quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CARTA DOS DEVERES DO HOMO


Félix Bermudes

1. Todos os que deliberada e sinceramente resolvem enveredar pelo Caminho que conduz ao Homem Perfeito têm de relegar para segundo plano o interesse pelos seus direitos, para focarem toda a sua consciência sobre a extensão dos seus deveres.
2. No grau de evolução a que o candidato aspira, já não se cuida de assegurar a própria salvação, mas de ajudar a dos outros; já não se trata de conquistar a própria ventura, mas de aliviar a desventura da Humanidade, onde cada alma tem de ser sujeita a rudes provas, para triunfar de si mesma, e tem de viver o intenso drama da sua autocriação. (Extracto de 12 pontos).
Os laxistas e despesistas que fizeram a Crise Soberana e convenceram um povo a quem o mundo deve grandes transformações pela Cultura Espiritual, de reis experientes dos Princípios Espirituais da I Dinastia, da Fundação; da II Dinastia, das Descobertas, que permitiram a D. João I e à rainha Anglo-Portuguesa Filipa de Lencastre, Mãe da Ínclita Geração, «achar» os povos dispersos por muitos dilúvios de comportamentos nefastos. Transcrevo fragmentos de uma intensa poesia intitulada If…de Rudyard Kipling, traduzida por Se… de Félix Bermudes, recitada por uma das suas filhas, nas suas conferências espirituais:

Se podes conservar o teu bom senso e a calma,
Num mundo a delirar, pra quem o louco és tu;
Se podes crer em ti, com toda a força d’alma,
Quando ninguém te crê; se cais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário;
Se à torva intolerância, à negra incompreensão
Tu podes responder, subindo o teu calvário
Com lágrimas d’amor e bênçãos de perdão;
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM.

«Diz-se que, em Portugal, o público tem a ideia de que o governo deve fazer tudo, pensar em tudo, iniciar tudo (…). Somos um povo sem poderes iniciadores, bom para ser tutelado, indigno de uma longa liberdade.» Eça de Queirós, 1867. Um Povo sacrificado sofreu o confronto entre a Cultura Espiritual e a Cultura dos revolucionários materialistas, duma Europa mal libertada do Clero pela Revolução violenta. Voltar às guerras religiosas políticas não é do interesse da Humanidade. Restaurar a tradição de Pietas, «Obediência aos Deveres» da Bondade e dos Objectivos Divinos acima das religiões é urgente! O Texto de Félix Bermudes é sentimental. As X Ordenações são as Cartas dos Deveres do Homo nas principais Religiões. Cartas de Deveres há, boa vontade em as cumprir, não há. Não se reconhecia o valor científico, filosófico, religioso das X Ordenações pelas Leis de Ciência; pela Filosofia Perene dos Mestre de Sabedoria, pela Unidade de todas as Religiões. Entretanto, o Mundo entrará na 6ª Sub-raça Ariana e daqui a 427 mil Anos, fim de Kali, uma nova Raça e nova Civilização. As Religiões com Decálogos, X Bênçãos de Buddha, X Mandamentos no Judaísmo, X Lógia do Pai-nosso e X Bem-aventuranças são Paradigmas dos Deveres Humanos, comprovados na Árvore da Vida, Kabalah. Por eles façam a vossa Carta. Tem de ser emocionalmente atractiva depois de ser cientificamente pensada no Paradigma das Leis Divinas.
Portugal venceu a Crise Soberana de 1383-1385 gerada pela viúva do rei D. Fernando, uma rainha sem valores Éticos, considerados incómodos. Quando a Utopia das Descobertas já estava lançada, o rei D. Afonso V, o Africano, pai de D- João II, punha em dúvida a Unificação do Mundo de todos os Povos na concretização dos ideais da Idade de Jesus-Cristo viva nos Círculos da Filosofia Perene, das Autarquias que confrontavam as Monarquias instáveis que não respondiam às necessidades dos Povos. Portugal, um País de muitas culturas, tinha atrasos sociais enormes perante culturas mais organizadas com o progresso do Humanismo, de influência Neoplatónica. A Bondade Fraterna e Humanista do poeta Bermudes despertou Sentimentos; o caçador Bermudes ao ver que tinha de respeitar a vida dos aninais, se fez vegetariano. Um dia os melhores animais humanizados entrarão no 7º Reino Humano em planeta filho da Terra. Salvem a Humanidade dos Erros Filosóficos e Religiosos, que os revolucionários sem Sabedoria cometem.
Não há Salvação sem o cumprimento integral dos Deveres do Ser em nós. Leiam o «Evangelho» dos vegetarianos de Jesus, que esteve guardado até ao fim do século XIX num mosteiro Buddhista. O caminho espiritual está ligado ao Vegetarianismo mais rigoroso. Deveres humanos não cumpridos são de tal modo punidos pelo Paradigma das Leis Divinas que não podem ser infringidas, se quisermos sobreviver. A Humanidade pode escolher entre Queda ou Ascensão na Matéria. Quando se diz que o Homo não pode ter Carta de Direitos apenas de Deveres Divinos é uma decisão Suprema. Carta de Direitos é afirmar a negativa, o ilusório; os Deveres são pela positiva. Não basta falar em Deveres do Homo se as estruturas dos corpos não respondem.
Uma Alma é uma agregação de vários corpos e bem podemos dizer que cada corpo é uma Alma pois não há Almas sem corpos. Tanto posso falar na Alma que se manifesta num corpo como num corpo manifestado pela sua Alma. A distinção entre Alma e Corpo é entre Ser e Teres interdependentes. Para que o Ser se manifeste tem de aprender a estruturar as suas Almas. Como sugeri nenhum humano discernido era capaz de descrever uma Carta de Direitos por ser um Falso Testemunho. Todos os Bens Divinos são recebidos pela Humanidade para serem distribuídos.
Humberto Álvares da Costa (Médico)

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