quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Fariseus de Religião e de Ciência, por incapacidade evolutiva

 

Estudar em vez de crer, praticar em vez de especular, procurar as causas e não se limitar aos efeitos. Quando o objectivo é estudar Religião-Ciência há uma reactivação das dificuldades por obra da má Egrégora das igrejas incultas. Quem vier da Ciência prepare-se para ter muitas dificuldades com os «doentes» que vai encontrar e que tornam o ensino irracional, dando uma péssima imagem da nóbil Sofia! Se a mente estivesse sã era-lhe impossível aceitar, como reais, histórias do tipo: Deus fez o mundo em seis dias e descansou ao sétimo; criou o Adão de barro e a Eva de uma costela de Adão; comeram a maçã e foram expulsos do Paraíso; tiveram dois filhos, Abel e Caim, e o segundo matou o primeiro; etc. Habituado a ver a Religião como a submissão ao poder instituído, condição da boa vida material dos espertos, um professor universitário vai com os filhos à Missa, aos domingos, onde professa o Criacionismo, a vida única, e ensina o Evolucionismo nos dias de semana. Os factos religiosos assinalados na Bíblia estão certos. Porém, um Dia do Criador ou Dia da Criação não é um dia mas 4 320 000 000 de anos; Adão de Barro é do período Cretáceo; Abel corresponde ao nível da mente do Eu Superior e Caim à Personalidade. São símbolos da Ciência. Cito a Bíblia para corrigirem as más «imagens! A virtude deste livro é lembrar-vos que os Mestres deram-nos as boas imagens de Religião-Ciência que permitem afastar as más.

As Leis Temporais são necessárias ao desenvolvimento; atingido o objectivo, há de centrar-se acima, e esperar que a energia acumulada em baixo se processe. Em cada ciclo existe uma determinada força, mudar de ciclo é mudar de força, de número. Procuramos novos paradigmas. A Ciência quer libertar-se da ditadura religiosa, embora mantenha a dialéctica religiosa. Uma postura não-religiosa por um lado, e uma maravilhosa eficácia na solução dos problemas humanos, gerou uma atitude de benevolência e receptividade ao conhecimento científico. Porém, muitas doutrinas científicas não foram geradas num estado de mente limpa e pura. Os cientistas viciados nos dogmas da religião fazem, demasiadas vezes, anti-religião e não Ciência e o Materialismo atrai quem procura a satisfação de prazeres, livre da responsabilidade de ter um Desígnio Divino que o leva a abdicar dos prazeres, para a felicidade de toda a Vida. A Humanidade está a ser drogada pela via científica, por uma anti-religião: viemos dos tempos em que a religião era o ópio do povo, a ciência quis ser o «anti»“ópio do povo” mas não distinguiu entre a libertação religiosa pela Sofia dos Mestres que as religiões preservam e o ópio das dependências emocionais. Há uma patologia inerente ao modo de formular a Ciência, que tem de ser tratada (Ciência ou Sofia é dos Sete Planos do Cosmos e não de apenas do que é acessível aos cinco sentidos e ao pensamento) e substitui a falta de Qualidade da Ciência (a Ética) por expansões emocionais, que é a resposta animal à Qualidade. Sem as Leis Divinas Fundamentais não há solução para os problemas que necessitam de mudanças estruturais, de raiz, da sociedade, e não mudanças cosméticas com o rótulo de solidariedade, humanismo, liberdade, etc. Se não aceitarem fundar a sociedade e a civilização na Religião de todas as religiões não há soluções.

Nos Oito Passos para a Salvação ensinados pelo Senhor Buddha os Cindo primeiros: Compreensão Justa, Pensamento Justo, Palavra Justa, Acção Justa, Meios Justos representam uma mudança de orientação da Vida. Os três Passos restantes, do Caminho dos Oito Passos, referem-se a uma relação com o Divino. Estamos confrontados com doenças e problemas sociais insolúveis por ignorância da verdadeira natureza humana, o conhecimento de si-mesmo.

Na recuperação de drogados a base do tratamento é: o comportamento do doente face à doença; face aos tratamentos; face ao meio ambiente; face à sociedade. ([i]) Esqueceram de acrescentar o mais importante porque não sabem: o comportamento do doente face a si-mesmo como ser Espiritual e Divino. Todos os itens citados são questões processuais acompanhantes do processo, mas não a sua causa original. Por razões ideológicas – ver tudo as partir da Matéria e não do Espírito, distorcemos a realidade porque tendo sido ensinada pelos Instrutores da Humanidade o ensino não é reconhecido. Na análise daquilo que temos para resolver vimos que qualquer progresso evolutivo só pode ser alcançado, seja qual for o problema, se adoptarmos a sequência cósmica que Buddha ensinou e é repetida nos sistemas posteriores com outras formulações analógicas, muito esclarecedoras. Dou como exemplo a profilaxia da Sida, o autor equaciona: mudanças de práticas sexuais; promiscuidade nas grandes cidades; prostituição; frequência das doenças sexualmente transmitidas; hábitos alimentares; efeitos psicológicos do modo de vida. Por outras palavras, sistematizou algumas das relações periféricas e procura satisfazer as necessidades do animal; nem uma palavra sobre as necessidades do Espírito, a razão de todas as causas. Verificada a inoperância da receita e das «manipulações» proclama:”agarro-me a qualquer futuro; é necessário viver com discursos palpáveis, dar utilidade ao silêncio; ajudar até cair de cansaço; amar até se reerguer; aprender a simplicidade perante o indizível”.... Uma explosão afectiva de quem se sente perdido!

A tóxico-dependência ou se cura desde a nascença ou suporta-se! A falta de uma Religião-Ciência é tão má como a carência de um aleitamento adequado, ou subnutrição da criança que lhe causa lesões cerebrais permanentes e a torna incapaz de aprender. O problema é a incapacidade de viver como um ser humano e orientar a vida perecível pelos valores do seu Eu Espiritual Imperecível. Ser drogado ou não ser drogado, pelo «ópio do povo» ou do «passador de droga», pouco difere. Todos estão drogados de tanta coisa...!? Desde 1950 há psicotrópicos cada vez mais poderosos e apesar deles a mente está em guerra! A tóxico-dependência é uma das doenças da mente, com componente orgânica, além das reconhecidas lesões da «alma», das substâncias dos veículos, por falta de apoio da Religião-Ciência, na família, ambiente, escola.

O erro e o mal são destrutivos de toda a Substância. É um processo analógico a abrir num computador uma disquete com um vírus que destrói todo o sistema e o torna irrecuperável. Entre os objectivos da evolução humana não está o Homem assumir-se como um animal, que não é, mas como "filho" do divino, que é. Em nenhuma circunstância o Homem aceitará teorias religiosas, científicas, filosóficas, em suma, culturais, contrárias à sua natureza. Se for discordante da sua natureza, não é verdade.

No contexto dos Dez Mandamentos e na mudança operada no Homem, da Queda para a Ascensão, houve uma mudança em espelho do II e III Princípios da Doutrina Secreta tal como no Pai Nosso (Ascensão) em relação aos II e III Mandamentos (Queda), importa aprofundar o II Mandamento – a proibição de fazer imagens ou semelhanças. Não pensem que é destruir todas as imagens de santos. (Ver Norman Cohn). Na Religião-Ciência chama-se imagens às imagens Divinas do Plano Búdico, da Intuição, no 3º Sub-plano chamado Âkâsha (o plano do espelho). Estas imagens reproduzem-se nos níveis de Âkâsha dos Planos abaixo, Mental, Astral e Etérico (Físico Superior ou Astral inferior). As imagens reflectidas são chamadas semelhanças. O Homo foi feito por Deus à sua imagem (búdico) e semelhança (mental, astral e física).

A memória determina registo nestes níveis e sabe-se que é preciso distinguir a «imaginação» um processo relacionado com a formação de imagens, da fantasia, algo sem relação com as imagens Divinas, a realidade. Daí o termo memória e reminiscências, sendo as reminiscências a relação com as imagens e semelhanças. À reflexão das imagens nos três Planos seguintes são os termos: 1. Imagem. Búdico, 2. Criação, mental, 3. Formação, Astral ou Éden e 4. Geração ou Físico

[i]     Lucien J. Engelmajer, O Dever de Acabar com Drogas e Sida, Le Pâtre.

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