Cultura
herética religiosa e a cultura ocidental
Existiu uma Cultura Cristã continuação da Cultura de Roma?
Muitos dizem: «não sei», nunca houve unidade cristã. Se a Cultura Romana é a
cópia da Helénica, as raízes Ocidentais são a Filosofia Grega de Pitágoras,
Platónicos, Aristóteles e Estóicos. Nos primórdios do Cristianismo havia uma
grande riqueza de expressões da Fé Cristã, algumas Esotéricas, secretas, tal
como hoje existe uma literatura Esotérica e Gnóstica paralela, que a Igreja
Cristã chamou herética por não ser a sua e ser Livre, não servil ao poder
material! O Cristianismo deu falsos Desígnios Divinos. É um diferendo entre
Cristo e a Igreja, não é da minha conta. ([i])
As correntes Gnósticas genuínas
do início do Cristianismo entre as quais se contava: o Hermetismo filiado na Tradição Egípcia; a Cabala da tradição judaica; o Maniqueísmo
afim do misticismo Persa, existente desde 200 A.C., a Maçonaria, etc., é
mal conhecido e foi sujeito a contínuas perseguições. Alguns destes movimentos
coexistiram com a ditadura católica e tiveram de mudar de nome devido aos
holocaustos de que é exemplo o Priscilianismo do norte de Portugal,
perseguido e extinto (séc. IV, séc. V). Os Maniqueus alteraram o nome
para Paulicianos (na Arménia) e Albigenses, Euquitas, Bogomilos
(na Bulgária), Cátaros do Grego catharos,
puros, e posteriormente Lolardos. Outros mantiveram-se católicos por
fora e preservaram interiormente a sua tradição esotérica, secreta.
Os Bogomilos devem o nome ao
Padre Bogomilo. Ainda hoje os historiadores e sociólogos, ao referirem-se ao
Maniqueísmo, Gnosticismo, Priscilianismo, etc., citam-nos como um mal
legitimamente perseguido. Nem uma palavra de denúncia da prepotência, nem um
interesse científico pelas verdadeiras causas pelas quais os homens foram
perseguidos e mortos. No Ciclo Devocional-devocional do Sexto Raio, Sexto
Sub-Raio (séc. XI a XIV) houve uma vaga de pura devoção, de vida espiritual
comunitária mais perfeita, com um entusiasmo transbordante. A vida virtuosa, um
conhecimento superior, e a coragem inaudita desta gente, aterrorizou o Clero;
as Igrejas começaram a ficar desertas. Os que foram pastores de si mesmos eram
uma crítica viva ao poderoso Igrejismo instalado.
A Cultura Ocidental Verdadeira é
a cultura dos heréticos esclarecidos. A cultura arrogante, persecutória de
outras fés, do tráfico de influências é das igrejas. Os Albigenses e Cátaros
são os heréticos mais conhecidos por terem dominado vastas regiões do Sul da
França, e irradiado quer para cá dos Pirinéus, quer para o leste e centro da
Europa. Encontramo-los no norte de Itália onde há uma tradição espiritual muito
grande, e na Europa Central, que deu o actual Mestre do 7º Raio. A heresia dos
Cátaros-Albigenses é dolorosamente recordada pelas Cruzadas de extermínio,
entre 1209 a 1229, com uma indescritível crueldade – crianças, velhos...
mataram todos, para que não renascessem das cinzas. As fogueiras dos padres,
ininterruptamente queimaram os mais respeitados, os Eleitos, os santos,
culpados de serem homens puros e bons, com uma visão mais correcta ou mais
espiritual da mensagem Cristã. Os heréticos que sobraram foram exterminados
pela Inquisição, a partir de 1330. Durante séculos martirizaram, torturaram,
queimaram, assassinaram milhares pelo crime de aspirarem a uma vida espiritualmente
mais perfeita!
A vida das Comunidades de homens
puros (Cátaros) era severa e disciplinada, como em qualquer aprendizagem
espiritual. Os Perfeitos revelavam-se
abertos às realidades do Mundo Espiritual pelo Baptismo do Espírito Santo, chamado: o Consolamentum. Após uma semana de jejum, confissão dos pecados,
purificações, a Graça (Qualidade) de Deus era transmitida pela imposição das
mãos. A palavra Consolamentum
relaciona com Consolador, o Espírito
Santo na Tradição Esotérica.
Outra bênção transmitida pelos
Perfeitos, segundo a técnica de imposição das mãos, era o Melhorament. Entre os Cátaros era frequente, quando alguém se
cruzava com um Perfeito, ajoelhar-se e pedir-lhe o Melhorament. Adiante encontram as relações entre as mãos, as Leis
Espirituais: da Graça (alma Crística) e da Ordenação, do Espírito Santo (alma
Humana), na Nova Idade do Homem.
O Homem comum quando sentiu a
Força de Libertação do E. Santo, primeiro imitou Jesus no caminho em que as
verdades superiores podem ser experimentadas. Depois, foi o da Libertação pelos
Valores. Os martírios e crueldades, impostos a heréticos, geraram a Força da
Libertação pela Ciência, também ela herética, que enfraqueceu o poder das
igrejas e das classes de privilégios, foi o 3º Tempo.
A Liberdade é Espiritual e
Religiosa, não é igrejista. A conquista da Liberdade e o nascimento da Cultura
de Ciência estão intimamente ligados e são um poder anti-igrejista, de Igrejas
culpadas da decadência Religiosa: Se a Igreja católica incinerou os de maior
Sabedoria, depois de os torturar, o anti-clericalismo é o centro da luta
política pela Liberdade. Não pense que o laxismo e devassidão actual e a destruição
política da Família, como reflexo da «Família Sagrada» é dos sem Fé. Os ateus e
agnósticos foram gerados pelas Fés de crenças. O que Cristo espera é, por aquilo
que me foi dado conhecer, que os doutores das Igrejas vejam o Cristianismo como
a mais perfeita Ciência religiosa. «Não batam no ceguinho», façam Ciência.
A temática da Idade do Espírito
Santo está associada à gestação do Novo Homem: gerarmos Cristo em nós e para o
gerarmos, necessário é diminuir o Mal organizado. O Espírito Santo é, pela Lei,
o Consolador dos bons para serem melhores, e o Destruidor dos maus. Os novos
tempos são a grande esperança de nascer o Homo Liberto dos seus opressores. No
início da Era do despertar do aspecto feminino, o guardião do Monte de Salvação
dos Cátaros era uma mulher, numa época em que a mulher ainda era acientífica e
tratada como demoníaca, de bruxa. A Inteligência que chega à humanidade por
influência do E. Santo, Senhor dos Cinco Raios, dá o exemplum como
Conhecimento.
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