quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

4º RAIO: Harmonia Polar. Dever de União, Hierarquização


A Harmonia é o Equilíbrio Polar de forças poderosas, é gente que luta pela estabilidade. A Arte com origem no Plano da Ideias ou Intuicional é mediadora entre o temporal e o espiritual. É a Perfeição da forma como complemento da perfeição Espiritual ou Divina. É o Raio de: Perdoai-nos Senhor (o Eu Superior, Kyrios) o Gémeo de cima), assim como nós perdoamos (as personalidades, os nosso Eus inferiores, os Gémeos de baixo, as almas naturais). O conceito do Homo ser dois Gémeos é fundamental: viver para baixo, Caim, isola, viver para cima, Abel, unifica.

O 4º Raio é o de Antahkarana, assim é chamada a ligação entre o mental do gémeo inferior, o mental concreto ligado às emoções, e o mental abstracto do gémeo superior, relacionado com a razão e a intuição, conhecimento directo das coisas. Este tipo de força é intrinsecamente o da vassalagem da personalidade ao eu superior; uma vassalagem dentro de nós, a dois níveis distintos do Homo, que leva à «remissão dos pecados».

Emerson disse que no 4º Raio não há diferença ou divisória onde termine Deus e comece o Homo. O Homo do 4º Raio “alcança o ponto mais próximo da verdadeira felicidade que se pode desfrutar neste mundo, porque é plena e constante a interpretação do interno pelo externo e do externo pelo interno, e às vezes se manifesta fulgidamente, o espírito da profecia.” “Nas múltiplas actividades deste raio se encontram todas as variedades de interpretação do mental pelo material e do material pelo mental.” Em cada Raio domina uma Qualidade, Vontade, Amor, etc., no 4º Raio, enfrentamos a Dualidade da regência Temporal ou Espiritual. O 4º Raio é o poder de conciliar o imperecível ou Espiritual, com o perecível ou Temporal e harmonizá-los! Sendo uma exigência do Homem superior sobre o homem inferior, os desfasamentos desorganizam.

O 4º Raio que actua por opostos para estabelecer equilíbrios, num mundo de desequilíbrio traz conflito e crises como poucos. Este Raio apoia-se num grande esforço e numa tensão prolongada, um confronto que parece não ter fim. Eis os cinco Raios (3º, 4º, 5º, 6º, 7º) da Omnisciência, 3ª Idade, dum fim ou dum começo! A Arte tem o efeito de Poder de união entre o superior e o inferior, um acréscimo de Força de Ânimo, alcançada por um equilíbrio. O vazio deste Poder é a punição dos artistas que perdem a sua veia criadora, abandonados pelos Deuses (?).

Se o Homo do 4º Raio é o da estabilidade e do ritmo eles são alcançados pela contemplação dos seus opostos. São as lutas titânicas. São as paredes sólidas, maciças dos templos românicos. Sentimos a necessidade de resistir a todo o custo, para cada um ser a parte espiritual ou divina de si-mesmo. Para haver equilíbrio na ligação entre o superior e o inferior têm de ser cumpridas as “medidas exactas”: o símbolo do esquadro e do compasso da Maçonaria, por meio dos quais se alcançam as harmoniosas representações. O 4º Raio sendo o da Arte ou ligação do Eu inferior ao Eu superior, se não é reconhecido há tendência para instituir o falso superior que explora o inferior, os vassalos. No feudalismo era o senhor da terra, agora é o senhor da indústria, da informação e do poder lucrativo.

A Harmonia é de tal Beleza que dispensa adornos; a representação é a Obra de Arte Valorosa. Tem um dramatismo existencial que oscila entre o todo poderoso e o todo impotente, o exaltado e o deprimido. Uma exaltação de um impotente é a exibição de um farrapo humano. É aqui que o étimo homo ganha o esplendor. A Arte Românica característica deste Ciclo, por contraste com a Arte Gótica do Ciclo do 6º Raio seguinte, é exemplar. A catedral Românica é o equilíbrio perfeito do 4º Raio, equilíbrio das duas Epistemes, a catedral Gótica que lhe sucedeu é o desequilíbrio consciente para alcançar as Alturas, a Suprema Episteme. 

O perdoai-nos Senhor (Eu Superior) assim como nós (personalidades) perdoamos é um lindo modo que o Senhor Cristo encontrou para caracterizar esta força inerente a um esforço titânico. Tem de prevalecer o superior sobre o inferior, o perdão sobre o castigo, para haver harmonia.

Os fracos não perdoam: reprimem ou são permissivos. Só há perdão se for restabelecida a Harmonia. Ser perdoado é alcançar o Poder regenerador da Harmonia! Porque o 4º Raio depende do reconhecimento em nós do Eu Superior e de transferirmos para esse Novo Homo o poder de decisão, é difícil. Antecipando-me ao que vos mostrarei lembro que o mesmo poder de submissão à Verdade e ao Bem pode ser utilizado para a escravização e para o Mal. Assim aconteceu!

Aprofundem muito a Beleza ligada à Harmonia que o 4º Raio representa. A nossa dificuldade para sermos humanos está na ligação do Eu inferior ao Eu superior. Este modo de acontecer é anormal e levou a um cataclismo universal que ia causando a extinção da Vida na Terra. A Evolução degradou-se e chegou a hora de manifestar o Ego superior.

A cor é o «marrom» escuro. Pedra preciosa: Jaspe.

Humberto Álvares da Costa (Médico)

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