domingo, 24 de janeiro de 2021

Investigação Científica Experimental de Axiomas dos Mestres

Sob o título ”Prince Kropotkin’s Ghost” o ”American Scientist” de Maio/Junho 2002, inseriu um trabalho analisado por John Danser, que tem apresentado excelentes estudos sobre a Filosofia dos Mestres e HPB. O Príncipe Piotr Kropotkin avançou com argumentos sobre as tendências agressivas humanas que são equilibradas por fortes tendências à cooperação, à ajuda mútua, a um levantamento das sociedades altruístas. Melanie Killem, psicóloga infantil e professora do desenvolvimento humano na Universidade de Maryland, e Marina Cords, especialista de primatologia da Colombia University, dizem que Kropotkin se afasta claramente do pensamento corrente sobre as raízes biológicas da violência.

Os cientistas têm feito estudos na perspectiva de demonstrarem que a violência humana faz parte da ascendência animal e por isso, afirmar que o Homo precede todas as espécies dos outros Reinos, é o primeiro dos mamíferos e não o último dos mamíferos, determina respostas violentas e a agressividade torna-se uma doença, um retorno ao útero animal e não uma evolução correcta. É essa a ideia principal deste livro: o Homo é um ser solidário e não o violento que o materialismo científico pretende justificar. A agressividade é uma forma de doença.

Todos conhecem a Eva Mitocondrial que permite estudar os tempos necessários para alcançar o património genético mitocondrial que é transmitido apenas pela Mulher. Há diferentes modos de mistura de DNA, determinante de mutações. Não tem sido dito que as mitocôndrias transmitidas pelas mulheres são relíquias de dependência entre a célula e uma bactéria. Não é o exemplo de uma imposição genética mas de solidariedade em que, por associação, é possível alargar o modelo evolutivo, no contexto da hipótese Gaia, da teoria de Lovelock da Terra como superorganismo com capacidade auto-reguladora, que a Terra realmente é. Sob o título Darwin”s Blind Spot (O Borrão Cego de Darwin) Frank Ryan mostra como estes mecanismos de cooperação são vitais. ([1])

Li em John Danser um texto do New Scientist de 15 de Março de 2003, «Togheter we are stronger» «Juntos somos mais fortes: seja para onde for que olhemos a cooperação e não o egoísmo é o que reina acima de tudo. A luta pela sobrevivência significa ser mais rápido a matar, bater todos os rivais para um cruzamento sexual, e resolver melhor que os outros o modo como nos libertamos de parasitas e infecções. Depois pergunta: Se é cada formiga para si-mesmo como podem as formigas operárias abdicarem das suas oportunidades de procriarem e tomarem para si perigosas tarefas ao serviço da rainha, e porque os vampiros (morcegos) regurgitam sangue para alimentar um vizinho que nem sequer é da família? Para concluir que se não fosse a cooperação e o altruísmo não havia civilização humana (...) embora o conflito domine nos títulos mediáticos, quando vemos mais próximo é a cooperação que mantém o mundo em movimento.»

Em artigo publicado na revista Focus, Julho 2003, intitulado «Vírus manipuladores” se mostra que, como diz o investigador Pedro Simas:”Todos os vírus são manipuladores de processos celulares” preparados para tirarem partido de todas as fragilidades que um ser vivo possa apresentar. Exemplo: os herpesvírus são microorganismos suficientemente inteligentes para se manterem adormecidos no hospedeiro, e só agredirem quando tiverem condições de sucesso. No caso, o sol ou aumento da temperatura. Até lá mantém-se «escondidos» das defesas imunitárias. Microrganismos poderem alterar os comportamentos para que eles tenham possibilidades de sobreviver. Investigadores da Universidade de Stanford e outros descobriram:

-         Acarinos (carrapatos) que se colocam no dorso das formigas e segregam substâncias que as fazem vomitar para que eles se possam alimentar.

-         Um pequeno crustáceo (Sacculina granifera) cola-se aos caranguejos machos e injecta-lhes uma hormona que os faz ter instintos femininos e escavar buracos de pôr ovos, para o”parasita” os usar.

-         Os ratos atacados pelo Toxoplasma gondii altera-lhes o comportamento e perdem o medo dos gatos. Isso facilita que sejam comidos pelos gatos, que vão transmitir o Toxoplasma a outros ratos através das fezes.

-         O vírus da raiva produz comportamentos de agressividade nos cães, que possibilita uma maior facilidade em se transmitirem a outros hospedeiros.

-         Os oxiúros dão prurido no ânus para obrigar a coçar e levar nas unhas os ovos que, espalhados, vão ser ingeridos e completam o ciclo.

Cito estes factos porque estamos a falar de entidades desprezíveis que revelam uma Inteligência superior, para poderem eliminar a Teoria do Acaso. Só podemos ter uma compreensão dos Axiomas de Ciência Espiritual dos Mestres se instituirmos linhas de investigação experimental sobre eles, de experiência própria.

Os nossos comportamentos podem ser alterados de muitos modos, até por infecção física ou de outros Planos dos corpos da alma natural, por aquilo a que em Teosofia se chamaram formas-pensamento, vivas e contagiantes, os memes dos evolucionistas, seres vivos mas não físicos, de outros níveis e por isso muito mais contagiantes e poderosos que os vírus ou parasitas físicos. As formas-pensamento (seres vivos astrais ou mentais) actuam sobre os corpos da alma como qualquer vírus ou parasita fazem. O número de decisões livres é reduzido e quanto mais emocional for, pior é o contágio e menor a resistência aos ”parasitas” quânticos que nos obrigam a desejar e ser dependentes do que os satisfaz. Sem acertar a constituição do Homo acima do corpo de alimentos, não pode ser Cientista verdadeiro.

Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és é a referência científica à cultura inculta. Se entendesse, não respondia com falsas atitudes de Liberdade à invasão desumanizadora de formas-pensamento cruéis, de morte, que lhe chegam continuamente por todas as vias e o super-Homem dos «copos», cigarros, droga médica ou ilegal, café, crenças e superstições religiosas, científicas e artísticas, não os vê no seu aspecto medonho. Como disseram, é cego, surdo e coxo.

Como os neurocientistas (Damásio) separam o sentimento, o não relacionado com a função bioemocional, temos de rever esse conceito, não o relacionar com o sentir dos sentidos da «vida senciente» e do sentimentalismo, emoção desbragada, mas com o Lat. Sententia. A sentência (neologismo) era para Cícero: Ânimo, Intenção, Desígnio, Inteligência, Prudência (ordenação), Ciência, e não só a Sentença pela qual o Juiz condena ou absolve. Sentencioso - o relativo a máximas morais, do Eu Superior. Recordo um comentário do padre agostinho Giorgi, de episódio vivido no Tibete, que rejeitou ser convertido ao Cristianismo:

«Quando verifiquei que este povo já tinha um deus que viera do céu, nascido de uma virgem de família real, e supliciado até à morte para redimir o género humano, a minha alma perturbou-se e fiquei muito confuso. Posso acrescentar que os Tibetanos rejeitaram as propostas dos missionários, dizendo: porque nos havemos de converter ao Cristianismo? Se temos crenças idênticas às vossas que, além disso, são muito mais antigas?» ([i])

Se as Igrejas aceitassem a Verdade religiosa necessária, que não os dogmas e doutrinas vãs, podiam ser salvas de serem destruídas por Karma-Nemesis.



[1] A maioria dos artigos que li sobre a Ciência Quântica, Integral, foram coligidos por John Danser, da ST de Inglaterra. Publiquei excertos na Revista Portugal Teosófico e alguns neste livro. Foi a maior dádiva que recebi e nem sequer foi pedida. Ele sentiu que eu precisava.



[i]     Giorgi A.(1742) Alphabetum Thibetanum, Roma, Praefatio. Cit. Pepe Rodríguez. 

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