Na Tradição Cátara havia uma recusa em interpretar os textos
sagrados à letra. A letra dos textos mata (eles sabiam), porque o ensino
sagrado não é dirigido ao mental, e a vida só pode ser encontrada se
interpretarmos o símbolo, intuitivamente, acima do mental. O esforço
hermenêutico permite para ganhar experiência.
É surpreendente como os
verdadeiros cristãos, os do catecumenato, conseguiram preservar uma Religião
com um ritual maravilhoso. Quem compara os dados da Ciência Esotérica da
Religião Cristã e da Tradição Universal com as doutrinas aceites e impostas
pela Igreja, toma consciência dos grandes desvios, dos traumatismos psicológicos
impostos à Humanidade, e do muito a fazer para abrir a mente Ocidental à Verdade
existente no Homo e no Cristianismo. Bastaria um estudo comparativo do Pai
Nosso à luz da Árvore da Vida, em comparação com os X Mandamentos e com os
dois principais Caminhos de Libertação, o dos Oito Passos do Senhor Buddha
e o de Nove Passos de Shankârâchârya, para
verem as transformações operadas. Se definirmos Cultura - “a transformação pela Inteligência”,
vemos nascer a estrutura de um Novo Homo de que todos falam e não sabem.
É preciso conhecer o Cabalismo
Cristão e o tipo de transformações operadas na Árvore da Vida, de posterior ou
de Descida, para a anterior, facial, de Ascensão, que leva a nova sequência do
lado do Som (santificado seja o Vosso Nome), para a Imagem (venha a nós o Vosso
Reino, não fazer imagens falsas) e a subida do Reino para o interior do Homo na
coluna do meio, e os equivalentes nas descrições Orientais, tivesse eu o espaço
de um livro e o leitor preparado para o ler e experimentar por si mesmo.
A Religião Buddhista é a única
que não iniciou guerras religiosas. Depois da perseguição sangrenta na Índia
movida pelos missionários, os Buddhistas têm sido sujeitos a um genocídio
sistemático. No início do século, havia igual número de Buddhistas e Cristãos;
hoje há 1 Buddhista para cada 5 Cristãos. Adoptei a grafia Sânscrita para
sentirem que o Buddhismo não é uma Religião igual a outras porque o nome é:
Sabedoria. F. Pessoa não viu o significado do Buddhismo nos primórdios da
Filosofia Grega e de todos os sistemas espirituais ou religiosos que dele emanaram.
Porém, Pessoa faz uma análise do Cristianismo numa base de investigação: «só
o Cristianismo tem o preciso carácter sincrético: formado com a base da metafísica
grega, distribuído com a base do imperialismo romano, construído já com um
sincretismo que inclui as religiões orientais, incluindo aquelas de onde o
budismo emergiu... O que não poderá ser é o cristianismo católico. Esse
tornou-se incapaz de um sincretismo novo». O
Poeta não distinguiu o Sincretismo do Holismo, um conceito desenvolvido
posteriormente. As necessidades do Homo novo não passam por uma
religião nova, mas a Religião das religiões, a Religião Integral, de todos os
tempos, que o Cristianismo devia ter sido!
A procura da Verdade está
bloqueada pela acumulação de falsidades desejadas. Uma limpeza da mente, o
suficiente para vislumbrar a verdade em nós, a coragem de assumir as Leis
existentes em nós, e as suas consequências, é o primeiro passo. O segundo, é
treinar uma mente científica. O terceiro, sendo os desafios aqui lançados em
tudo ao contrário das ideias vigentes, e sendo justificados em Ciência
Espiritual, o leitor terá de procurar em outros textos, os conhecimentos
necessários. Então vê porque a Libertação, a da mulher em especial, só pode ocorrer
pela Ciência (Sofia) com mudanças estruturais e não com revoluções políticas
ignaras e egoístas. Há uma nova Árvore da Vida! O diferendo entre doutrinas metafísicas:
Cristo é consubstancial ao Pai (Atanásio, 295-373), ou Cristo não é igual ao
Pai, é apenas uma criatura (Ário) - doutrina condenada em 325 no Concílio de
Niceia, deu um sangrento holocausto, porque o Cristo criatura, na opinião
deles, não concedia à Igreja o estatuto de ser fundada pelo próprio Deus, para
fazerem do Cristianismo uma religião de supremacia sobre todos os povos.
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