quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Libertação da separatividade. Globalização. V Império

«Em tempos, as religiões do mundo ensinaram as pessoas a demonstrar reverência pelas água da vida. Em contraste, a nossa «civilização» industrial tem agredido o nosso mais precioso recurso.» ([i]) Muitos, envaidecidos pelas conquistas tecnológicas, representam o aspecto xamânico da ”regressão” da mente; conseguem ser, ao mesmo tempo, ateístas nas Universidades, aos dias de semana, e teístas na missa aos domingos.

Dizia S. Paulo que tinha imenso desejo de morrer e estar com Cristo mas tinha por igual a vontade de permanecer na carne para o vosso bem. Este Mestre acrescentou: “A lei existe para que o erro exista em abundância.” Assim sabemos sempre que algumas coisas não devem ser feitas. Porém, quando se ultrapassa um certo patamar, a infelicidade é tanta que, sem uma ajuda é impossível viver quando tudo o que fazemos é contrário às Leis Divinas e por acumulação é, fortemente, autodestrutivo. Um modo de”escape” é ter o Poder de transferência da Coluna da Lei para a Coluna da Qualidade do Ser ou Ética. «Se foi pela Graça já não é em função de obras: de outro modo a graça deixa de ser graça.» Rom, 11, 1-6. «Onde o pecado abundava, a graça tornou ainda mais abundante.» É a chave da vida, o pecado abunda mas a resposta tem de ser, não o rigorismo da lei mas a capacidade de valorizar a Qualidade libertadora da Lei.

A diferença entre os tempos modernos e a Antiguidade, em que o sagrado estava nos templos, é a seguinte, como diz o Apocalipse: o Templo já não existe porque tu mesmo és o Templo; Cristo revela-se em nós mesmos. O acréscimo de poder dado pela Ciência e a globalização incrementaram o poder do mal mas paralelamente houve uma melhoria do poder de cada um alcançar o Mundo Espiritual. Os dias de Brahmâ, de Deus, são muitos milénios, todavia, como as reencarnações são espaçadas e com poucos resultados evolutivos, talvez haja pouco tempo para aprendermos a nos salvar pelo Bom uso dos Poderes inatos que temos. Se quisermos sair da lógica egoísta do Eu inferior, temos de pensar menos na nossa Salvação e mais em esclarecer e ajudar o mundo.

Um Sufi, os verdadeiros religiosos do Islão, que foram perseguidos e marginalizados pelo Islão disse: se a devoção que sinto é para me livrar do inferno, que Allah me condene ao inferno; se é para atingir o céu, que Allah faça com que nunca o encontre; mas se é pelo próprio Amor Divino – Allah me ajude a encontrá-lo.

O problema do Conhecimento é reconhecido no Eclesiastes com muita clareza: «Detesto a vida, ao ver que é mau tudo o que existe debaixo do sol» (Eclesiastes 2:17) para logo acrescentar: Não há nada melhor para o Homem que comer, beber e gozar o bem-estar, fruto do seu trabalho». (Ec. 2:24). Não podemos recusar o que Deus nos deu para Evoluir, mas não podemos ficar dependentes disso, transformados em pedra. «Todas as coisas têm o seu tempo: um tempo para nascer e um tempo para morrer, um tempo para plantar e um tempo para arrancar o que se plantou;... um tempo para chorar e um tempo para rir; um tempo para se afligir e um tempo para dançar;...um tempo para dar abraços e um tempo para se afastar deles; um tempo para adquirir e um tempo para perder; ... um tempo para calar e um tempo para falar...» Existe uma força evolutiva direccional.»

O ensino do Mestre serviu para encontrar chaves que abrem muitas portas do Conhecimento e me dão a experiência que o Mestre precisa que eu adquira, sem a qual, para nada sirvo. Serviu para corrigir descrições dos que, não tendo usado o método científico de investigar, cometeram erros. Estou a dar alguma ênfase ao problema dos Ciclos porque há um ignorante vazio religioso e a atitude é: experimentar tudo. No sXX, iniciou-se uma nova Idade Astrológica com Sete Ciclos de 308 anos, divididos em quatro períodos de 77 anos. Se procuram símbolos de Idades, propunha-vos considerarem Cinco Tempos Civilizacionais em relação com quaisquer Cinco Passos algorítmicos de Caminho na Arvore da Vida, não os da Antiguidade (o Quaternário + Um), sim o próximo de F. Pessoa. No Ocidente seria: Grego, do Fundamento; Roma, do Pensamento, Glória; Europa Cristã, de Karma-Nemesis, Vitória; Europa pós Descobertas, da Harmonia entre opostos, ligação entre o Espiritual e Temporal; O último desta Civilização, a Unidade da Vida, a divinização do Homo pela regência a partir de Buddhi-Manas, a alma do filho do Homem.

Relacionamos a Trino-Sabedoria dos Mestres com os Erros Culturais para Partimos da tese Bíblica: «Vós sois deuses e vós outros sois todos filhos do Altíssimo.» «Levanta-te ó deus, julga a terra pois te pertencem todas as nações (melhor, vivem em ti todas as nações, és responsável).» Salmos 82:6 e 8.



[i]     Jonathon Porritt. Salvemos a Terra. Ed. CL. 

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