A Harmonia é o
Equilíbrio Polar de forças poderosas, é gente que luta pela estabilidade. A
Arte com origem no Plano da Ideias ou Intuicional é mediadora entre o temporal
e o espiritual. É a Perfeição da forma como complemento da perfeição Espiritual
ou Divina. É o Raio de: Perdoai-nos Senhor (o Eu Superior, Kyrios) o Gémeo de
cima), assim como nós perdoamos (as personalidades, os nosso Eus inferiores, os
Gémeos de baixo, as almas naturais). O conceito do Homo ser dois Gémeos é
fundamental: viver para baixo, Caim, isola, viver para cima, Abel, unifica.
O 4º Raio é o de
Antahkarana, assim é chamada a ligação entre o mental do gémeo inferior, o
mental concreto ligado às emoções, e o mental abstracto do gémeo superior,
relacionado com a razão e a intuição, conhecimento directo das coisas. Este
tipo de força é intrinsecamente o da vassalagem da personalidade ao eu
superior; uma vassalagem dentro de nós, a dois níveis distintos do Homo, que
leva à «remissão dos pecados».
Emerson disse que no
4º Raio não há diferença ou divisória onde termine Deus e comece o Homo. O Homo
do 4º Raio “alcança o ponto mais próximo
da verdadeira felicidade que se pode desfrutar neste mundo, porque é plena e
constante a interpretação do interno pelo externo e do externo pelo interno, e
às vezes se manifesta fulgidamente, o espírito da profecia.” “Nas múltiplas
actividades deste raio se encontram todas as variedades de interpretação do
mental pelo material e do material pelo mental.” Em cada Raio domina uma
Qualidade, Vontade, Amor, etc., no 4º Raio, enfrentamos a Dualidade da regência
Temporal ou Espiritual. O 4º Raio é o poder de conciliar o imperecível ou
Espiritual, com o perecível ou Temporal e harmonizá-los! Sendo uma exigência do
Homem superior sobre o homem inferior, os desfasamentos desorganizam.
O 4º Raio que actua
por opostos para estabelecer equilíbrios, num mundo de desequilíbrio traz
conflito e crises como poucos. Este Raio apoia-se num grande esforço e numa
tensão prolongada, um confronto que parece não ter fim. Eis os cinco Raios (3º,
4º, 5º, 6º, 7º) da Omnisciência, 3ª Idade, dum fim ou dum começo! A Arte tem o
efeito de Poder de união entre o superior e o inferior, um acréscimo de Força
de Ânimo, alcançada por um equilíbrio. O vazio deste Poder é a punição dos
artistas que perdem a sua veia criadora, abandonados pelos Deuses (?).
Se o Homo do 4º Raio
é o da estabilidade e do ritmo eles são alcançados pela contemplação dos seus
opostos. São as lutas titânicas. São as paredes sólidas, maciças dos templos
românicos. Sentimos a necessidade de resistir a todo o custo, para cada um ser
a parte espiritual ou divina de si-mesmo. Para haver equilíbrio na ligação
entre o superior e o inferior têm de ser cumpridas as “medidas exactas”: o
símbolo do esquadro e do compasso da Maçonaria, por meio dos quais se alcançam
as harmoniosas representações. O 4º Raio sendo o da Arte ou ligação do Eu
inferior ao Eu superior, se não é reconhecido há tendência para instituir o
falso superior que explora o inferior, os vassalos. No feudalismo era o senhor
da terra, agora é o senhor da indústria, da informação e do poder lucrativo.
A Harmonia é de tal
Beleza que dispensa adornos; a representação é a Obra de Arte Valorosa. Tem um
dramatismo existencial que oscila entre o todo poderoso e o todo impotente, o
exaltado e o deprimido. Uma exaltação de um impotente é a exibição de um
farrapo humano. É aqui que o étimo homo ganha o esplendor. A Arte Românica
característica deste Ciclo, por contraste com a Arte Gótica do Ciclo do 6º Raio
seguinte, é exemplar. A catedral Românica é o equilíbrio perfeito do 4º Raio,
equilíbrio das duas Epistemes, a catedral Gótica que lhe sucedeu é o
desequilíbrio consciente para alcançar as Alturas, a Suprema Episteme.
O perdoai-nos Senhor
(Eu Superior) assim como nós (personalidades) perdoamos é um lindo modo que o
Senhor Cristo encontrou para caracterizar esta força inerente a um esforço
titânico. Tem de prevalecer o superior sobre o inferior, o perdão sobre o
castigo, para haver harmonia.
Os fracos não
perdoam: reprimem ou são permissivos. Só há perdão se for restabelecida a
Harmonia. Ser perdoado é alcançar o Poder regenerador da Harmonia! Porque o 4º
Raio depende do reconhecimento em nós do Eu Superior e de transferirmos para
esse Novo Homo o poder de decisão, é difícil. Antecipando-me ao que vos
mostrarei lembro que o mesmo poder de submissão à Verdade e ao Bem pode ser
utilizado para a escravização e para o Mal. Assim aconteceu!
Aprofundem muito a
Beleza ligada à Harmonia que o 4º Raio representa. A nossa dificuldade para
sermos humanos está na ligação do Eu inferior ao Eu superior. Este modo de
acontecer é anormal e levou a um cataclismo universal que ia causando a
extinção da Vida na Terra. A Evolução degradou-se e chegou a hora de manifestar
o Ego superior.
A cor é o «marrom» escuro. Pedra preciosa: Jaspe.
Humberto Álvares da Costa (Médico)
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