Podemos dizer que a data da Iluminação do Senhor Buddha
representa para a humanidade uma mudança cósmica na Evolução, ao ser possível
inverter o Caminho de Queda na Matéria para o Caminho de Ascensão. O Senhor
Buddha ao Iluminar a Humanidade mudou a própria Evolução para que a salvação
dos homens fosse mais fácil. Aqueles que teriam preferido um calendário em que
o ano 2 000 correspondesse a 2 544 B. E., “Buddha
Enligthment”, têm razões
para o fazer, porque a partir desse dia a humanidade é cada vez mais capaz, por
si mesma, de percorrer o, ainda longo, Caminho de Libertação. ([i])
O Caminho de Oito Passos de Libertação do Senhor
Buddha foi aprimorado mais tarde,
no Jñâna Yoga, em um Caminho de Nove
Passos, por Shankârâchârya (um Ser de Vénus, Kumara, vindo no Cretáceo). O
Passo acrescentado representa a demanda do Graal que é aceitar que vosso é o
Reino, o Poder e a Glória para todo o sempre, que neste método de despertar
é apresentado como Resignação ao Divino ou Contentamento –
revelar a alegria imutável que é a presença do Divino no Homo. Na Estátua da
Liberdade é subir dos Pés à Coroa.
De um modo crescente haverá a aproximação das culturas e das
religiões convergindo todas para a Religião-Ciência do Templo de Deus no Homo.
Com o despertar das novas qualidades do Homo, as diferenças radicais entre
culturas evoluem para a Verdade que a todas transcende e daí resultará uma
grande tolerância que é a comunhão da Verdade. Naturalmente, estando todas as
religiões voltadas para a Verdade, elas preservarão aquilo que as torna uma
jóia de Sabedoria, a sua Beleza e formulação própria, mas terão em comum as
Leis Divinas: Evolução; Karma; Ciclos ou Reencarnação; Harmonia polar ou
subordinação do inferior ao superior espiritual; um vivido da Inteligência com
que todas as coisas são ordenadas; o modo como o Espiritual se reflecte no
Temporal; e o vivido da Unidade da Vida com respostas cada vez mais fortes às
injustiças sociais, exploração dos seres abaixo do Homo, cuidados com o meio
ambiente, etc., numa perspectiva de vida comum e de comunhão. Por agora, há uma
reacção sentimental, dos que vivem para emoções com forte carga sensual ou que
exploram a sensualidade que é ainda o núcleo duro da humanidade. Para
compreenderem o modo como a violência e o medo tornam o Homo mais mortal pelo
desencadeamento dos mecanismos defensivos
de recalques, descrevo a
sistematização dos Psiquiatras:
Repressão é o
mecanismo mental activo mas inconsciente, através do qual as ideias ou impulsos
inaceitáveis para a consciência são suprimidos por ela e impedidos de entrar no
estado consciente. Se a
colectividade é compensada por mecanismos defensivos, reprime certos
conhecimentos inatos, exemplo, a Reencarnação, geram-se patologias psicossociais
de vários tipos:
Amnésia - perda da memória de uma experiência.
Negação - hostilidade contra quem aflore o
problema.
Sofismar
e argumentar - sobre dados incompletos de modo a encontrar justificações
contrárias à realidade, como é o caso alguns aspectos, de natureza psicológica
e não científica, da doutrina Darwinista da Evolução. Muita gente vem para instituições
de ensino de Sofia não para estudar mas para emitir as suas opiniões sobre as
quais tem nula experiência.
Dissociação - homens inteligentes conhecedores das
insuficiências e impossibilidades do ensino Cristão oficial, assumem-se como
católicos praticantes e reivindicam uma superioridade.
Retorno
à mãe - procura de um estado primordial, equivalente a um retorno ao útero,
uma patologia muito destrutiva, onde a vida instintiva egoísta pode ser
assumida sem oposição da consciência moral. Muitos psicopatas criminosos caem
neste grupo. Em alguns casos, o retorno a um tempo primordial pode
manifestar-se por um retorno à Igreja; não porque se concorde com a sua
mensagem mas porque representa uma regressão
ao útero, à infância. Não esqueça
o símbolo «Deus pôs os Querubins com espadas rodopiantes que desfazem
quem fizer isso.
Síndromas
involutivas - nas sociedades
doentes a homogeneidade social é cada vez mais atingida em níveis mais baixos.
Tende para regredir a sociedades arcaicas ou a comportamentos colectivos
animais. Por exemplo, o Homem filho do macaco. Assumir os instintos sexuais na
sua máxima animalidade. Sujar o ambiente porque lhes é intolerável a ordem e a
limpeza. Usar linguagem de grupos marginais. Poderia citar um enorme conjunto
de síndromas subsidiárias de Fenómenos Regressivos, propagadas nas sociedades
do Ocidente, debilitadas por uma crise de valores. Entre os Fenómenos Regressivos estão os gestos de
submissão ao chefe, ritual dos actos de submissão, como fazem os lobos,
macacos, etc., em relação ao animal mais forte. São estudados na Etologia. Mas
o Homem não é um animal! Porém, é verdade que cada um acaba por ser o que
acredita.
O recalque reporta-se à repressão sexual, mas pode
ser encontrada em várias áreas. A repressão é parte dos mecanismos de defesa: estratagemas psicológicos que defendem a
Personalidade de um conflito entre o Eu Superior, a consciência moral e os
impulsos instintivos. ([ii]) Dei importância
aos mecanismos defensivos dos recalques, porque não podemos inventar
explicações. Se sabem que existe um inconsciente colectivo com os seus
conflitos, que mudam a capacidade de ser Verdadeiro, têm de os admitir. Não há
mente objectiva, sem a cultivarem primeiro. Investigar por métodos exactos não
chega, se não tiver a mente com capacidade desenvolvida para os sistematizar.
Não apresente conhecimentos que bulam com a estrutura da mente sem fazer uma análise
dos efeitos colaterais.
O desprezo pelas religiões,
nunca estudadas à luz da Religião-Ciência, desacreditou o que os crentes julgam
ter sido o ensino dos Instrutores religiosos e a classe educada despreza-os
pois nada entende mas usa-os para os seus interesses. As falsas representações
geram forças vivas e inteligentes a que chamámos”vírus” da mente e os
evolucionistas chamaram «Memes», e deduziram que os Memes lutavam
entre si pela sobrevivência dos Memes mais fortes. As sociedades
afectadas por Vírus Psicológicos (Memes) e
Recalques da Mente, ao criarem estádios
de desordem e desacreditação da Lei e do Bem, da essência do Homem, que ficam a
sofrer de índices elevados de criminalidade e reagem com uma forte actividade
legislativa, para defesa da legalidade. As sociedades de homens livres regem-se
por direito consuetudinário, não escrito, por normas nascidas do coração, com
menos aparelhos jurídicos e policiais para manter a ordem. Os tecnocratas escravos
do sistema não têm liberdade de viver Sabedoria. O materialismo científico
escarneceu-a. ([1])
As questões ignoradas pela classe educada dão origem a
políticas obscuras, e dão no foro cultural obras demagógicas e conflituosas,
onde se procura um contra-poder, através da manipulação passional dos «crentes»
do Padre Eterno ou do «Padre Marx» das revoluções proletárias que ensanguentam o mundo contemporâneo.
Os símbolos da Matança dos Inocentes, de José, o Carpinteiro, e da Virgem Maria, no Mito de Jesus, têm
analogias na vida de Krishna, e de outros Salvadores, em antigas Trindades.
Bastaria isso para ver que a descrição era um Mito, uma verdade científica de
outro nível. Na mais antiga Trindade conhecida, a Védica, o segundo Aspecto, Agni, o Fogo plástico, ou Cristo, também
era representado como filho do Carpinteiro
ou de Tvachtri, o Divino Artista. Sendo um Mito, o Carpinteiro
é uma figura cósmica e não apenas terrena. É um Carpinteiro espiritual (cuja
Ciência é o étimo) e não de artes da madeira (à letra).
O Mito do Nascimento de Jesus exprime o seguinte:
Cristo, na sua manifestação no Mundo Rupa ou Mundo da Forma, é filho de um
Princípio modelador das formas, representado pelo Carpinteiro, assim era designado na Antiguidade o construtor de
carros, do Quaternário, a Personalidade Humana, o Homem Temporal. Portanto,
a expressão de Cristo como modelador do Quaternário é representada por Cristo Filho do Divino Artista, de José. Nessa
Trindade: Agni é o Cristo, Maya ou Maria a sua mãe, Tvachtri é S. José. A Matança dos Inocentes, são os Elementais
e formas-pensamento. É descrita na Mitologia Grega, por exemplo, na morte
involuntária de Acrísio pelo disco de
Perseu. Perseu, um herói divino, ao lançar o disco (Sol), mata,
involuntariamente, o avô Acrísio,
como fora profetizado. Dizia o Mito que o Avô de Perseu, Acrísio, tinha sido
avisado de que seria morto pelo neto (a criança). E assim aconteceu: Perseu, ao
lançar o Disco, nos Jogos Olímpicos, mata, acidentalmente, o avô. Precisamos do
consentimento da alma familiar para abordar o Caminho Espiritual. Quando o Homem
completa a sua evolução e é Iniciado na Hierarquia de Compaixão (de
Melquisedeque), ao exprimir valores solares, simbolizados pelo disco lançado
pelo herói (iniciado), acontece-lhe como a Perseu: mata o avô Acrísio. Avô é o
símbolo do Homem Velho, da Personalidade,
fruto da evolução animal. O nome Acrísio: falta
de discernimento. O Discernimento é o primeiro passo do Caminho do Jñâna Yoga, o Yoga do Conhecimento.
Eliminar a falta de Discernimento com valores Solares, do
Espírito, é o Caminho Espiritual. O Iniciado, Liberto, elimina não só a falta
de Discernimento (acrisia) mas todas as limitações da mente (de si mesmo e do
colectivo) de um modo mais ou menos alargado conforme o seu poder e as
necessidades colectivas.
A ignorância activa pode ser contaminações pelo Vírus da Acrisia. Os Inocentes morrem,
tão fatalmente, como o avô (Homem velho) Acrísio, de Perseu. A Matança
dos Inocentes é também a matança de formas de Acrisia, das
formas-pensamento que afectam as estruturas da mente no Homem individual e colectivo.
O Discípulo Iniciado na Hierarquia de Compaixão recebe o poder de
eliminar os Memes da Acrisia. O Mito
tem analogia com o Mito de Theseu, um exemplo de herói relacionado com os dois níveis de consciência.
Contemos a história: Theseu, cujo
nome significa: o que jaze na Terra
tinha provavelmente um gémeo. É o simbolismo de todos os Gémeos: Rómulo e Remo;
Abel e Caim; Idas e Linceu; Castor e Pólux; Héracles e Íficles, etc. É um modo
de representar os dois níveis da Mente: da Personalidade e do Eu Superior. Teseu
era a Personalidade; o gémeo (divino) era o Eu Superior. A mãe de Teseu
havia tido, na mesma noite, relações sexuais com um deus e um mortal, e daí
nasceu, do Deus, o Eu Superior (equivalente a: Abel, Rómulo ou Quirino, a
Criança); do mortal ou perecível, a Personalidade (equivalente a Caim, Rómulo,
o Velho). É a res extensa e a res cogitans.
A Theseu ou Teseu foi concedida a Espada
do Desprendimento do mundo e as Sandálias
da Evolução no mundo, para ele tirar debaixo da pedra (Atma) quando tivesse 16
anos. Ele teve de entrar no Labirinto, Mundo da Forma, porque o rei Minos de Creta tinha de dar 14 jovens
para lançar ao Minotauro (no Labirinto). Os Atenienses (filhos do Eu
Superior no aspecto descendente) haviam matado o seu filho Androgeus (o Unificado),
ao tornarem-se polarizados sexualmente. Os 14 jovens são o Homem evolutivo, o
Septenário dividido em pólos de Luz e de Som.
Theseu foi capaz de matar o Minotauro,
com a ajuda do fio de Ariadne ou Ariagne (Fio, Sutratman, literalmente Fio do Espírito), que o salvou de se
perder no Labirinto, mas falhou em casar com Ariagne, o Eu Superior por não ter
podido ultrapassar Dionysus (Lei do
Karma Nemesis), coluna da Compaixão), e acabou por ficar prisioneiro em Hades,
o inferno (onde foi à procura de Persephone),
mulher de Plutão, a morte, e de onde foi salvo por Hércules, um herói, um iniciado.
Como não teve sucesso em alcançar as 15 primaveras ficou retido no Cadáver e Sepulcro. Está retido no Mundo Temporal e não tem reminiscências do
Mundo Espiritual onde tem outro nível do seu Ser, ao qual não tem acesso.
Ganhe-se experiência de que Evoluir representa uma Queda de Matéria seguida de
Ascensão para o Espírito: há uma densificação necessária que tem de ser
vencida. Os Mitos dramatizam a Libertação, mas também são peremptórios: sem a
ajuda da Força Divina, do eu superior é impossível.
[1] O conceito de meme foi introduzido pelos
evolucionistas. Eles pensam que os memes são herdados e
sujeitos à luta pela sobrevivência. Esta concepção deriva do estudo do modo
como certas ideias mudam e se adaptam a novas realidades. Em Sofia, não são
seres hipotéticos são seres inteligentes e vivos (formas-pensamento) produzidos
pelos «pensadores», cuja vitalidade se relaciona com o poder que conseguem
alcançar na sociedade. Nesse sentido, a ideia dos evolucionistas é mais
verdadeira e objectiva do que supõem.
[i] C. V. Agarwal. The Buddhist & Theosophical
Movements. Maha Bodhi Society of India. 2ª Edição
alargada em 2001 (1ª Ed. 1993)
[ii] Denis Leigh, C.M.B.
Pare, John Marks. Enciclopédia
Concisa de Psiquiatria. Roche
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