Um dos pontos deste livro introdutório à Trino-sofia
relaciona-se com o «Pecado Atlante» (recusa da Sabedoria dos Mestres e
da regência que os Mestres asseguravam que a Vida não evoluísse no Mal). Basta
ler os comentários de psicólogos, sociólogos e antropólogos: o snobismo
cultural, de”roupas delicadas” sem verdade, sem valor! Bernard Groethuysen
escreveu ([i]): «O Homem está
cheio de contradições. Ele não pode ter sido assim criado. Tende para a
felicidade e sofre. O seu sofrimento não pode ser imerecido. A luta interior
que o eleva contra si próprio, a sua miséria, todo o trágico da sua existência
são incompreensíveis, se não se reconhece que existe culpabilidade.» Há
analistas que defendem que o ignorante é o mais feliz dos homens.
Depois de doutrinas religiosas do medo de castigos e
condenações eternas, veio a Ciência com doutrinas que retiram a esperança de Desígnio
humano. Como querem que pessoas sem Destino sejam Boas?
«O Homem sofre com a sua condição humana. Não pode
admitir-se tal como é. Tem vergonha de si próprio, vergonha da sua miséria.
Pecado significa miséria. Aquele que peca fá-lo contra a vida, privilegia o
menos em detrimento do mais, diminui-se a si próprio. O pecado é o caminho que
leva para baixo, do mesmo modo que a graça é o caminho que conduz para o alto.
Pecar é morrer. Miséria, não-ser (...) O pecador é um doente; sofre de um mal
que o leva à morte. A sua vitalidade está diminuída. É um mísero ser».
Groethuysen ([1])
Quando a alma começa a ser vivida como a minha alma,
considerem que sendo os pilares do Cosmos - a Luz (Qualidade) e o Som (Matéria,
Personalidade, Trombeta dos Anjos) - há um Eu de Luz, Eu Superior
com uma relação diferente com o Divino e um Eu inferior personalidade (per
som). O Divino está em nós; duas Almas Espirituais (Crística e do Filho do
Homem) e uma Natural; além do Corpo. Sem o conhecimento do Homem verdadeiro,
estamos fechados à Sabedoria É afectivo manter as histórias da vida e morte de
Jesus, apesar das descobertas modernas colocarem dúvidas. A descoberta dos
tesouros do Esoterismo Cristão, em Damasco (1896), acelerou-se em Nag Hammadi
(1945) e Qumran (1947).
Quanto mais dependermos de palavras, dos nominalismos
definidos por opinião ou gosto, maiores são as nossas dificuldades. «Soterrado
por uma avalanche de palavras incompreensíveis, o Homem moderno torna-se estranho
à sua própria linguagem.» «Em vez de sustentar o pensamento, a linguagem
nominalista dissolve-o e torna-o totalmente insignificante.» Os livros
modernos são emoções que excitam a expansão sensual até aos limites da insanidade.
Na Sabedoria Antiga chamavam à Força da Queda – Baco, o
Deus da Bebedeira. Também Dionysus, o deus coxo, de nysus,
coxo, por ser temporal, o mesmo significado da coxa ferida do Rei Pescador,
a ferida do Karma e Ciclos (Leis das Coxas) que cura pela libertação de quem
alcança o Graal, imortalidade. O Homo (Árvore da Vida, de Leis) coxo é o que
tem lesões do Karma Nemesis que lhe retiram a liberdade de andar como quer e o
obrigam a repetir ciclos de vidas. Pôr o cego, surdo e coxo, a ver, ouvir e
andar no Caminho Espiritual é tanto mais difícil quanto menos Verdadeira for a
Educação e os meios de informação dos cegos, surdos e coxos espirituais que não
sabem a gravidade das suas lesões.
«O Homo é o que for a sua crença.
Consoante aquilo que ele acreditar assim ele será.» Bhagavad Gitâ
O Racionalismo é insuficiente mas é necessário à coerência
dos factos científicos. Não pode apresentar Ciência Espiritual sem acrescentar
dados objectivos sobre a Theoria dos
Mestres, mesmo que sejam poucos, opinião subjectiva nunca.
[1]
Diz Espinosa: Afirmo expressamente que a alma não possui de si, nem do seu
próprio corpo, um conhecimento adequado, mas apenas um conhecimento confuso (e
mutilado), de cada vez que aprende as coisas segundo a ordem comum da Natureza,
isto é, todas as vezes que pelo encontro fortuito ela é determinada do exterior
a considerar isto ou aquilo, e não quando essa determinação lhe vem de dentro
[...] entenda-se de sentidos de outros níveis ou Planos em que temos corpos
subtis. Cit. de Châtelet. A teoria do Mestre tem h de Holista.
[i] Bernard Groethuysen. Antropologia Filosófica. Ed. Presença
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