Apontamos o necessário para «endireitar» os caminhos da
Religião-Ciência. Não emitimos opiniões sobre sexos ou instituições, mostramos
dados. Vimos as razões da impotência do sexo feminino e os mecanismos
evolutivos para a cessação dessa impotência e a convicção que a nova Mulher
gerará, finalmente, o Homo. Uma análise das perspectivas evolutivas logo o
indica. A História Herética de Portugal é muito ilustrativa da natureza do
poder da Igreja e das suas nefastas consequências. A fundação da nacionalidade
portuguesa é um conflito permanente entre os poderes senhoriais dos bispos e
nobres contra o rei. ([i])
O Clero era senhor de tudo e estava livre de pagar impostos.
Os Reis tinham súbditos mas não tinham rendimentos. As populações viviam na
fome e na miséria, obrigadas, com mão de ferro, a pagar elevados dízimos à
Igreja. As excomunhões foram em tão grande número que a partir de certo momento
já não produziam efeito. A Igreja mandava matar heréticos e as Ordens
Mendicantes. Mosteiros de Franciscanos foram incendiados por ordem dos Bispos.
O Clero herético era pouco submisso às ordens Papais. Vejam o teor
"sindicalista" do libelo acusatório da cúria contra o Rei Afonso III,
em 1267/8:
“Desprezo
pelas sanções eclesiásticas por parte dos juízes; resistência das autoridades
régias e concelhias contra a implantação do dízimo pelo clero, nos lugares que
ainda não o pagavam; a oposição a uma extensão da propriedade e jurisdição
eclesiástica...”
Um povo que deu novos mundos ao mundo está desprezado como vil malfeitor. Desde
os tempos em que o poder político apoiou a Revolução Cultural Cristã e mandou
matar o velho e augusto Bispo Prisciliano (300-385) de 85 anos, acusado de
crimes sexuais (aos 85 anos?) e os milhares dos seus fiéis, por terem adoptado
a versão espiritual do Cristianismo. Os Priscilianistas praticavam Yoga. O
segundo Passo do Jñâna yoga é o Desprendimento das coisas e ideias. Comida
frugal vegetariana, o mínimo de vestuário (eles diziam - não mais de uma muda
de roupa), aguentar todas as condições de tempo, etc. O Bispo, no frio Inverno
do norte, costumava meditar nu – o total desprendimento. Muitos yoguis, que
abdicaram de qualquer actividade sexual (Brahmacharya), fazem esse treino, na
neve ou na floresta, para desabituarem o corpo das dependências das coisas.
A ignorância religiosa não
entendeu a necessidade do Bispo, certamente desnutrido e mal agasalhado, de se
expor nu às inclemências e rigores do Inverno para melhor controlar a mente. E
mandaram decepar as cabeças e torturarem quem era Priscilianista, milhares e
milhares de homens bons, desejosos de encontrarem o Caminho para Cristo!
Quando foram dominados pelos
árabes, os portugueses, fizeram uma aculturação, foram moçárabes; não
eram nem cristãos, nem islâmicos. Na reconquista cristã do sXII os nobres
colocaram-se ao serviço do poder oficial da Igreja. Os Reis apoiaram-se no povo
(maioritariamente herético) contra o Clero e contra os Nobres, e eram
defensores de um Cristianismo Espiritual não ortodoxo. Os concelhos de vida democrática, popular e pró-herética, eram mais
importantes na tradição portuguesa do que os feudos senhoriais:
·
Os países com maior influência na História da
Humanidade detém um Karma com poder de mudarem o destino dos homens.
·
Portugal, região pobre, foi desde há milhões de
anos, antes da Era Quaternária, um ponto de encontro de culturas que trouxeram
algumas coisa boas e muitas coisas más!
·
Quando se fez a reconquista cristã a partir do
norte, onde durante séculos (desde o IV século) haviam sido preservados os ideais
Priscilianistas - deus existe em nós
- houve uma miscigenação com a gente do sul, os moçárabes - de cultura
islâmica.
·
O primeiro Rei Afonso Henriques (1139-85), tinha
ideais Templários, e assumiu-se como aliado na luta do povo em defesa da sua
cultura, contra a opressão dos Condes francos veículos do centralismo Papal.
Acabou por ter de derrotar os agentes que envolviam a própria mãe!
·
Na época de D. Sancho II (1223-48), nos
primórdios da nacionalidade portuguesa, no séc. XIII, havia uma grande difusão
do ideais Cátaros, movimentos espirituais, e Ordens Mendicantes. A Raça Ariana,
da Índia à Europa e Norte de África, entre os séc. XI-XIV, foi meditar, ser
eremita e praticar o desapego espiritual: renúncia
a todas as posses, poderes e privilégios. Não havia homens para casar (eram
religiosos) e houve escassez de mão de
obra.
·
O Rei de Portugal, D. Diniz (1279-1325), o
Lavrador, era um Trovador dos ideais do culto do E. Santo e dos Joaquimitas, da
instituição da Terceira Idade no Mundo.
·
Na Europa os heréticos foram martirizados. Em
Portugal houve holocaustos, dirigidos pela Igreja, menos cataclísmicos por não
serem apoiados pelo povo que era herético. Os genocídios foram em parte
contidos pelos hábitos de convivência, tolerância religiosa do povo, e pelos
Reis de Portugal da I Dinastia, alguns excomungados, pela recusa em acatarem as
ordens do clero.
·
Portugal foi a primeira nacionalidade de poder
régio assente em ideais heréticos, os espirituais, enquanto puderam. Na
estranja, o poder régio não se fundava no povo; estava ao serviço do poder
Papal, e dependia dele e dos senhores para a sua sobrevivência. Na tradição
Esotérica há a esperança da recuperação das reminiscências espirituais portuguesas
dum passado de convivência cultural. A Religião-Ciência é a base da Nova Era.
·
Ignoramos na Ciência Espiritual a existência de
dados para alicerçar um papel histórico importante para Portugal. As
referências são Templárias, das Profecias de Bandarra, Sebastianistas, do Padre
António Vieira e de autores modernos (F. Pessoa). Mas os estudos feitos sobre
eles carecem do “universal.”
·
O Mito do 5º Império não parece ser um projecto
de domínio, qualquer que ele seja. É tão só uma estratégia de aculturações
extensivas, influentes em Portugal que deviam mudar a sorte do Mundo! Portugal
tem sido destruído por ideologias falsas que lhe fizeram perder o Sentido
Espiritual da sua História!
Um dos movimentos espirituais mais populares foi o Livre-Espírito, também chamado Beghards, os mendigos (do inglês beg e beggar). Circulavam em grupos e pediam o”pão, por amor de Deus”. Usavam mantos com capuz semelhantes aos
dos frades. D. Sancho II (salvo? de doença grave por um desses santos homens),
foi chamado o “Capelo”, uma
referência às vestes dos espirituais, homens desapegados da luta pelas
riquezas, que sobreviviam de esmolas e pediam o pão por Deus. Na década de 30 do sXX ainda se pedia, em Portugal, o
pão, por amor de Deus, o pregão do
Livre-Espírito! Sete ou oito séculos depois, ainda não estavam extintos os
ideais do Livre-Espírito, apesar das perseguições do feudo católico. O
movimento herético não foi só de católicos; havia na Península comunidades de
muçulmanos, os Sufis, os santos pedintes.
Vestiam-se de trapos, não levantavam os olhos do chão, por humildade, comiam
dieta restrita (de pouco sabor) e exclusão da comida apetitosa causadora de
dependência dos sentidos; enquanto noviços, obedeciam ao seu mestre.
Num tempo em que a Ciência não estava instituída e rareavam
as mentes científicas, para a poder investigar, os homens desprezavam a cultura livresca e as subtilezas
teológicas, regozijavam-se dum conhecimento directo de Deus. Assim nasceram
os heréticos Beguinos! ([ii])
Os povos do Sul da Europa, Gregos, Húngaros e Romenos,
Albaneses, Italianos, Franceses, Espanhóis e Portugueses são da 4ª Sub-Raça
Ariana. Os do norte da Europa: da Rússia, Polónia, Alemanha e Anglo-Saxónicos,
os Nórdicos são da 5ª Sub-Raça Ariana. Sendo ambos Arianos as qualidades são
bem distintas.
[i] José Mattoso. História de Portugal. Ed. Círculo de Leitores. 1993.
[ii] Norman Cohn, Na Senda do Milénio. Milenaristas Revolucionários e Anarquistas
Místicos da Idade Média, Ed. Presença. 1980.
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