Na «cultura sensual»
onde mergulhámos, a experiência sensual vem primeiro. É uma «cultura de
Afrodite sem espelho». Há a necessidade de estímulos passionais,
emocionais, afectivos, eróticos, etc., para cada um se sentir vivo. Todos
proclamam «opiniões» afectivas e ninguém propõe uma Terapia objectiva espiritual.
A saga das Descobertas que os Portugueses levaram a efeito é
a apologia da mente matemática. Como foi possível a um povo degradar-se tanto
em crenças que destruiu os poderes adquiridos da sua própria mente e agora
cheio de medos que vêm das brumas do seu passado não consegue libertar-se e os
educadores políticos não ajudam. A relação entre Esoterismo e o Oriente deriva
de uma Geografia e Anatomia Sagradas de Gaia. Nessa Geografia – Anatomia
Sagrada de Gaia o centro correspondente ao Mundo Espiritual – é a Montanha dos
Himalaias e o Deserto de Gobi circundante. Procurem o vosso «Desígnio Divino».
A ponta de Sagres (sacra, sagrada), os Cabos Carvoeiros e as
suas relações com santuários a Nossa Senhora, são marcas da geografia da
actividade dos Devas. Os gregos colocaram o
Jardim das Hespérides (maçãs
de ouro) na Península Ibérica-Atlas. A importância da costa ocidental da
Ibéria, de Santiago a Sagres, numa civilização do E. Santo, já demonstrada
durante a Era das Descobertas, relaciona-se com a energia feminina do Devas.
Estamos a falar de um período antes da formação da Europa do Norte e a
separação entre Norte de África e Europa, com o aparecimento do Mar
Mediterrâneo (separador a meio -
medi, das
duas terras, os dois seres de Geia ou Gaia até aí andróginos. É um fenómeno da
ontogénese do Continente da 5ª Raça Raiz, analógico da divisão dos sexos, na
Era Secundária). Algumas características da Era Mesolítica explicam-se pelo
próprio Dilúvio,
Dilúvio de Platão, o
último dos Dilúvios da Era Quaternária, relacionados com a Atlântida:
850
mil anos,
200 mil anos,
75 025 AC e
9 564 AC. De
todas as vezes houve uma saturação da atmosfera de pós e fumo, que levou à
escuridão total que interrompeu a Cadeia alimentar: sem luz não há Vida.
([i])
No Pólo Material, a Tradição
considera um Centro Angelical ou Dévico na região do Atlas, isolado pelo
deserto do Sará. Os monges antigos viam dois subpólos do lado dos Devas: o
masculino do norte de África, e o feminino na Península Ibérica. A Península
Ibérica (feminina) e o Norte de África (masculino) eram, em termos de Geografia
Sagrada, as cabeças de dois corpos individualizados em Geia ou Gaia (a Terra
como ser vivo). Sigam num mapa os trajectos dos grandes canais dévicos: Cabo
Carvoeiro Santarém Tomar, Fátima. Ou, Cabo Raso
ou da Roca Sintra Salvaterra Santarém Serra da Estrela ou dos Hermínios
(de Hermes, Hod). Ou, Cabo Finisterra
Santiago de Compostela e Estrada Jacobeia até aos
Pirinéus, às terras de Trovadores e Cátaros,
na Provença, Alpes italianos, são artérias da Geografia ou Anatomia Sagrada de
Geia. Cada um destes Caminhos tem uma Qualidade de Força.
Em Portugal há uma boa literatura sobre as suas raízes
espirituais relacionadas com as arcaicas escolas de mistérios de antigos
sacerdotes-iniciados,
druidas,
“mouros”, templários, etc. O
termo
arcaico uso-o como estes Esoteristas. Gr.
Archai, imagens
primordiais ou do
Plano Búdico. De Fernando Pessoa, aos estudantes
de Esoterismo por via de F. Pessoa, muitos, de Lima de Freitas e António Telmo
(de expressão Cabalista), António Quadros, Agostinho da Silva, a Paulo Loução
(o estudo da Simbólica, em cinco ou seis livros já publicados de uma
redescoberta
do sagrado e do mito na origem de Portugal), a João Aguiar.
([ii])
Mircea Eliade, que frequentou o centro de investigação que é
a Biblioteca de Adyar da ST disse que o sXX era mais importante pela
redescoberta do sagrado do que pelas descobertas científicas. Era mais justo
dizer: a descoberta da Ciência do sagrado é mais importante que as descobertas
científicas das modernas tecnologias. A concepção Arcaica de que o Homem é o
Templo de Deus e como dizem os Sufis, «quem conhece a sua alma, conhece o
seu Senhor» é mais importante do que parece porque a alma humana não
é a alma natural, é acima dela, é Buddhi-Manas, o filho do Homo. A alma
humana é o Senhor do «dai-nos Senhor», «Senhor, tende misericórdia
de nós», isto é o nível Espiritual do Homo e não um Ser fora do Homo. Disse
Platão: «vós sois deuses, vos haveis é esquecido.» A prática da
investigação científica é o melhor meio de desenvolver a mente objectiva e o
sagrado como imagem, mito, símbolo e ritual. Da experiência dos
Psicólogos, desde Jung: «Os valores supremos estão depositados na alma (...)
a maioria das pessoas é incapaz de estabelecer uma relação entre as imagens
sagradas e a sua própria alma, não conseguem perceber até que ponto tais
imagens dormitam em seu próprio inconsciente. Para tornar possível esta visão
interior é preciso desimpedir o caminho que possibilita essa faculdade de ver.»
Os Mestres estão a «desimpedir o caminho mostrando a
Verdade em todas as religiões e sistemas espirituais». Não é destruir mas
restabelecer a Sabedoria Antiga. O «self-service espiritual» é um
fracasso com consequências gravosas que rejeito, pela desumanidade feita de
manipulação e mistificação. Daí o retorno aos Mestres-HPB como o retomar
dos Caminhos da Teosofia reconhecido na origem, no fim do sXIX. O ensino
dos Mestres é universal de toda a Humanidade; as raízes Gregas da Cultura são
Ocidentais. O Caminho foi aberto por Buddha no séc. VI AC que activou o modo
científico de ser religião, dinamizado no Ocidente, como Filosofia, por
Pitágoras. Os Buddhistas usam o ano 544 BE, iluminação cósmica de Buddha:
2000 DC é o Ano 2544 BE, de
Buddha Enlightment, início do novo Tempo.
Para se entender o nascimento sagrado de Portugal é preciso
recuar à tradição dos mistérios ibéricos e celtas (a 4ª Sub-Raça inclui a
Família dos Portugueses), às lutas contra o poder de Roma (Viriato), continuado
nas lutas contra a ortodoxia eclesiástica como ideal de liberdade. Na luta pela
liberdade religiosa distinguimos: Tradição Hermética e Alquímica antigas;
Priscilianismo, Moçárabes, Templários; Renascença, Descobertas. Instituições de
conhecimentos esotéricos como os Construtores de Templos, associadas à
Maçonaria, foram importantes, sobretudo a partir dos anos mil quando a Europa
de encheu de Templos.
A Sabedoria era perseguida mas os mitos e os signos ficaram
inscritos em pedra, à espera dos dias da Libertação. A grande dificuldade dos textos religiosos é não os entender: Vejam os
Provérbios 27:18: «O que guarda a figueira comerá do seu fruto; e o que vela
pelo seu Senhor será honrado». Depois de descodificado: o que guarda
a figueira, guarda o ensino Esotérico e não divulga o que lhe foi mandado
guardar (circunstância em que a figueira seca ao ser amaldiçoada).
A tradição das
escolas de mistérios herdadas dos povos aborígenes da Península e dos mistérios
trazidos pelos Celtas está patente nos símbolos megalíticos. Permitiu a
convivência e tolerância com outros povos que ocuparam a Península e harmonizou
essas culturas.
O Priscilianismo foi a corrente teosófica ou Neoplatónica,
que entre os séc. IV e VIII foi a directriz major do povo, apesar do poder
Papal ter assassinado o Bispo Prisciliano, em 385. Os priscilianos eram
cristãos cujos objectivos era regenerar os bispados que «tinham perdido a
mística espiritual», a partir de um santuário talvez próximo de Santiago de
Compostela, das peregrinações por caminhos sagrados estabelecidos na época das
romagens, que os saudosistas percorrem.
É nas raízes espirituais, que a Ordem de Cristo expandiu,
que encontra a Alma Portuguesa. Se Portugal, Porto do Graal, também é o que os
Romanos chamaram Gália e Gauleses. Há várias Gálias ao longo nas margens do
Reno, na Irlanda e na Península. Importante é a Galiza (Gália), Sabedoria da 4ª
Sub-raça.
Nesta época houve as lutas entre os de Ário e de Atanásio.
Ário nasceu na Líbia (280-336) e estudou em Antioquia, com influência da
filosofia Grega. Atanásio (293-356) tinha sido discípulo de um anacoreta
extremista. A querela da Trindade, que ninguém compreendeu porque sendo um
ensino esotérico, como aqui se demonstrou, não era acessível, ocasionou
milhares de mortos, infindáveis perseguições até à extinção do último seguidor
de Ário.
S Tiago de Compostela com os seus caminhos de
peregrinação traçados em uma rigorosa geografia sagrada, reflexo de um
caminho inscrito nas estrelas, é o exemplo do Templo construído na base da
Árvore da Vida. O Templo representa as Três Sabedorias da Trilogia Divina. Este
é dedicado ao Pilar da Sabedoria Ética, da Qualidade do Ser, mas no lado
feminino deste pilar (assim como cada criatura tem em si o outro sexo, assim é
cada pilar [Jakin ou Boaz] da Árvore da Vida). Templo e Caminho foram obra de
um dos Três Deveres Maçónicos, o dos filhos do Mestre Jacques. O nome é
simbólico porque Santiago é em francês Saint-Jacques. Jacques está
relacionado com Jakin, a Coluna da Sabedoria da Compaixão.
Os filhos de San Yago
foram designados por Lobos. Santiago foi enterrado no Palácio da
Rainha Loba, em Lugo, uma referência ao deus celta Lug. Os Lobos e
os Corvos são animais consagrados ao Deus: Lug capaz de guiar o Homo no
escuro, uma referência ao inconsciente superior (Superego). Ele é a libertação
pela morte de algo (lúgubre), no caso da personalidade, apegos, emoções
perturbadoras. É importante ver a morte como a melhor libertação, porque a vida
é contínua.
Nos caminhos sagrados há réplicas dos caminhos de Santiago
que são caminhos do Espírito Santo (N. ª Senhora, a Compaixão feminina).
A concha da vieira, com sete raios (dos bivalves, e os mármores do Pérmico com
que fazem igrejas e altares, coloca-nos nesse ponto da Viagem do Tempo. Tanto
como a oferta de flores nos coloca no Cretáceo, dos sexos separados, valorização
da Mulher.
É importante na História dos símbolos ver a transição da cruz
orbicular, a cruz da manifestação, cruz dos quatro pontos cardeais, relacionado
com as quatro Leis Temporais (Evolução, Karma-Nemesis, Ritmos ou Ciclos e
Harmonia), para o «Quinário», um 5º elemento representa a libertação das Quatro
Leis Temporais, a que alguns chamam – a Lei que impõe a repetição infindável de
Karmas: o que reencarna é o Karma das boas e más acções pensadas, sentidas e
feitas. O V Império é uma alusão a essa Quina Libertadora, que
representa a alma Humana (Buddhi-Manas) e Espiritual e o Cordeiro da
ligação entre as Almas evolutivas.
Os sinais
rodados dos primeiros reis (só os reis de menor valia não foram
excomungados pelo Papado), são um círculo onde se inscrevem duas hipérboles,
as curvas laterais e as curvas verticais cujos ramos desenham uma cruz
orbicular, gráfico adjacente. Se excederem o círculo os ramos cruzam-se
entre si dando quatro pétalas. São o símbolo da divisão, sexual. Podem
ver todas as formas, em P. Loução, Portugal Terra de Mistérios, Cap. O
Mistério da Cruz Templária, p. 75.
Dou as quatro divisões
dos dois CR inscritos no gráfico, úteis para compreender a exposição de HPB sobre
o Karma. No centro da cruz dos pontos cardeais, cruz rodada, colocaram um
círculo ou o cordeiro de Deus, Agnus Dei para representar o Cinco. Além
da relação com o coração alguns defendem que o Agnus pode ser a
referência ao Agno, Fogo Espiritual dos Vedas, do Hinduísmo. A
libertação pelo Agnus Dei necessita um outro tipo de mente, a objectiva.
Os sinais rodados exemplificam a Cruz da Diferenciação da Cosmogénese: horizontal,
Matéria e Espírito; vertical, Sujeito e Objecto.
No nascimento de Portugal
foi importante o Esoterismo dos Templários, mortos e despojados de tudo em
outras nações mas não em Portugal. O rei D. Diniz manteve intactas todas as
infra-estruturas e criou uma nova Ordem a que chamou Ordem de Cristo,
sem beliscar a tradição destes monges esoteristas, da defesa da Justiça e
Sabedoria Arcaica. O primeiro Rei D. Afonso Henriques considerou-se Irmão
deles. Deram o conhecimento dos mitos, símbolos e rituais que balizam o caminho
sagrado e são a memória viva dos «tempos teosóficos» de Portugal.
O
nascimento sagrado de Portugal dá-se na batalha de
Ourique em que Cristo “aparece” ao 1º Rei. Desde aí, os Portugueses assumem-se
como um povo a quem cabe vencer as lutas impossíveis. Antes teve a herança de
querer ser um povo Livre, nos tempos da
Lusitânia, de Viriato, séc. II
AC, o chefe tribal que, sem recursos, venceu durante muito tempo as legiões
Romanas. É uma vontade heróica colectiva,
«de implantar um reino independente no
ocidente peninsular».
([iii])
A repressão Papal foi sangrenta e o povo viu nas invasões
dos árabes (Tarik, 711) uma ajuda na luta contra o poder eclesiástico. Muitos
tornaram-se Moçárabes como forma de resistência ao poder eclesiástico.
P. Loução cita em Portugal Terra de Mistérios, uma excelente análise
sobre os Signos de Portugal. Na redescoberta do sagrado em Portugal, ele
adoptou investigações anteriores que interpretam moçárabe: - môsha hárâbba,
“salvação ampla”, “salvação plena” e mosha-hárávi, o “seguidor
dessa doutrina” de salvação, uma salvação holística, sem dono. Os Moçárabes podem ser considerados uma reacção
contra a autoridade clerical oposta à filosofia Espiritual dos priscilianos,
acreditada em toda a Galiza, Lusitânia e parte da Bética (um milagre pois era
dirigida às classes cultas e foi popular).
A irmandade dos primeiros
Reis de Portugal com os Templários devia-se à Filosofia Divina comum. Este «espírito de resistência» continuou com a Ordem do
Templo e a difusão dos pobres que, por necessidades espirituais, usavam um
capuz, viviam de esmolas e pediam «o pão
por Deus». Como estabelecer uma religião justa? Como recusar uma
igreja que se fez dona do Caminho e do Cordeiro? Será possível regenerar a
Igreja para ser Sabedoria de Cristo? (
)
Assim como socialismo é hoje uma imagem de marketing, o termo esotérico, tão mal
utilizado, é uma imagem de marketing.
Ter usado a expressão Sabedoria das
Escolas de Mistérios significa algo que se aprende em Escolas de formação
espiritual, que são muito exigentes e que a maioria não suportava praticar.
No Esoterismo da bandeira de Portugal há a esfera armilar
(onde estiveram inscritos os signos do Zodíaco) que Hermes trazia na mão
direita. Há o escudo vermelho com os castelos, se forem Sete correspondem aos Sete Planos do Cosmos ou Raios; se
forem doze são Signos astrológicos; se forem Cinco são Cinco Quinas
Evolutivas relacionadas com as cinco «chagas» (chakras), cinco
«chaves».
Na Cabala este número é referido às 50 Portas da
Inteligência pois é 5 vezes a perfeição dos 10 Sephiroth. É o sentido do V Império. II Samuel 24: 25: «não
oferecerei ao Senhor meu deus (Eu
superior) holocaustos que nada me custem. Assim, David comprou a eira e os
bois por 50 siclos de prata.» Siclos de prata, a Inteligência da
personalidade, da Força Lunar (prata). Conviria, suponho, ter mantido a
orientação das duas Quinas horizontais para serem contadas duas vezes.
Loução confirmou em Canto III, dos Lusíadas: «Em cada um
dos cinco, cinco pinta,/ Porque assim fica o número comprido,/Contando duas
vezes o do meio,/ Dos cinco azuis que em cruz pintando veio.» O número
comprido é o Sete.
Em Ourique foram vencidos os cinco reis mouros, os cinco
escudos que são moedas de prata a transformar em ouro espiritual.
Moira (HPB. Glossário Teosófico) é o destino, o poder que
governa os sofrimentos. A palavra significa um quarto, são quatro as Leis
Temporais: Harmonia, Ciclos, Karma Nemesis e Evolução.
Há uma quinta
que supera a Lei temporal para que a Graça (causa de Qualidade) possa
reger e «pagar» as dívidas Kármicas. Ao dizer Quina transmite-se a ideia
da redenção pela Quina, o 5º Skandha que corresponde a Buddhi-Manas, à
alma humana, à Acção Justa que leva aos Meios de Existência
Justos, à alma Crística. O povo português diz: «trabalhei que nem
uma moira». A Moira não é o de outra fé, é um destino de trabalhos
forçados por Karma-Nemesis. São os Moiros de Ourique! A Verdade purifica
o Karma.
Diz Camões (Teósofo do
Humanismo), se nas Cinco Quinas, dispostas em cruz, contarmos a do meio
duas vezes, pólos laterais, esquerdo e direito, e
pólos superior e inferior, obtemos o número comprido, perfeito: o Seis dos dois
Triângulos entrelaçados, a integração do Campo de ressonância da personalidade,
no Eu Divino. Assim se conta duas vezes o centro das faces do cubo aberto
em cruz Cristã, 4+2, para dar Sete, 4+3. As cinco Chagas de Cristo
representam a prisão de Cristo no Ego em evolução, na personalidade (corpo
físico, vital, duplo astral e Kama-Manas) e na ligação ao Mundo Espiritual
através de antahkarana, 4º Raio e à Alma Humana Espiritual. A
Personalidade, dada pelos nossos Pais Lunares, é representada pela cor Branca
da Lua, Prata, a transformar em Amarelo Ouro pela Ressurreição.
Outro símbolo são os besantes,
nome de moeda de ouro de Bizâncio (Gr. Byzántis). No Mito
Português os besantes são
uma alquimia das trinta moedas de prata (3x10) da personalidade (moedas
de Moiras) No episódio de Judas as
trinta moedas são enterradas como prata, no campo do oleiro (Mat.
27:7) para que em evolução distante o
Adão de barro refaça a alquimia de as transformar em ouro.
A passagem das moedas de
prata inscritas no fundo azul celestial, do escudo das Quinas, significa que
alcançar o céu é transformar moedas de prata em besantes de ouro.
Os Templários resolverem o problema das cinco que são três horizontais e três
verticais, definindo uma Cruz das Cinco Quinas Azuis, do Mito de Ourique, pondo
as quatro Quinas (da Lei) a apontarem para a Quina central, do
Cordeiro.
Portugal tem a única
bandeira que preservou a simbologia esotérica, a chave do seu nascimento
como Nação (Loução). Terem endireitado as Quinas (que somadas na
vertical e horizontal são Seis dos dois Triângulos e correspondem aos dois Egos
em evolução, Superior e inferior) para as aproximar da Cruz ou Cubo (a Cruz ou
Cubo desdobrado é o da Crucificação e dá Sete, os Sete Princípios). Os castelos
ao mudarem de número mudaram de significado. Se forem Sete são Sete Planos,
Doze são casas Zodiacais, humanizadas em doze tipos de valores da perfeição da
personalidade, como fez D. João I, que sabia Astrologia.
Ourique (de ouro e oriente e da alquimia da prata em ouro),
ninguém sabe onde aconteceu e com que efectivo se travou, nem a que cinco Reis
se refiram. Ourique é no sopé da Serra Mu (signo do 3º Continente).
Parece uma guerra mítica. O símbolo das Cinco Quinas Azuis em que a Cruz Azul foi convertida, na batalha de Ourique (de ouro) tal como
a cruz dos Templários é um talismã mágico-religioso levado pelos Portugueses a
todo o mundo. Não esquecer que a grande motivação das Descobertas Marítimas
(1415-1580) e Caminho Marítimo para a Índia, foi o Mito do Præstes João. É uma referência ao
Rei do Mundo. Nas Cartas que circularam na Idade Média atribuídas a Præstes João, se diz: «Os brâmanes
são muitos e homens simples que levam uma vida pura. Não querem ter mais
haveres do que a necessidade da natureza exige. Suportam e aguentam tudo. Dizem
supérfluo tudo o que não é necessário. São santos ainda em vida.»
Na História dos últimos 6 mil anos parece haver um movimento
da cultura seguindo o Sol, do Oriente para o Ocidente, em relação com as Idades
Astrológicas: idade do Touro, Mesopotâmia; Idade do Carneiro, Judaica e Grega;
Idade dos Peixes, Europa Cristã; Idade do Aquário, possivelmente a América, o
facto do início da Teosofia ter sido em New York, e o papel de condução do
mundo que está a ser assumido pela América de modo sentimental. Se o
significado da Bandeira de Portugal fosse reconhecido como Ciência Religiosa,
teria mudado a História?
Evoluir é subir uma escala de pontos críticos de mudança de estado da alma. Há um momento em que,
de súbito, quando se alcança o ponto crítico, como o da passagem de água a
vapor, brota uma nova Raça, tal como as outras formadas primeiro no Éden
(Astral) antes de serem geradas «irrompe na Natureza uma nova realidade
formal, como se a ideia da espécie tomasse realidade no mundo sensível a partir
desse momento.» (Loução). Recordo que apenas cerca de 5% dos genes estão
activados. É a mente que os activa de modo a gerar condições para a nova 6ª
Raça. Toda a Humanidade deve participar nessa nova Criação. É esse o significado
da junção dos povos do Mundo, que Portugal iniciou.
O Homo é Divino e filho directo dos Deuses nos dois Mundos
da Evolução: o Homo temporal foi criado, formado e gerado pelos Deuses
ou Pais (Barhishads) Lunares, os Deuses de Prata, segundo as qualidades
de cada um de nós, desenvolvidas através da Evolução, pelos seis Reinos
precedentes, ou seja, por méritos próprios; mas a imagem do Homo Espiritual ou
Divino, o Eu Superior foi-lhe dado de Graça, pelos seus Pais (Barhishads)
Solares ou de Vénus, os Kumaras. Depois da Descoberta
falta ao Português realizar o Encoberto, o acesso ao Eu Superior e ser
instruído e educado para o Ser Divino.
[i] H. Álvares da Costa, Lei da Transformação. Portugal Teosófico, nº
47/48.
[ii] Paulo Alexandre Loução. A Alma Secreta de Portugal; O Espírito dos
Descobrimentos Portugueses; Os Templários na Formação de Portugal; A Descoberta
do Brasil; A Viagem de Vasco da Gama; Portugal Terra de Mistérios. Ed. Ésquilo.
António Quadros. Portugal.
Razão e Mistério. Guimarães Ed.
[iii] A. M. Amorim da Costa, Alquimia – um Discurso religioso. Ed. Vega, 1999.