Sob o título ”Prince Kropotkin’s Ghost” o ”American
Scientist” de Maio/Junho 2002, inseriu um trabalho analisado por John Danser,
que tem apresentado excelentes estudos sobre a Filosofia dos Mestres e HPB. O
Príncipe Piotr Kropotkin avançou com argumentos sobre as tendências agressivas
humanas que são equilibradas por fortes tendências à cooperação, à ajuda mútua,
a um levantamento das sociedades altruístas. Melanie Killem, psicóloga infantil
e professora do desenvolvimento humano na Universidade de Maryland, e Marina
Cords, especialista de primatologia da Colombia University, dizem que Kropotkin
se afasta claramente do pensamento corrente sobre as raízes biológicas da violência.
Os cientistas têm feito estudos na perspectiva de
demonstrarem que a violência humana faz parte da ascendência animal e por isso,
afirmar que o Homo precede todas as espécies dos outros Reinos, é o primeiro
dos mamíferos e não o último dos mamíferos, determina respostas violentas e a
agressividade torna-se uma doença, um retorno ao útero animal e não uma
evolução correcta. É essa a ideia principal deste livro: o Homo é um ser
solidário e não o violento que o materialismo científico pretende justificar. A
agressividade é uma forma de doença.
Todos conhecem a Eva Mitocondrial que permite estudar
os tempos necessários para alcançar o património genético mitocondrial que é
transmitido apenas pela Mulher. Há diferentes modos de mistura de DNA,
determinante de mutações. Não tem sido dito que as mitocôndrias transmitidas
pelas mulheres são relíquias de dependência entre a célula e uma bactéria. Não
é o exemplo de uma imposição genética mas de solidariedade em que, por
associação, é possível alargar o modelo evolutivo, no contexto da hipótese
Gaia, da teoria de Lovelock da Terra como superorganismo com capacidade
auto-reguladora, que a Terra realmente é. Sob o título Darwin”s Blind Spot (O
Borrão Cego de Darwin) Frank Ryan mostra como estes mecanismos de cooperação
são vitais. ([1])
Li em John Danser um texto do New Scientist de 15 de
Março de 2003, «Togheter we are stronger» «Juntos somos mais fortes:
seja para onde for que olhemos a cooperação e não o egoísmo é o que reina acima
de tudo. A luta pela sobrevivência significa ser mais rápido a matar, bater
todos os rivais para um cruzamento sexual, e resolver melhor que os outros o
modo como nos libertamos de parasitas e infecções. Depois pergunta: Se é cada
formiga para si-mesmo como podem as formigas operárias abdicarem das suas
oportunidades de procriarem e tomarem para si perigosas tarefas ao serviço da
rainha, e porque os vampiros (morcegos) regurgitam sangue para alimentar um
vizinho que nem sequer é da família? Para concluir que se não fosse a
cooperação e o altruísmo não havia civilização humana (...) embora o conflito
domine nos títulos mediáticos, quando vemos mais próximo é a cooperação que
mantém o mundo em movimento.»
Em artigo publicado na revista Focus, Julho 2003, intitulado
«Vírus manipuladores” se mostra que, como diz o investigador Pedro Simas:”Todos
os vírus são manipuladores de processos celulares” preparados para tirarem
partido de todas as fragilidades que um ser vivo possa apresentar. Exemplo: os herpesvírus são microorganismos
suficientemente inteligentes para se manterem adormecidos no hospedeiro, e só
agredirem quando tiverem condições de sucesso. No caso, o sol ou aumento da
temperatura. Até lá mantém-se «escondidos» das defesas imunitárias.
Microrganismos poderem alterar os comportamentos para que eles tenham
possibilidades de sobreviver. Investigadores da Universidade de Stanford e
outros descobriram:
-
Acarinos (carrapatos) que se colocam no dorso
das formigas e segregam substâncias que as fazem vomitar para que eles se
possam alimentar.
-
Um pequeno crustáceo (Sacculina granifera) cola-se aos
caranguejos machos e injecta-lhes uma hormona que os faz ter instintos
femininos e escavar buracos de pôr ovos, para o”parasita” os usar.
-
Os ratos atacados pelo Toxoplasma gondii
altera-lhes o comportamento e perdem o medo dos gatos. Isso facilita que sejam
comidos pelos gatos, que vão transmitir o Toxoplasma a outros ratos através das
fezes.
-
O vírus da raiva produz comportamentos de
agressividade nos cães, que possibilita uma maior facilidade em se transmitirem
a outros hospedeiros.
-
Os oxiúros dão prurido no ânus para obrigar a
coçar e levar nas unhas os ovos que, espalhados, vão ser ingeridos e completam
o ciclo.
Cito estes factos porque estamos a falar de entidades
desprezíveis que revelam uma Inteligência superior, para poderem eliminar a
Teoria do Acaso. Só podemos ter uma compreensão dos Axiomas de Ciência
Espiritual dos Mestres se instituirmos linhas de investigação experimental
sobre eles, de experiência própria.
Os nossos comportamentos podem ser alterados de muitos
modos, até por infecção física ou de outros Planos dos corpos da alma natural,
por aquilo a que em Teosofia se chamaram formas-pensamento, vivas e
contagiantes, os memes dos evolucionistas, seres vivos mas não físicos,
de outros níveis e por isso muito mais contagiantes e poderosos que os vírus ou
parasitas físicos. As formas-pensamento (seres vivos astrais ou mentais) actuam
sobre os corpos da alma como qualquer vírus ou parasita fazem. O número de
decisões livres é reduzido e quanto mais emocional for, pior é o contágio e
menor a resistência aos ”parasitas” quânticos que nos obrigam a desejar e ser
dependentes do que os satisfaz. Sem acertar a constituição do Homo acima do
corpo de alimentos, não pode ser Cientista verdadeiro.
Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és é a
referência científica à cultura inculta. Se entendesse, não respondia com
falsas atitudes de Liberdade à invasão desumanizadora de formas-pensamento
cruéis, de morte, que lhe chegam continuamente por todas as vias e o
super-Homem dos «copos», cigarros, droga médica ou ilegal, café, crenças e
superstições religiosas, científicas e artísticas, não os vê no seu aspecto medonho.
Como disseram, é cego, surdo e coxo.
Como os neurocientistas (Damásio) separam o sentimento, o
não relacionado com a função bioemocional, temos de rever esse conceito, não
o relacionar com o sentir dos sentidos da «vida senciente» e do
sentimentalismo, emoção desbragada, mas com o Lat. Sententia. A
sentência (neologismo) era para Cícero: Ânimo, Intenção, Desígnio,
Inteligência, Prudência (ordenação), Ciência, e não só a Sentença pela qual o
Juiz condena ou absolve. Sentencioso - o relativo a máximas morais, do Eu
Superior. Recordo um comentário do padre agostinho Giorgi, de episódio vivido
no Tibete, que rejeitou ser convertido ao Cristianismo:
«Quando verifiquei que este povo já tinha um deus que
viera do céu, nascido de uma virgem de família real, e supliciado até à morte
para redimir o género humano, a minha alma perturbou-se e fiquei muito confuso.
Posso acrescentar que os Tibetanos rejeitaram as propostas dos missionários, dizendo:
porque nos havemos de converter ao Cristianismo? Se temos crenças idênticas às
vossas que, além disso, são muito mais antigas?» ([i])
Se as Igrejas aceitassem a Verdade religiosa necessária, que
não os dogmas e doutrinas vãs, podiam ser salvas de serem destruídas por
Karma-Nemesis.
[1]
A maioria dos artigos que li sobre a Ciência Quântica, Integral, foram
coligidos por John Danser, da ST de Inglaterra. Publiquei excertos na Revista
Portugal Teosófico e alguns neste livro. Foi a maior dádiva que recebi e nem
sequer foi pedida. Ele sentiu que eu precisava.
[i] Giorgi A.(1742) Alphabetum Thibetanum, Roma, Praefatio. Cit. Pepe Rodríguez.
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