sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Como terminar o erro da Atlântida?

Um dos pontos deste livro introdutório à Trino-sofia relaciona-se com o «Pecado Atlante» (recusa da Sabedoria dos Mestres e da regência que os Mestres asseguravam que a Vida não evoluísse no Mal). Basta ler os comentários de psicólogos, sociólogos e antropólogos: o snobismo cultural, de”roupas delicadas” sem verdade, sem valor! Bernard Groethuysen escreveu ([i]): «O Homem está cheio de contradições. Ele não pode ter sido assim criado. Tende para a felicidade e sofre. O seu sofrimento não pode ser imerecido. A luta interior que o eleva contra si próprio, a sua miséria, todo o trágico da sua existência são incompreensíveis, se não se reconhece que existe culpabilidade.» Há analistas que defendem que o ignorante é o mais feliz dos homens.

Depois de doutrinas religiosas do medo de castigos e condenações eternas, veio a Ciência com doutrinas que retiram a esperança de Desígnio humano. Como querem que pessoas sem Destino sejam Boas?

«O Homem sofre com a sua condição humana. Não pode admitir-se tal como é. Tem vergonha de si próprio, vergonha da sua miséria. Pecado significa miséria. Aquele que peca fá-lo contra a vida, privilegia o menos em detrimento do mais, diminui-se a si próprio. O pecado é o caminho que leva para baixo, do mesmo modo que a graça é o caminho que conduz para o alto. Pecar é morrer. Miséria, não-ser (...) O pecador é um doente; sofre de um mal que o leva à morte. A sua vitalidade está diminuída. É um mísero ser». Groethuysen ([1])

Quando a alma começa a ser vivida como a minha alma, considerem que sendo os pilares do Cosmos - a Luz (Qualidade) e o Som (Matéria, Personalidade, Trombeta dos Anjos) - há um Eu de Luz, Eu Superior com uma relação diferente com o Divino e um Eu inferior personalidade (per som). O Divino está em nós; duas Almas Espirituais (Crística e do Filho do Homem) e uma Natural; além do Corpo. Sem o conhecimento do Homem verdadeiro, estamos fechados à Sabedoria É afectivo manter as histórias da vida e morte de Jesus, apesar das descobertas modernas colocarem dúvidas. A descoberta dos tesouros do Esoterismo Cristão, em Damasco (1896), acelerou-se em Nag Hammadi (1945) e Qumran (1947).

Quanto mais dependermos de palavras, dos nominalismos definidos por opinião ou gosto, maiores são as nossas dificuldades. «Soterrado por uma avalanche de palavras incompreensíveis, o Homem moderno torna-se estranho à sua própria linguagem.» «Em vez de sustentar o pensamento, a linguagem nominalista dissolve-o e torna-o totalmente insignificante.» Os livros modernos são emoções que excitam a expansão sensual até aos limites da insanidade.

Na Sabedoria Antiga chamavam à Força da Queda – Baco, o Deus da Bebedeira. Também Dionysus, o deus coxo, de nysus, coxo, por ser temporal, o mesmo significado da coxa ferida do Rei Pescador, a ferida do Karma e Ciclos (Leis das Coxas) que cura pela libertação de quem alcança o Graal, imortalidade. O Homo (Árvore da Vida, de Leis) coxo é o que tem lesões do Karma Nemesis que lhe retiram a liberdade de andar como quer e o obrigam a repetir ciclos de vidas. Pôr o cego, surdo e coxo, a ver, ouvir e andar no Caminho Espiritual é tanto mais difícil quanto menos Verdadeira for a Educação e os meios de informação dos cegos, surdos e coxos espirituais que não sabem a gravidade das suas lesões.

«O Homo é o que for a sua crença. Consoante aquilo que ele acreditar assim ele será.» Bhagavad Gitâ  

O Racionalismo é insuficiente mas é necessário à coerência dos factos científicos. Não pode apresentar Ciência Espiritual sem acrescentar dados objectivos sobre a Theoria dos Mestres, mesmo que sejam poucos, opinião subjectiva nunca.

 



[1] Diz Espinosa: Afirmo expressamente que a alma não possui de si, nem do seu próprio corpo, um conhecimento adequado, mas apenas um conhecimento confuso (e mutilado), de cada vez que aprende as coisas segundo a ordem comum da Natureza, isto é, todas as vezes que pelo encontro fortuito ela é determinada do exterior a considerar isto ou aquilo, e não quando essa determinação lhe vem de dentro [...] entenda-se de sentidos de outros níveis ou Planos em que temos corpos subtis. Cit. de Châtelet. A teoria do Mestre tem h de Holista.



[i]     Bernard Groethuysen. Antropologia Filosófica. Ed. Presença 

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