sábado, 25 de julho de 2020

Tempo Antes e Depois de Buddha. Despertar Espiritual por Ciência


Podemos dizer que a data da Iluminação do Senhor Buddha representa para a humanidade uma mudança cósmica na Evolução, ao ser possível inverter o Caminho de Queda na Matéria para o Caminho de Ascensão. O Senhor Buddha ao Iluminar a Humanidade mudou a própria Evolução para que a salvação dos homens fosse mais fácil. Aqueles que teriam preferido um calendário em que o ano 2 000 correspondesse a 2 544 B. E., “Buddha Enligthment”, têm razões para o fazer, porque a partir desse dia a humanidade é cada vez mais capaz, por si mesma, de percorrer o, ainda longo, Caminho de Libertação. ([i])
O Caminho de Oito Passos de Libertação do Senhor Buddha foi aprimorado mais tarde,  

no Jñâna Yoga, em um Caminho de Nove Passos, por Shankârâchârya (um Ser de Vénus, Kumara, vindo no Cretáceo). O Passo acrescentado representa a demanda do Graal que é aceitar que vosso é o Reino, o Poder e a Glória para todo o sempre, que neste método de despertar é apresentado como Resignação ao Divino ou Contentamento – revelar a alegria imutável que é a presença do Divino no Homo. Na Estátua da Liberdade é subir dos Pés à Coroa.
De um modo crescente haverá a aproximação das culturas e das religiões convergindo todas para a Religião-Ciência do Templo de Deus no Homo. Com o despertar das novas qualidades do Homo, as diferenças radicais entre culturas evoluem para a Verdade que a todas transcende e daí resultará uma grande tolerância que é a comunhão da Verdade. Naturalmente, estando todas as religiões voltadas para a Verdade, elas preservarão aquilo que as torna uma jóia de Sabedoria, a sua Beleza e formulação própria, mas terão em comum as Leis Divinas: Evolução; Karma; Ciclos ou Reencarnação; Harmonia polar ou subordinação do inferior ao superior espiritual; um vivido da Inteligência com que todas as coisas são ordenadas; o modo como o Espiritual se reflecte no Temporal; e o vivido da Unidade da Vida com respostas cada vez mais fortes às injustiças sociais, exploração dos seres abaixo do Homo, cuidados com o meio ambiente, etc., numa perspectiva de vida comum e de comunhão. Por agora, há uma reacção sentimental, dos que vivem para emoções com forte carga sensual ou que exploram a sensualidade que é ainda o núcleo duro da humanidade. Para compreenderem o modo como a violência e o medo tornam o Homo mais mortal pelo desencadeamento dos mecanismos defensivos de recalques, descrevo a sistematização dos Psiquiatras:

Repressão é o mecanismo mental activo mas inconsciente, através do qual as ideias ou impulsos inaceitáveis para a consciência são suprimidos por ela e impedidos de entrar no estado consciente. Se a colectividade é compensada por mecanismos defensivos, reprime certos conhecimentos inatos, exemplo, a Reencarnação, geram-se patologias psicossociais de vários tipos:
Amnésia - perda da memória de uma experiência.
Negação - hostilidade contra quem aflore o problema.
Sofismar e argumentar - sobre dados incompletos de modo a encontrar justificações contrárias à realidade, como é o caso alguns aspectos, de natureza psicológica e não científica, da doutrina Darwinista da Evolução. Muita gente vem para instituições de ensino de Sofia não para estudar mas para emitir as suas opiniões sobre as quais tem nula experiência.
Dissociação - homens inteligentes conhecedores das insuficiências e impossibilidades do ensino Cristão oficial, assumem-se como católicos praticantes e reivindicam uma superioridade.
Retorno à mãe - procura de um estado primordial, equivalente a um retorno ao útero, uma patologia muito destrutiva, onde a vida instintiva egoísta pode ser assumida sem oposição da consciência moral. Muitos psicopatas criminosos caem neste grupo. Em alguns casos, o retorno a um tempo primordial pode manifestar-se por um retorno à Igreja; não porque se concorde com a sua mensagem mas porque representa uma regressão ao útero, à infância. Não esqueça o símbolo «Deus pôs os Querubins com espadas rodopiantes que desfazem quem fizer isso.
Síndromas involutivas - nas sociedades doentes a homogeneidade social é cada vez mais atingida em níveis mais baixos. Tende para regredir a sociedades arcaicas ou a comportamentos colectivos animais. Por exemplo, o Homem filho do macaco. Assumir os instintos sexuais na sua máxima animalidade. Sujar o ambiente porque lhes é intolerável a ordem e a limpeza. Usar linguagem de grupos marginais. Poderia citar um enorme conjunto de síndromas subsidiárias de Fenómenos Regressivos, propagadas nas sociedades do Ocidente, debilitadas por uma crise de valores. Entre os Fenómenos Regressivos estão os gestos de submissão ao chefe, ritual dos actos de submissão, como fazem os lobos, macacos, etc., em relação ao animal mais forte. São estudados na Etologia. Mas o Homem não é um animal! Porém, é verdade que cada um acaba por ser o que acredita.

O recalque reporta-se à repressão sexual, mas pode ser encontrada em várias áreas. A repressão é parte dos mecanismos de defesa: estratagemas psicológicos que defendem a Personalidade de um conflito entre o Eu Superior, a consciência moral e os impulsos instintivos. ([ii]) Dei importância aos mecanismos defensivos dos recalques, porque não podemos inventar explicações. Se sabem que existe um inconsciente colectivo com os seus conflitos, que mudam a capacidade de ser Verdadeiro, têm de os admitir. Não há mente objectiva, sem a cultivarem primeiro. Investigar por métodos exactos não chega, se não tiver a mente com capacidade desenvolvida para os sistematizar. Não apresente conhecimentos que bulam com a estrutura da mente sem fazer uma análise dos efeitos colaterais.
O desprezo pelas religiões, nunca estudadas à luz da Religião-Ciência, desacreditou o que os crentes julgam ter sido o ensino dos Instrutores religiosos e a classe educada despreza-os pois nada entende mas usa-os para os seus interesses. As falsas representações geram forças vivas e inteligentes a que chamámos”vírus” da mente e os evolucionistas chamaram «Memes», e deduziram que os Memes lutavam entre si pela sobrevivência dos Memes mais fortes. As sociedades afectadas por Vírus Psicológicos (Memes) e Recalques da Mente, ao criarem estádios de desordem e desacreditação da Lei e do Bem, da essência do Homem, que ficam a sofrer de índices elevados de criminalidade e reagem com uma forte actividade legislativa, para defesa da legalidade. As sociedades de homens livres regem-se por direito consuetudinário, não escrito, por normas nascidas do coração, com menos aparelhos jurídicos e policiais para manter a ordem. Os tecnocratas escravos do sistema não têm liberdade de viver Sabedoria. O materialismo científico escarneceu-a. ([1])
As questões ignoradas pela classe educada dão origem a políticas obscuras, e dão no foro cultural obras demagógicas e conflituosas, onde se procura um contra-poder, através da manipulação passional dos «crentes» do Padre Eterno ou do «Padre Marx» das revoluções proletárias que ensanguentam o mundo contemporâneo. Os símbolos da Matança dos Inocentes, de José, o Carpinteiro, e da Virgem Maria, no Mito de Jesus, têm analogias na vida de Krishna, e de outros Salvadores, em antigas Trindades. Bastaria isso para ver que a descrição era um Mito, uma verdade científica de outro nível. Na mais antiga Trindade conhecida, a Védica, o segundo Aspecto, Agni, o Fogo plástico, ou Cristo, também era representado como filho do Carpinteiro ou de Tvachtri, o Divino Artista. Sendo um Mito, o Carpinteiro é uma figura cósmica e não apenas terrena. É um Carpinteiro espiritual (cuja Ciência é o étimo) e não de artes da madeira (à letra).
O Mito do Nascimento de Jesus exprime o seguinte: Cristo, na sua manifestação no Mundo Rupa ou Mundo da Forma, é filho de um Princípio modelador das formas, representado pelo Carpinteiro, assim era designado na Antiguidade o construtor de carros, do Quaternário, a Personalidade Humana, o Homem Temporal. Portanto, a expressão de Cristo como modelador do Quaternário é representada por Cristo Filho do Divino Artista, de José. Nessa Trindade: Agni é o Cristo, Maya ou Maria a sua mãe, Tvachtri é S. José. A Matança dos Inocentes, são os Elementais e formas-pensamento. É descrita na Mitologia Grega, por exemplo, na morte involuntária de Acrísio pelo disco de Perseu. Perseu, um herói divino, ao lançar o disco (Sol), mata, involuntariamente, o avô Acrísio, como fora profetizado. Dizia o Mito que o Avô de Perseu, Acrísio, tinha sido avisado de que seria morto pelo neto (a criança). E assim aconteceu: Perseu, ao lançar o Disco, nos Jogos Olímpicos, mata, acidentalmente, o avô. Precisamos do consentimento da alma familiar para abordar o Caminho Espiritual. Quando o Homem completa a sua evolução e é Iniciado na Hierarquia de Compaixão (de Melquisedeque), ao exprimir valores solares, simbolizados pelo disco lançado pelo herói (iniciado), acontece-lhe como a Perseu: mata o avô Acrísio. Avô é o símbolo do Homem Velho, da Personalidade, fruto da evolução animal. O nome Acrísio: falta de discernimento. O Discernimento é o primeiro passo do Caminho do Jñâna Yoga, o Yoga do Conhecimento.
Eliminar a falta de Discernimento com valores Solares, do Espírito, é o Caminho Espiritual. O Iniciado, Liberto, elimina não só a falta de Discernimento (acrisia) mas todas as limitações da mente (de si mesmo e do colectivo) de um modo mais ou menos alargado conforme o seu poder e as necessidades colectivas.
A ignorância activa pode ser contaminações pelo Vírus da Acrisia. Os Inocentes morrem, tão fatalmente, como o avô (Homem velho) Acrísio, de Perseu. A Matança dos Inocentes é também a matança de formas de Acrisia, das formas-pensamento que afectam as estruturas da mente no Homem individual e colectivo. O Discípulo Iniciado na Hierarquia de Compaixão recebe o poder de eliminar os Memes da Acrisia. O Mito tem analogia com o Mito de Theseu, um exemplo de herói relacionado com os dois níveis de consciência. Contemos a história: Theseu, cujo nome significa: o que jaze na Terra tinha provavelmente um gémeo. É o simbolismo de todos os Gémeos: Rómulo e Remo; Abel e Caim; Idas e Linceu; Castor e Pólux; Héracles e Íficles, etc. É um modo de representar os dois níveis da Mente: da Personalidade e do Eu Superior. Teseu era a Personalidade; o gémeo (divino) era o Eu Superior. A mãe de Teseu havia tido, na mesma noite, relações sexuais com um deus e um mortal, e daí nasceu, do Deus, o Eu Superior (equivalente a: Abel, Rómulo ou Quirino, a Criança); do mortal ou perecível, a Personalidade (equivalente a Caim, Rómulo, o Velho). É a res extensa e a res cogitans.
A Theseu ou Teseu foi concedida a Espada do Desprendimento do mundo e as Sandálias da Evolução no mundo, para ele tirar debaixo da pedra (Atma) quando tivesse 16 anos. Ele teve de entrar no Labirinto, Mundo da Forma, porque o rei Minos de Creta tinha de dar 14 jovens para lançar ao Minotauro (no Labirinto). Os Atenienses (filhos do Eu Superior no aspecto descendente) haviam matado o seu filho Androgeus (o Unificado), ao tornarem-se polarizados sexualmente. Os 14 jovens são o Homem evolutivo, o Septenário dividido em pólos de Luz e de Som.
Theseu foi capaz de matar o Minotauro, com a ajuda do fio de Ariadne ou Ariagne (Fio, Sutratman, literalmente Fio do Espírito), que o salvou de se perder no Labirinto, mas falhou em casar com Ariagne, o Eu Superior por não ter podido ultrapassar Dionysus (Lei do Karma Nemesis), coluna da Compaixão), e acabou por ficar prisioneiro em Hades, o inferno (onde foi à procura de Persephone), mulher de Plutão, a morte, e de onde foi salvo por Hércules, um herói, um iniciado. Como não teve sucesso em alcançar as 15 primaveras ficou retido no Cadáver e Sepulcro. Está retido no Mundo Temporal e não tem reminiscências do Mundo Espiritual onde tem outro nível do seu Ser, ao qual não tem acesso. Ganhe-se experiência de que Evoluir representa uma Queda de Matéria seguida de Ascensão para o Espírito: há uma densificação necessária que tem de ser vencida. Os Mitos dramatizam a Libertação, mas também são peremptórios: sem a ajuda da Força Divina, do eu superior é impossível.




[1] O conceito de meme foi introduzido pelos evolucionistas. Eles pensam que os memes são herdados e sujeitos à luta pela sobrevivência. Esta concepção deriva do estudo do modo como certas ideias mudam e se adaptam a novas realidades. Em Sofia, não são seres hipotéticos são seres inteligentes e vivos (formas-pensamento) produzidos pelos «pensadores», cuja vitalidade se relaciona com o poder que conseguem alcançar na sociedade. Nesse sentido, a ideia dos evolucionistas é mais verdadeira e objectiva do que supõem.




[i]     C. V. Agarwal. The Buddhist & Theosophical Movements. Maha Bodhi Society of India. 2ª Edição alargada em 2001 (1ª Ed. 1993)
[ii]     Denis Leigh, C.M.B. Pare, John Marks. Enciclopédia Concisa de Psiquiatria. Roche

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