quarta-feira, 1 de julho de 2020

DESPERTAR DA INTELIGÊNCIA MENTAL DO EMOCIONAL


Cultura herética religiosa e a cultura ocidental



Existiu uma Cultura Cristã continuação da Cultura de Roma? Muitos dizem: «não sei», nunca houve unidade cristã. Se a Cultura Romana é a cópia da Helénica, as raízes Ocidentais são a Filosofia Grega de Pitágoras, Platónicos, Aristóteles e Estóicos. Nos primórdios do Cristianismo havia uma grande riqueza de expressões da Fé Cristã, algumas Esotéricas, secretas, tal como hoje existe uma literatura Esotérica e Gnóstica paralela, que a Igreja Cristã chamou herética por não ser a sua e ser Livre, não servil ao poder material! O Cristianismo deu falsos Desígnios Divinos. É um diferendo entre Cristo e a Igreja, não é da minha conta. ([i])
As correntes Gnósticas genuínas do início do Cristianismo entre as quais se contava: o Hermetismo filiado na Tradição Egípcia; a Cabala da tradição judaica; o Maniqueísmo afim do misticismo Persa, existente desde 200 A.C., a Maçonaria, etc., é mal conhecido e foi sujeito a contínuas perseguições. Alguns destes movimentos coexistiram com a ditadura católica e tiveram de mudar de nome devido aos holocaustos de que é exemplo o Priscilianismo do norte de Portugal, perseguido e extinto (séc. IV, séc. V). Os Maniqueus alteraram o nome para Paulicianos (na Arménia) e Albigenses, Euquitas, Bogomilos (na Bulgária), Cátaros do Grego catharos, puros, e posteriormente Lolardos. Outros mantiveram-se católicos por fora e preservaram interiormente a sua tradição esotérica, secreta.
Os Bogomilos devem o nome ao Padre Bogomilo. Ainda hoje os historiadores e sociólogos, ao referirem-se ao Maniqueísmo, Gnosticismo, Priscilianismo, etc., citam-nos como um mal legitimamente perseguido. Nem uma palavra de denúncia da prepotência, nem um interesse científico pelas verdadeiras causas pelas quais os homens foram perseguidos e mortos. No Ciclo Devocional-devocional do Sexto Raio, Sexto Sub-Raio (séc. XI a XIV) houve uma vaga de pura devoção, de vida espiritual comunitária mais perfeita, com um entusiasmo transbordante. A vida virtuosa, um conhecimento superior, e a coragem inaudita desta gente, aterrorizou o Clero; as Igrejas começaram a ficar desertas. Os que foram pastores de si mesmos eram uma crítica viva ao poderoso Igrejismo instalado.
A Cultura Ocidental Verdadeira é a cultura dos heréticos esclarecidos. A cultura arrogante, persecutória de outras fés, do tráfico de influências é das igrejas. Os Albigenses e Cátaros são os heréticos mais conhecidos por terem dominado vastas regiões do Sul da França, e irradiado quer para cá dos Pirinéus, quer para o leste e centro da Europa. Encontramo-los no norte de Itália onde há uma tradição espiritual muito grande, e na Europa Central, que deu o actual Mestre do 7º Raio. A heresia dos Cátaros-Albigenses é dolorosamente recordada pelas Cruzadas de extermínio, entre 1209 a 1229, com uma indescritível crueldade – crianças, velhos... mataram todos, para que não renascessem das cinzas. As fogueiras dos padres, ininterruptamente queimaram os mais respeitados, os Eleitos, os santos, culpados de serem homens puros e bons, com uma visão mais correcta ou mais espiritual da mensagem Cristã. Os heréticos que sobraram foram exterminados pela Inquisição, a partir de 1330. Durante séculos martirizaram, torturaram, queimaram, assassinaram milhares pelo crime de aspirarem a uma vida espiritualmente mais perfeita!
A vida das Comunidades de homens puros (Cátaros) era severa e disciplinada, como em qualquer aprendizagem espiritual. Os Perfeitos revelavam-se abertos às realidades do Mundo Espiritual pelo Baptismo do Espírito Santo, chamado: o Consolamentum. Após uma semana de jejum, confissão dos pecados, purificações, a Graça (Qualidade) de Deus era transmitida pela imposição das mãos. A palavra Consolamentum relaciona com Consolador, o Espírito Santo na Tradição Esotérica.
Outra bênção transmitida pelos Perfeitos, segundo a técnica de imposição das mãos, era o Melhorament. Entre os Cátaros era frequente, quando alguém se cruzava com um Perfeito, ajoelhar-se e pedir-lhe o Melhorament. Adiante encontram as relações entre as mãos, as Leis Espirituais: da Graça (alma Crística) e da Ordenação, do Espírito Santo (alma Humana), na Nova Idade do Homem.
O Homem comum quando sentiu a Força de Libertação do E. Santo, primeiro imitou Jesus no caminho em que as verdades superiores podem ser experimentadas. Depois, foi o da Libertação pelos Valores. Os martírios e crueldades, impostos a heréticos, geraram a Força da Libertação pela Ciência, também ela herética, que enfraqueceu o poder das igrejas e das classes de privilégios, foi o 3º Tempo.
A Liberdade é Espiritual e Religiosa, não é igrejista. A conquista da Liberdade e o nascimento da Cultura de Ciência estão intimamente ligados e são um poder anti-igrejista, de Igrejas culpadas da decadência Religiosa: Se a Igreja católica incinerou os de maior Sabedoria, depois de os torturar, o anti-clericalismo é o centro da luta política pela Liberdade. Não pense que o laxismo e devassidão actual e a destruição política da Família, como reflexo da «Família Sagrada» é dos sem Fé. Os ateus e agnósticos foram gerados pelas Fés de crenças. O que Cristo espera é, por aquilo que me foi dado conhecer, que os doutores das Igrejas vejam o Cristianismo como a mais perfeita Ciência religiosa. «Não batam no ceguinho», façam Ciência.
A temática da Idade do Espírito Santo está associada à gestação do Novo Homem: gerarmos Cristo em nós e para o gerarmos, necessário é diminuir o Mal organizado. O Espírito Santo é, pela Lei, o Consolador dos bons para serem melhores, e o Destruidor dos maus. Os novos tempos são a grande esperança de nascer o Homo Liberto dos seus opressores. No início da Era do despertar do aspecto feminino, o guardião do Monte de Salvação dos Cátaros era uma mulher, numa época em que a mulher ainda era acientífica e tratada como demoníaca, de bruxa. A Inteligência que chega à humanidade por influência do E. Santo, Senhor dos Cinco Raios, dá o exemplum como Conhecimento.


[i]     Philippe Ariès e Georges Duby & Col. História da Vida Privada. Ed. CL, 5 Vol.


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