terça-feira, 8 de setembro de 2020

O Fariseu, Homo Separado, e as Três Jóias Espirituais

As dificuldades em entender a alma colectiva portuguesa resultam desse conflito entre o superior e o inferior, entre Eros e Tanatos no sentido em que Freud o utilizou, com muita precisão. A pior coisa a acontecer ao Português é roubarem-lhe o Conhecimento Arcano, a sua arqueologia ancestral. Tem necessidade de regressar às suas origens natais e às suas origens Divinas, mais sonhadas do que realizadas. Os vícios adquiridos numa ocupação colonial do mundo tornaram o Português violento, consumista básico enquanto não despertar pelo Espírito.

O Fariseu. Se o Homo se libertar dos conflitos impeditivos da revelação da Verdade nele existente, fica em condições de assimilar o ensino dos Mestres. Se continuar escravizado, deforma qualquer tipo de ensino. Todo o conhecimento, a Omnisciência, e todo o Poder, a Omnipotência habita o centro do Homo. É ”filho” de Deus disse Cristo. O Ciclo de Necessidade por ter dois Caminhos (Margas) um de Descida na Matéria seguido de outro de Ascensão ao Divino, determina a separatividade cósmica que é parte do processo. O Senhor Cristo, com muito rigor etimológico, os chamou: Fariseus. Fariseu, do Gr. Pharisaios, significa: separados. Quem tiver como limite superior o mental é um fariseu. O Mental é o limite máximo da Personalidade, e do Mundo Temporal; não é o limite do Homo, consciente em três Mundos. Os Instrutores Religiosos têm de servir de referência porque não é possível ao Homo na fase de Queda na Matéria ter o vivido da sua identidade Divina.

Os doutos fariseus começam sempre as suas exposições por uma apologia do mental. A História do Homo é a história do pensamento, dizem eles. Não é verdade; a criatividade está acima do pensamento! Os rodriguinhos da verve bem pensante significam: ser ateu e agnóstico, em ar de desafio ao Universo. Alguém que só conhece o Cadáver e o Sepulcro, e o seu limite máximo é o Pensamento, o tecto do Homo temporal, julga-se detentor da Sabedoria. É um terço de Homo, ainda não é Homo, vangloria-se disso! A condenação dos fariseus não está em serem fariseus, porque isso é inevitável, os «filhos da mulher», ou filhos biológico de muitas mães e muitos pais, são fariseus. O”cadáver” é um fariseu, um dividido! Mas o Eu Superior, o Unificado, o «filho único do Homem», da Virgem, esse não é fariseu!

As Três jóias Espirituais. Buddha introduziu o Caminho das Três Jóias dos Mestres da Hierarquia de Compaixão: a Religião Ciência; a Presença dos Mestres; e sociedades de harmonia religiosa e científica. Embora exista uma recomendação especial do Senhor Cristo para nunca interpretarmos à letra os ensinamentos de Seres Divinos, com uma condenação formal dos fariseus por causa disso, a História da Reforma, no início do sXVI, e a contestação à rigidez doutrinária da Igreja, não se fez para revelar o espírito oculto dos textos Sagrados que, postos no altar, servem para «reprimir».

Encontrar o Caminho da união entre o Ego inferior e superior é ser capaz de ter acesso à Filosofia Divina que dá as referências justas. As Reformas religiosas interpretam o sagrado mais à letra, mais errado. Os ardorosos missionários passaram a andar de livro na mão para provar o que lá está escrito. Nunca houve uma dissidência religiosa para universalizar o Cristianismo como Sofia.

As dissidências religiosas são fúteis. Se o Homo não tiver acesso ao Eu Superior o seu limite superior é o mental; fica separado da sua natureza divina e o mal acontece! O que vos transmiti, se for aprofundado, permite-vos fazer, com rigor científico, os vossos X Mandamentos baseados na Ciência Divina. Então, sabem! Os cientistas, políticos, etc., autoproclamados ateus e agnósticos, e os religiosos de crença são fariseus. Os meios Protestantes usaram métodos inquisitoriais idênticos à contestada ortodoxia; quem procurava os caminhos do espírito, foi martirizado. Miguel Servet (1511-33), um notável anatomista ibérico, é um exemplo: queimado vivo em Genebra, é o Giordano Bruno do Protestantismo.

«Os homens bons espiritualizam o seu corpo; os homens maus materializam as suas almas (alma natural).» Whichcote.

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