terça-feira, 14 de julho de 2020

História Herética de Portugal. D. Afonso Henriques à Ínclita Geração


Apontamos o necessário para «endireitar» os caminhos da Religião-Ciência. Não emitimos opiniões sobre sexos ou instituições, mostramos dados. Vimos as razões da impotência do sexo feminino e os mecanismos evolutivos para a cessação dessa impotência e a convicção que a nova Mulher gerará, finalmente, o Homo. Uma análise das perspectivas evolutivas logo o indica. A História Herética de Portugal é muito ilustrativa da natureza do poder da Igreja e das suas nefastas consequências. A fundação da nacionalidade portuguesa é um conflito permanente entre os poderes senhoriais dos bispos e nobres contra o rei. ([i])
O Clero era senhor de tudo e estava livre de pagar impostos. Os Reis tinham súbditos mas não tinham rendimentos. As populações viviam na fome e na miséria, obrigadas, com mão de ferro, a pagar elevados dízimos à Igreja. As excomunhões foram em tão grande número que a partir de certo momento já não produziam efeito. A Igreja mandava matar heréticos e as Ordens Mendicantes. Mosteiros de Franciscanos foram incendiados por ordem dos Bispos. O Clero herético era pouco submisso às ordens Papais. Vejam o teor "sindicalista" do libelo acusatório da cúria contra o Rei Afonso III, em 1267/8:
“Desprezo pelas sanções eclesiásticas por parte dos juízes; resistência das autoridades régias e concelhias contra a implantação do dízimo pelo clero, nos lugares que ainda não o pagavam; a oposição a uma extensão da propriedade e jurisdição eclesiástica...”
Um povo que deu novos mundos ao mundo está desprezado como vil malfeitor. Desde os tempos em que o poder político apoiou a Revolução Cultural Cristã e mandou matar o velho e augusto Bispo Prisciliano (300-385) de 85 anos, acusado de crimes sexuais (aos 85 anos?) e os milhares dos seus fiéis, por terem adoptado a versão espiritual do Cristianismo. Os Priscilianistas praticavam Yoga. O segundo Passo do Jñâna yoga é o Desprendimento das coisas e ideias. Comida frugal vegetariana, o mínimo de vestuário (eles diziam - não mais de uma muda de roupa), aguentar todas as condições de tempo, etc. O Bispo, no frio Inverno do norte, costumava meditar nu – o total desprendimento. Muitos yoguis, que abdicaram de qualquer actividade sexual (Brahmacharya), fazem esse treino, na neve ou na floresta, para desabituarem o corpo das dependências das coisas.
A ignorância religiosa não entendeu a necessidade do Bispo, certamente desnutrido e mal agasalhado, de se expor nu às inclemências e rigores do Inverno para melhor controlar a mente. E mandaram decepar as cabeças e torturarem quem era Priscilianista, milhares e milhares de homens bons, desejosos de encontrarem o Caminho para Cristo!
Quando foram dominados pelos árabes, os portugueses, fizeram uma aculturação, foram moçárabes; não eram nem cristãos, nem islâmicos. Na reconquista cristã do sXII os nobres colocaram-se ao serviço do poder oficial da Igreja. Os Reis apoiaram-se no povo (maioritariamente herético) contra o Clero e contra os Nobres, e eram defensores de um Cristianismo Espiritual não ortodoxo. Os concelhos de vida democrática, popular e pró-herética, eram mais importantes na tradição portuguesa do que os feudos senhoriais:
·       Os países com maior influência na História da Humanidade detém um Karma com poder de mudarem o destino dos homens.
·       Portugal, região pobre, foi desde há milhões de anos, antes da Era Quaternária, um ponto de encontro de culturas que trouxeram algumas coisa boas e muitas coisas más!
·       Quando se fez a reconquista cristã a partir do norte, onde durante séculos (desde o IV século) haviam sido preservados os ideais Priscilianistas - deus existe em nós - houve uma miscigenação com a gente do sul, os moçárabes - de cultura islâmica.
·       O primeiro Rei Afonso Henriques (1139-85), tinha ideais Templários, e assumiu-se como aliado na luta do povo em defesa da sua cultura, contra a opressão dos Condes francos veículos do centralismo Papal. Acabou por ter de derrotar os agentes que envolviam a própria mãe!
·       Na época de D. Sancho II (1223-48), nos primórdios da nacionalidade portuguesa, no séc. XIII, havia uma grande difusão do ideais Cátaros, movimentos espirituais, e Ordens Mendicantes. A Raça Ariana, da Índia à Europa e Norte de África, entre os séc. XI-XIV, foi meditar, ser eremita e praticar o desapego espiritual: renúncia a todas as posses, poderes e privilégios. Não havia homens para casar (eram religiosos) e houve  escassez de mão de obra.
·       O Rei de Portugal, D. Diniz (1279-1325), o Lavrador, era um Trovador dos ideais do culto do E. Santo e dos Joaquimitas, da instituição da Terceira Idade no Mundo.
·       Na Europa os heréticos foram martirizados. Em Portugal houve holocaustos, dirigidos pela Igreja, menos cataclísmicos por não serem apoiados pelo povo que era herético. Os genocídios foram em parte contidos pelos hábitos de convivência, tolerância religiosa do povo, e pelos Reis de Portugal da I Dinastia, alguns excomungados, pela recusa em acatarem as ordens do clero.
·       Portugal foi a primeira nacionalidade de poder régio assente em ideais heréticos, os espirituais, enquanto puderam. Na estranja, o poder régio não se fundava no povo; estava ao serviço do poder Papal, e dependia dele e dos senhores para a sua sobrevivência. Na tradição Esotérica há a esperança da recuperação das reminiscências espirituais portuguesas dum passado de convivência cultural. A Religião-Ciência é a base da Nova Era.
·       Ignoramos na Ciência Espiritual a existência de dados para alicerçar um papel histórico importante para Portugal. As referências são Templárias, das Profecias de Bandarra, Sebastianistas, do Padre António Vieira e de autores modernos (F. Pessoa). Mas os estudos feitos sobre eles carecem do “universal.”
·       O Mito do 5º Império não parece ser um projecto de domínio, qualquer que ele seja. É tão só uma estratégia de aculturações extensivas, influentes em Portugal que deviam mudar a sorte do Mundo! Portugal tem sido destruído por ideologias falsas que lhe fizeram perder o Sentido Espiritual da sua História!
Um dos movimentos espirituais mais populares foi o Livre-Espírito, também chamado Beghards, os mendigos (do inglês beg e beggar). Circulavam em grupos e pediam o”pão, por amor de Deus”. Usavam mantos com capuz semelhantes aos dos frades. D. Sancho II (salvo? de doença grave por um desses santos homens), foi chamado o “Capelo”, uma referência às vestes dos espirituais, homens desapegados da luta pelas riquezas, que sobreviviam de esmolas e pediam o pão por Deus. Na década de 30 do sXX ainda se pedia, em Portugal, o pão, por amor de Deus, o pregão do Livre-Espírito! Sete ou oito séculos depois, ainda não estavam extintos os ideais do Livre-Espírito, apesar das perseguições do feudo católico. O movimento herético não foi só de católicos; havia na Península comunidades de muçulmanos, os Sufis, os santos pedintes. Vestiam-se de trapos, não levantavam os olhos do chão, por humildade, comiam dieta restrita (de pouco sabor) e exclusão da comida apetitosa causadora de dependência dos sentidos; enquanto noviços, obedeciam ao seu mestre.
Num tempo em que a Ciência não estava instituída e rareavam as mentes científicas, para a poder investigar, os homens desprezavam a cultura livresca e as subtilezas teológicas, regozijavam-se dum conhecimento directo de Deus. Assim nasceram os heréticos Beguinos! ([ii])
Os povos do Sul da Europa, Gregos, Húngaros e Romenos, Albaneses, Italianos, Franceses, Espanhóis e Portugueses são da 4ª Sub-Raça Ariana. Os do norte da Europa: da Rússia, Polónia, Alemanha e Anglo-Saxónicos, os Nórdicos são da 5ª Sub-Raça Ariana. Sendo ambos Arianos as qualidades são bem distintas.


[i]     José Mattoso. História de Portugal. Ed. Círculo de Leitores. 1993.
[ii]     Norman Cohn, Na Senda do Milénio. Milenaristas Revolucionários e Anarquistas Místicos da Idade Média, Ed. Presença. 1980.

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