substância de Sabedoria que permite saber, não sabe e impede os outros de saberem. A literatura erudita é uma má literatura, de cão deitado na manjedoura. Por manjedoura indica-se a mesa do orçamento, mais dinheiro colmata a falta de Sabedoria!

As religiões passam a valer na medida em que transmitirem ou não a experiência universal dos Mestres. Se adulteraram o ensino com filosofias sem experiência, não são verdadeiras, nunca foram Filosofia. ([ii])  

Não é por acaso que desenvolvemos o Princípio Antrópico no princípio (manifestação) e no fim (evolução) desta Introdução ao Esoterismo. O conceito de Anthropos faz algum “frisson” aos menos esclarecidos na Filosofia dos Mestres, sobre a qual as religiões foram ensinadas. Ele é a visão do Homo Holístico, o Homo como Ser Divino, tão diferente das ideias comuns religiosas e científicas que vai custar a ver. Portanto, o Divino Anthropos desce na Matéria para se poder conhecer a si-mesmo. O Senhor Buddha descreveu que podíamos ter saúde física durante mais ou menos anos, mas todos sofríamos doença da mente e a nossa libertação passava pela cura dessa doença.

Quando se diz de Espinosa que era um libertino que «deitava por terra os fundamentos tradicionais da religião, da moral e do Estado», «um crítico de todas as religiões que nem abjurou a religião dos Judeus nem abraçou a fé cristã», sendo assim muito mau judeu e não melhor cristão, estamos a falar de um verdadeiro estudante da Filosofia Divina que nada tem a ver com as filosofias sem dados experimentais dos diferentes Planos. As religiões e a ciência materialista têm de ser Libertadas. A ignorância do ensino dos Mestres faz os psicólogos e psiquiatras defenderem posições duvidosas. Por exemplo, Gilber Ryle (The Conception of Mind) diz textualmente: «ou existe mente ou existe corpo (…), mas não ambos.» Talvez entendam a génese de dores fantasmas, membros fantasmas e perturbações que não têm base orgânica mas são lesões das substâncias de outros corpos

[i]     John Mattwes. The Grail. Quest for eternal. Ed. Thames e Hudson.

[ii]     François Châtelet. A História da Filosofia. Ed. CL. 4 Vol.

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