sexta-feira, 26 de junho de 2020

Circuncisão do Coração por Ciência será uma base da Democracia?


Diga à comunidade que o Desígnio da vida não é a cesta emocional rota de sensualidade, mas a cesta (sacrário) de inteligência emocional intuitiva do Ser Espiritual em nós. Os dois tipos de emoção diferem tanto como a vida difere da morte! Uma emoção superior tem a sua origem na Vontade Divina e essa é Eterna: substitui o mortal pelo imortal. Se preferimos os velhos maus hábitos de desejos é um problema: ficamos amarrados e escravizados pela sensualidade e não pela Libertação Espiritual. Um governo de devassos sexuais é inimigo da democracia.
F. Pessoa anteviu a Queda do Império de Portugal: «deixemos descer à vala o corpo dos impérios que tivemos; ressuscitemos o seu espírito, no que orgulho, ânsia de domínio (entendam Vontade Divina), glória de expressão.» É aqui que está o nó cultural que nos impede de fluir para o Espírito. Os progressistas dizem: o Português é inculto, sujo, etc. É mas tinha uma capacidade espiritual que alguns políticos modernos destruíram com ideologias contra a natureza Divina do Homo.
Façamos a renovação do Mito da Saudade que propiciará a libertação das ideias materialistas que corrompem a pureza da Glória Lusitana, El Rei o Eu Superior, o Filho do Homem, a Vinda do Senhor. Qualquer materialista vai à TV pugnar pela sua panaceia na pedinchice: precisamos de mais dinheiro, mais recursos, mais coisas. Nem uma palavra sobre a verdadeira necessidade: a Sabedoria Divina.
O Rei Ashoka, sIII AC, deixou de fazer conquistas depois de assimilar o Buddhismo. Espalhou pilares de pedra da sua vivência Buddhista, por todos os caminhos. No Rock Edict XII inscreveu: «Não se devia honrar somente a própria religião mas honrar também a dos outros, por uma ou outra razão. Assim procedendo, ajuda-se a engrandecer a própria religião e prestamos um serviço aos outros. Quem fizer o contrário, cava a sepultura da sua própria religião e condena as religiões dos outros; pensando que”eu glorifico a minha religião, pelo contrário lesa gravemente a sua religião. A boa concórdia é que todos oiçam e queiram ouvir bem as doutrinas das outras religiões.» Os «animais da Arca de Noé» não eram animais, eram instintos e emoções que os animais desenvolveram. ([i])
A conversão pela Idade do Espírito Santo significa converter as emoções pela Inteligência Divina. A Parúsia ou a Vinda de Cristo significa a Vinda de Cristo em nós mesmos, facilitada pelo desenvolvimento da mente objectiva, pela Ciência, do que uma Vinda exterior de Cristo, o que acontecerá antes que esta Geração, a 5ª Raça-Raiz, termine. A 6ª Sub-Raça Ariana iniciará a gestação da 6ª Raça, está aberto o campo a todas as transformações que os Justos podem aproveitar.
Samael é o rei dos cegos. Samael (Glossário Teosófico de HPB) corresponde às encarnações dos vícios humanos, dos ”maus espíritos”. É o Anjo da Morte (Thanatos), sobre o qual as igrejas do Ocidente desenvolveram a ideia de Satã disfarçado de Serpente. A Serpente de Eva engendrou Caim, no Caminho do Ocidente; e a Serpente ascensional de Portugal (do Graal) gerará (?) o Filho do Homem, no Caminho do Oriente. A cultura está sob o «poder de Samael»: os homens e as culturas estão cada vez mais mortais e vêem na Morte a única libertação!
«Há um caminho áspero e espinhoso ladeado de perigos de todas as espécies – mas esse é o caminho; ele leva ao coração do universo. Posso dizer-vos como encontrar Aqueles que querem mostrar-vos a porta estreita que leva apenas para o interior e rapidamente se fecha para sempre atrás do neófito. Não há perigo que a coragem indomável não possa conquistar. Não há provação que uma pureza sem mancha não possa atravessar. Não há dificuldade que um intelecto forte não possa superar: para aqueles que forem em frente, há a recompensa de conhecer todo o passado; o poder de abençoar e salvar toda a humanidade. Para os que falharem, há outras vidas nas quais o sucesso pode acontecer.» H. P. B.
A comunidade científica baseada numa falsa Teoria do Conhecimento, quer ser vista como o messias que veio salvar o mundo das trevas. Não pode destruir as religiões verdadeiras e impor as suas teorias como se fossem a verdade intocável. Só os que ultrapassaram o Reino humano e vivem no Eterno Reino de Deus podem ser os nossos Mestres de Ciência e Ética, desde que tomemos os Axiomas d’Eles como referência para investigar, aprofundar, e não para repetir mecanicamente.
Hoje há literatura que esclarece o Conhecimento sobre a constituição do Homo e do Universo, ler José Manuel Anacleto. Alexandria e o Conhecimento Sagrado, Cap. I. ([ii]) O sucesso está na vossa intenção de viver, morrer, ou ficar alheio porque já está «morto». Os que vos podem ajudar a viver e não a adoecer são um terço da humanidade. Por estatística, uma em cada três pessoas poderia colaborar num grupo de socorro por Ciência Espiritual, se não estiver viciada nas espiritualidades emocionais do século XX. Como escrevo para os que sentem a presença do Mestre deles, ignoro a máquina de moer trivialidades, o “opion maker” materialista. Os mais simples, mais bondosos, retiram o essencial de modo supraconsciente, e aliviam a humanidade. Escrever dirigido ao supraconsciente?


[i]     John Algeo. The Seven Loves. The Theosophist, Setº 2003. Adyar, Índia.
[ii]     José Manuel Anacleto. Alexandria e o Conhecimento Sagrado. Ed. CLUC. 2008. Cap. I

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Evolução Humana. Recuperação da Unidade Essencial


A filosofia deixou de ser Filosofia ao tornar-se subsidiária da Teologia. Jesus disse. Lógion 101: «Aquele que beber da minha boca será como eu: eu também serei ele, e as coisas ocultas ser-lhe-ão reveladas»» Lógion 111: «Os céus enrolar-se-ão e também a terra, diante de vós, e aquele que é vivo vindo do Vivo não verá morte nem [medo], porque Jesus diz: aquele que se encontra a si mesmo, o mundo não é digno dele.» Esta insensibilidade ainda domina a Cultura que não recuperaram após vinte séculos. A vossa ajuda pode restabelecer a Verdade. Todavia, só por entrega muito grande e de carácter altruísta pode impulsionar a vida para caminhos mais esclarecidos, menos tenebrosos. Para não cair na área das crenças, de muita excitação emocional e poucos resultados práticos, faça Ciência Espiritual.
Evoluir significa desenrolar. Quando a Evolução cessa, podemos dizer que o mundo se enrola. Salva-se quem fica na posse do seu Ego, Eu Superior ou Eu Divino, a Individualidade Espiritual. O que bebe da boca do Mestre e assimila o ensino sabe a Verdade como Ciência ou Lei e como Qualidade ou Ética em si mesmo. Estejam atentos à palavra de Verdade, ela tem o condão de despertar em nós a capacidade de ver. O vivo e imperecível, não tem de se preocupar com a renovação dos fins dos Ciclos.
«Ai dos profetas loucos que seguem a sua própria natureza e coisas que não viram... os que dizem o Senhor disse, quando o Senhor os não enviou... visto que andam a enganar o meu povo... Vós me profanaste entre o meu povo, por punhados de cevada e punhados de pão, para matardes as almas que não haviam de morrer...» Ezequiel 13. Se a Verdade é o Ser de cada um e sendo ela mostrada não a vê, é porque não tem ainda Substância de ver e em vez de repetir o ensino a única ajuda é pôr ao lado o que Sabe. O progresso científico não venceu a luta tremenda e duradoira contra opiniões metafísicas. Ainda reverencia o que, por sanções sociais, lhe impõem. A Ciência materialista negou a base de Sofia que só os Mestres podem dar e deixou de haver filósofos que mereçam o nome. A evolução da mente científica, que erradicou as metafísicas sem experiência, está longe da Sofia cujo télos é a Verdade, não acessível à experiência do homo comum.
Por efeito da Lei analógica, o Todo é visto como uma Unidade. É uma grande ajuda poder extrapolar os fenómenos da evolução biológica para a embriogénese da Mente e ver que ambas são substâncias de corpos que evoluem – o biológico e os da alma, são desenvolvimentos paralelos e analógicos entre si. Falta à Psicologia pontos de referência objectivos. A Embriogénese pode ser um bom modelo para compreender a origem da Mente e acima de tudo, reconhecer que a alma não é o Espírito, que paira acima da Matéria. Em Embriologia, a ontogénese recapitula a filogénese. Um embrião não repete as formas adultas de espécies anteriores da Escada evolutiva, mas apenas as suas formas equivalentes. Quando se alcança o patamar da diferenciação cessa a capacidade embrionária. Quanto mais tempo conservar as capacidades embrionárias, maior é a possibilidade de alcançar patamares elevados e de continuar a progredir.
Além dos mecanismos induzidos por via genética, cada linhagem celular recebe as informações necessárias para evoluir em função de uma posição determinada de um Campo de Ressonância. É outro exemplo da palavra teleonomia – a disposição das células em determinada localização posicional diferencia no sentido de um Desígnio atribuído a essas células. Deus é um Princípio e o Ser mas não é Um Ser. É importante compreender que esse Ser, Princípio Divino, habita em nós. Diz o Bayan, o livro dos Baha’i: «O único verdadeiro Deus pode ser comparado ao Sol e o religioso a um espelho. Desde que se coloca o espelho diante do Sol, ele reflecte a Luz.» A Alma Crística é a Lei do Espelho.
O conceito de teleonomia está a entrar na ideologia política materialista: «a dialéctica considera a natureza não como uma acumulação fortuita de coisas, de dados isolados, de fenómenos soltos, isolados e independentes uns dos outros, nas como um todo unido e coordenado, em que as coisas e os fenómenos estão ligados organicamente entre si.» Estaline sobre Elementos da Dialéctica de Lenine.
A mente são estados de consciência que dependem das sensações e de fenómenos de natureza molecular, digo assim para fazer uma provocação aos hábitos culturais dos que têm a alma por equivalente ao Espírito. A Evolução das Espécies é uma relação entre as Substâncias dos veículos de Manifestação e a Matéria na qual evolui para que o Espírito encontre Substâncias e estruturas para se manifestar. Embora a Trilogia esteja presente em tudo, as moléculas físicas que dão origem às percepções e estas às emoções têm vontade e sentimento (qualidade de algo) mas são destituídas como moléculas, de inteligência. São escravas de uma volição da Natureza (HPB in CW, vol. 12, p 703). Kama, o corpo das emoções, está relacionado com o sangue, fígado, estômago e órgãos geradores.
A ligação entre o Mental superior e o inferior, entre a Personalidade e o Eu Superior ou Espiritual dependem do modo como aprendemos a libertar-nos dessa vontade emocional inferior. Dou um exemplo da Doutrina Secreta, de HPB: o Deus pessoal (antropomórfico) do teísmo é uma «formação» de emoção-pensamento inferior. Ele só existe porque nós o criámos. Por isso o Deus antropomórfico é feito com o bom e o pior de nós mesmos, como Voltaire dizia. Não é um Criador é uma criação humana inferior. Outra é a Arca de Noé? Uma Arca é uma Vaga de Vida. O étimo Conhecimento Arcaico é uma referência ao Conhecimento Primordial da Raça. A Arca é a Arca de transferência da Vaga de Vida para a Raça seguinte. O conceito de Dilúvio aplica-se sempre ao fenómeno de desagregação normal de um Continente para dar lugar ao novo Continente e Geografia.
A entrada em funções de novas capacidades, para serem evoluídas, faz-se pelo mesmo modo que muda o estado de uma Substância (água e gelo) quando se alcança o ponto crítico. O que é verdade para a água é para a substância da alma. Todos sabem que a Árvore da Vida são três Colunas, três Árvores. O que está escrito, em Gén. 1:9 é: «fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista e boa para comida; e a Árvore da Vida no meio do jardim; e a Árvore da Ciência do bem e do mal.» A Árvore do Bem (direita) permite superar os Karmas pela Qualidade Divina ou Essência, pela Compaixão, que redime todas as coisas. A Árvore da vida no meio do Jardim, conduz à Vida Eterna pois é pela coluna do meio que podemos estabelecer a ligação entre os três Mundos do Homo, é o Caminho. A Árvore agradável (esquerda) é o lado rigoroso da Ciência e das imutáveis Leis da Existência, também a dos prazeres dos sentidos, das percepções, Leis das Substâncias.
Há uma relação íntima entre Forças negativas acumuladas na Natureza e os comportamentos humanos. A causa natural de cataclismos e as transformações da Vaga de Vida, da Era Geológica, etc., são operadas em primeiro lugar pela mente dos homens e reguladas pelas Leis e pelos Mestres. Alguns epidemiologistas falam no terrorismo biológico da mãe Natureza, porque é essa a sensação ante as novas pestes: SIDA, Ébola, a Síndroma Respiratória Aguda, a Tuberculose multi-resistente, etc. Passar a ideia de que a ponte cai e morre muita gente, há inundação e grandes prejuízos, há incêndio e queima tudo e isso tem a ver com a mente colectiva é mal aceite porque o Bem e Mal não são vistos como Energias. Como na Natureza nada se perde, nada se cria tudo é transformado, aquele que não for capaz de transformar o seu lado negativo nada faz para se libertar.
John Danser entre os estudantes dos Mestres-HPB de Inglaterra, em Theosophical Commentary Nº 2, desenvolveu o tema de HPB, The Heart – The King of the Body, sobre uma análise de Virgínia Kennedy ao livro de Doc Childre & Howard Martin, The HeartMath Solution: «O coração é mais do que um órgão que bombeia sangue, ele tem a sua própria inteligência – a inteligência do coração – e o seu sistema nervoso, com pelo menos 40 mil neurónios. As suas conexões são mais do que as do tipo biológico – comunicações entre o coração e o cérebro já são reconhecidas como existentes no aspecto neurológico, bioquímico e biofísico, mas a investigação de Childre mostrou que também se verifica uma dimensão de energia em um campo de interacções electromagnéticas. O autor coloca assim o problema: O coração é o centro de controlo dos sistemas do corpo e da saúde em geral. O livro mostra como se pode estabelecer uma conexão directa com a inteligência intuitiva do coração. Em 1970, John e Beatrice Lacey, no Fels Institute, descobriram que o coração não obedece automaticamente a mensagens vindas do cérebro... mas o cérebro obedece a mensagens enviadas do coração, mensagens que podem influenciar o comportamento pessoal.» ([1])
Para John Danser, nós temos um conhecimento intuitivo pelo coração das nossas vidas quando falamos de “desejos do coração”, de “coração destroçado”, ”falar ao coração”, “abrir o coração” a alguém, “de alma e coração”, “ir direito ao coração”, ”cair o coração aos pés”, etc. No Dictionary of Phrase and Fable se diz que o coração é muitas vezes referido como o Segundo Eu” e que o coração é um símbolo de amor. Pascal, o matemático francês, escreveu nos “Pensamentos” que “o coração tinha razões que a razão desconhece.” Começamos a compreender!
HPB em Collected Writings XII, 694, diz: «A consciência que é apenas consciência animal nasce a partir de todas as células do corpo; corresponde a Prana (o Princípio Vida) porque Prana e o invólucro áureo são ambos a mesma coisa... O coração representa a Tríade Superior o lugar do Homem Espiritual, enquanto o Homem psico-intelectual reside na cabeça com as suas hierarquias com as suas sete portas. São os sete cérebros, os upâdhis (veículos) e símbolos dos sete Saptaparna, a “caverna de Buddha” com os sete compartimentos.» [Na DS II, 92, sem clarificar diz que o coração tem quatro cavidades inferiores e três separadas em dois grupos, o superior e o inferior]. «O coração é o centro da consciência espiritual como o cérebro é o centro da consciência intelectual. Há três centros no corpo humano: o coração, a cabeça e o umbigo. O coração é o centro da consciência espiritual, a cabeça o centro da consciência psíquica e o umbigo o centro da consciência cósmica.»
O Homem é um Ser Divino que nos seus primeiros tempos de vida na Terra era um Ser Poderoso, feliz. Fez erros desumanos e sofreu as consequências, efeitos regressivos sobre o sistema nervoso que fizeram do recém-nascido, que nos primeiros tempos da humanidade tinha grande autonomia – nascia a andar e com todo o conhecimento anterior, – criaturas que precisam de fraldas e perderam totalmente a memória, dependentes de nova Instrução e Educação para sobreviverem.
O mau religioso é inerte no bem, fica à espera de Cristo ou D. Sebastião e No Lógion 51: «E em que dia chegará o mundo novo? Ele disse-lhes: Aquilo de que estais à espera já chegou. Vós porém não o reconheceis.» O Mestre referia-se à mente objectiva de Buddhi-Manas, ver o Real tal como ele é, de modo directo, da Alma Humana Espiritual. Como mudar de mente? A resposta vem a seguir: «É eficaz a circuncisão ou não? Ele disse-lhes: Se ela fosse eficaz, os pais gerariam filhos circuncisos do ventre de suas mães! Mas a verdadeira circuncisão em espírito, tem eficácia total.» A circuncisão do coração, é libertar-se de afectos e comportamentos determinados por imposição sensual, de neuro-péptidos segregados à volta do coração, grandes vasos, estômago, etc., para agir racionalmente, por intuição, «o leite da razão» e encontrar a Cultura do Renascimento, nascer de novo, em sentido inverso ao nascimento da criança que começa a vida temporal. Repito a frase de F. Pessoa para melhorar a compreensão da Filosofia Divina em que o poeta se funda: no português, “a imaginação é tão forte que por assim dizer integra a inteligência em si, formando uma espécie de nova qualidade mental.”


[1] O Novo Testamento, um Mito, tem ligações à vida de Jesus, mas espirituais: é simbólico e mitológico. Sem Cristianismo Esotérico o livro é ilegível. Neste novo Ciclo de Vida da 6ª Raça ou sabemos decifrar os símbolos e Mitos, ou estamos a desaproveitar a oportunidade. Há erros e fraudes religiosas que bloqueiam a capacidade de saber quando a realidade é diferente da imagem afectiva criada para provocar a bebedeira emocional. Se não ousarem repor a Verdade, tudo o que é importante vos passa ao lado e o orgulho faz que dispensem Mestres. Um livro meu funda-se no Phêsi, o Mestre disse.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Sete Reinos da Natureza levam ao Reino de Deus


O que evolui é a substância inteligente dos corpos do ser e não o Ser. O Ser é o Divino em nós que não evolui. A Substância essa evolui. Os falsos valores do inconsciente exaltaram a pobreza de espírito, um posicionamento religioso, social e político deletério. Que o vosso amor abunde mais e mais em Ciência e em todo o conhecimento”, diz S. Paulo aos Filipenses. Já disse muita vez aos espiritualistas que não querem converter as suas velhas emoções. Eles não querem entrar na Era da Ciência que acusam de ter derrubado os Valores.
O Materialismo destruirá, sem hipótese de recuperação, o que for sagrado, porque os erros doutrinários do Cristianismo, por má interpretação do ensino original, são grosseiros e dão mau nome às religiões. Se misturados com caridade, amor, etc., há conversas sem valor, dão mau nome ao amor, tão mau que hoje só é entendido como sexo ou da natureza analógica de uma experiência orgástica, sexual. A vida sexual é referida em função do predomínio de comportamentos impostos por via humoral que retiram a capacidade de ser objectivo.
Se dizemos que há Três Pérolas – Ciência, Ética e Amor –, tudo o que se opuser a essas Pérolas e gerar dependências, é condenável. Conscientes de que a vida não suporta repressões, é de desmotivar o que seja reprimir, substituído por «método esclarecido» e em caso algum aceitar a «permissividade», sem valores. O Senhor Buddha gerou condições na Cadeia Terra para a humanidade ter sucesso no Caminho Ascensional através das Quatro Nobres Verdades que correspondem às quatro Atias e pelo Caminho dos Oito Passos para a Salvação. À abertura da porta de Serápis para o Divino, corresponde o encerramento da porta de descida. A gestação da 6ª Raça vai transformar tudo na Terra, a Matéria, Geologia, Continentes, Espécies e outros homens com outros talentos.
São Marcos chamou a Jesus aquilo que Ele era: Nazareno (separado), o Senhor (Eu Superior) ou o filho do Homo (a alma Humana Espiritual) e nunca o Salvador Cristo. Ao transmitir o ensino dos Mestres, faço-o em espírito de Ciência: «só a Verdade que puderes assimilar é verdade para ti; é contra natura ensinar aquilo que não é necessário para ti.»
O Reino Humano é o primeiro com capacidade para revelar o Reino de Deus em si mesmo, do Venha a nós o Vosso Reino e Seja feita a Vossa Vontade. «Mas o reino é dentro de vós e é fora de vós. Quando vos conhecerdes sereis então conhecidos e sabereis que sois os filhos do Pai, o Vivo. Mas se não vos conhecerdes, então estareis na pobreza e sois vós a pobreza.» Ev. Tomé, L3.
A separação do Pai Divino gerou a cultura de pobreza sem cura, que ignora a nossa origem comum e os fundamentos do Novo Homo. «Jesus disse: Se vos perguntarem de onde vindes? Dizei-lhes: Viemos da Luz, já de onde a luz se fez por si própria. Ergueu-se [...] e manifestou-se na imagem deles. Se vos perguntarem quem sois, dizei: Somos seus filhos, e somos os eleitos do Pai, o Vivo. Se vos perguntarem qual é o sinal do vosso Pai que está em vós, respondei: É movimento e repouso.» Ev. Tomé L 50
Este Lógion é maravilhoso. Corresponde aos três primeiros versículos do Pai-nosso: Pai Nosso que estais nos céus, a Luz, o Vivo; Santificado seja o vosso nome, que é movimento e repouso, a alternância do Universo Manifestado e Não-Manifestado; Venha a nós o vosso Reino, porque somos Filhos de Deus, os eleitos do Pai – a identidade entre o Divino e a Centelha Divina (Mónada) que habita cada Homo na imagem (Atma-Buddhi). Eis a versão actual dos Três Princípios da Doutrina Secreta invertidos porque se passou da Queda para a Ascensão. No Ev. de Tomé Jesus cita-os pela ordem Antiga, de Queda na Matéria, duma Árvore da Vida dorsal, é uma imagem de pólos invertidos, em relação à Árvore de ascensão ou facial, anterior. Destas Três Proposições podem ser deduzidas as Sete Leis ou Princípios da Árvore da Vida.
Quanto mais nos aproximarmos do objectivo maior, o Télos, maior é o poder para instituir o Reino interior. Quando Justiniano fechou a Escola de Filosofia de Atenas em 529 e mais tarde Teodósio fechou a Academia Ateniense, disse-se que era uma vitória da fé (crença, doutrina sem provas) sobre a razão (da Filosofia assente no Conhecimento ou Sofia experimental das Escolas de Mistérios.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Cristo manifestou-se através de vários Discípulos que vivem n’Ele


A vinda de Cristo através de Discípulos representou um alargamento do acesso ao Mundo Espiritual revelado no símbolo de João, Graça de Deus. Um número significativo de homens avançados alcançaram a perfeição humana nos séculos seguintes, e foram admitidos na Hierarquia de Compaixão, a começar pelo próprio Mestre Jesus, aceite na Ordem de Melquisedeque (Melleck Tzedeck, do Rei dos Justos, Rei do Mundo), disse S. Paulo, que foi mandado fundar a Igreja Cristã, Igreja de Sofia. A chave está no Ev. de Tomé: «no tempo em que éreis um, tornaste-vos dois, mas uma vez que vos tornastes dois, o que fareis?» A resposta é: se tive de me tornar dois para poder evoluir e ser ciente de mim mesmo, completada esta Evolução, voltarei a ser Um, o Andrógino Divino. Colocada a humanidade no primeiro degrau da Reunificação, passou a haver uma guerra santa entre os que descem e os que sobem. Eles têm caminhos opostos.
Os Cristãos de S. Tomé praticavam um Cristianismo mais Esotérico dos movimentos Gnósticos, de regra Joanina. ([i]) Cristo está em nós, está em Pitágoras, está em Jesus, está em Apolónio, está em todos os que o sabem revelar. Recordar o holocausto de 6 milhões de judeus, assassinados pelo Nazismo, vencido no sXX, e não o comparar, por exemplo, ao holocausto de 9 milhões de mulheres inocentes, acusadas de bruxaria, e queimadas pelos religiosos, no sXVII, é usar duas medidas para a justiça. Enfraquecer a Religião e pulverizá-la em seitas e credos divergentes, afasta o Homo do caminho da Religião-Ciência. As vítimas não procuram a Verdade desejam um abrigo afectivo. F. Pessoa disse bem certo: «no V Império haverá a reunião das duas forças separadas... lado esquerdo da Ciência, lado direito da intuição.»
A Grande Obra que Cristo está a realizar é inverter o sentido da Evolução, da Queda na Matéria para a Ascensão no Espírito. É para toda a humanidade e se os cristãos não souberem a Missão de Cristo não são dignos de ser cristãos. O cristianismo da cegueira afeiçoada, como se dizia nos tempos da Filosofia do Dever Joanina, é uma grande punição. Não lancem ao mundo os não educados, sem capacidade para seguir as pegadas espirituais do Ser. Sei a Ciência Espiritual dos Mestres. Onde estão os poucos que a podem ver e ouvir?
Quem não conseguir ultrapassar o nível do Mental, as Leis dos Mundos Espiritual são inactivas para ele. Por exemplo: não faz sentido falar da Graça de Deus, ou perdão dos pecados, para um Homo pouco desenvolvido; ele não é capaz de ascender a esse nível e vai tragar as suas próprias fezes, para usar a simbologia Bíblica do Karma Nemesis. Os ”espirituais” empenham-se em fazer missionarismo partindo do pressuposto que a mudança superficial de ideias altera o comportamento. Mudança de ideias e de Substâncias é o mesmo fenómeno evolutivo. O objectivo é despertar os dez talentos da mente, os dez talentos da parábola Bíblica.


[i]     Mircea Eliade. Aspectos do Mito. Ed. 70. História das Crenças e Idéias Religiosas Ed. Zahar, Trad. Brasil. Três Tomos

terça-feira, 16 de junho de 2020

Apolónio de Tiana, o Médico. A Gestação do Homo Científico


Andrew Tomas escreveu um livro dedicado ao Mestre Morya, o Mestre do 1º Raio, em Shambala, o centro espiritual a partir do qual o mundo é vigiado dentro dos limites das Leis. Também opera a partir de outros lugares. Foi um dos dois Mestres fundadores da ST que coligiu a Teosofia tal como foi inicialmente apresentada aos povos. Para o Mestre, o ensino podia ser confirmado nas referências exactas existentes, indo procurá-las onde elas estão. Significa que podemos fundar uma Filosofia Divina através da investigação das origens do ensino espiritual e religioso e não inventar filosofias. Se o fizermos sem o ”mapa” que os Mestres desenvolveram para nos ajudar, o mais provável é haver maiores confusões.
O livro trata da viagem iniciática de Apolónio de Tiana, um dos veículos de Cristo no início da Era Cristã ([i]) e completa outras investigações sobre o Mestre Apolónio de Tiana ou Apolónio-Cristo. ([ii]) No início da Era Cristã houve uma luta fratricida entre os fiéis de Jesus-Cristo e de Apolónio-Cristo. Nesta Ghiâde, os fiéis do Cristo Aramaico venceram e mataram os fiéis do Cristo Grego, destruindo-lhes os textos e a biografia, cuja investigação foi encomendada a Filóstrato pela mulher do Imperador Septímio Severo, Júlia Dona, por volta do ano 200. De Apolónio pouco restou. Os templos erigidos a Apolónio-Cristo, por Caracala, foram destruídos. A verdadeira Sabedoria exige o Rigor que só a Ciência dos Mestres provê.
Sobre Jesus não existe documentação. De Apolónio houve 97 cartas dirigidas aos Imperadores, o Diário de Damis, o discípulo que o acompanhou durante anos e uma biografia. Muitos na época se interrogavam em quem deviam concentrar a fé: as doutrinas eram iguais, os milagres de Apolónio eram mais numerosos e os talismãs que o Mestre deu para os proteger de tempestades e outros riscos, eram eficazes. Apolónio nasceu em Tiana, na Capadócia, a actual Turquia julga-se que cerca de 4 anos antes da nossa Era, e viajou por todo o Império, tendo sido feito prisioneiro do Imperador, por duas vezes, por razões de estado, que Apolónio criticava sem temor. Tendo nascido em uma família rica, deu todos os seus bens logo que o pai morreu. Frequentou a Escola de Asclépio para ser Médico e cumpriu os cinco anos de silêncio da regra Pitagórica.
Apolónio era um poderoso Iniciado e deu mostras de enfrentar todas as injustiças, impondo o Dever. Um dos seus modos de actuar ocorreu num ano em que havia fome e os mercadores usaram a falta de alimentos para fazer subir os preços. Apolónio foi ter com eles para os convencer a baixarem os lucros. Correu mal e logo os ameaçou de usar a Força: «a Terra é mãe de todos e é justa. Mas vós sois injustos porque quereis monopolizar esta mãe só para vosso proveito. Se não vos arrependerdes não permitirei que vivais.» Os preços desceram de imediato. A «ordem» é ofensiva da beatice cristã; o Dever Divino está acima da Vida, quem não cumpre os seus Deveres para com a Vida não merece viver!
Apolónio tinha recebido das mãos do sacerdote de Apolo do Templo de Dafne as placas que Pitágoras usara para ir receber a sua Iniciação em Shambala, o Governo Interno do Mundo. Nelas estavam assinaladas os pontos de referência que devia percorrer até ao Tibete. Apolónio e o seu discípulo Damis que encontrara na Babilónia fizeram a pé essa viagem de centenas de quilómetros. Quando chegaram ao local, as placas deixaram de funcionar e Apolónio teve de ser oriental por uma Força Espiritual que o guiava. A magia do local foi relatada por Damis.
Os Mestres fazem-se rodear de um círculo mágico perigoso para quem Eles proíbam. Os nativos chamavam a esta terra «a fronteira proibida dos deuses». O caso não era para menos, quando olhavam para trás a paisagem tinha mudado e não havia referências. Aquilo que Damis conta é uma terra maravilhosa onde não havia luz mas pedras fosforescentes, as pantarbes que iluminavam como se fosse dia. Os Mestres para se deslocarem podiam controlar a gravidade apenas com um bastão que batido no chão os fazia erguer e viajar acima do solo. Reza o Diário, que Apolónio esteve alguns meses neste Centro Espiritual.
Os Mestres encarregaram o Iniciado Apolónio de duas missões: enterrar certos talismãs espalhados pelo Império até à Península Ibérica, para serem utilizados nas grandes transformações em curso; fazer a transição dos Imperadores ditatoriais (Calígula, Cláudio, Nero, Vespasiano, Tito, Domiciano, para os Imperadores do tipo Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, que responderam às necessidades do povo e eram sensíveis à Educação e Instrução.
Os materialistas estão a espoliar a Vida Espiritual; dão esmolas aos pobres que ficam dependentes e escravos deles. Com mão pesada conseguiu alterar a crise da Civilização de Roma e proporcionou um grupo de bons Imperadores, na mudança do Ciclo. Muitas vezes vou referir o Gitâ, o livro de 3 102 AC de Krishna ou Cristo no início de Kali Yuga, em que foi ensinada a Filosofia do Dever Divino para esta Idade. Se tivessem lido o Livro (Baghavad Gitâ), para todas as religiões do mundo, era muito mais fácil compreender o ensino religioso posterior.
A Vida destes dois Grandes Seres representa o que Jesus-Cristo disse em Mat. 10:34-37: «Não penseis que vim estabelecer a paz na terra; vim estabelecer não a paz mas a espada. Pois vim causar divisão...» Estamos em era de ruptura com uma Era Evolutiva: da passagem das culturas do Eu inferior para o Eu superior. Sendo a Verdade Espiritual tão diferente, quem não estiver em conflito com a sua cultura, com as ideias por todas repetidas, com hábitos de vida consagrados, não pode ser candidato a discípulo de Cristo. Para ascender no Caminho para Cristo, necessário é cortar as amarras ao inferior, pela Espada. A Presença da Espada em qualquer iniciação tem este significado: circuncisão do coração! É um símbolo de morte das sensações e das emoções desencadeadas por via humoral.


[i]     Andrew Tomas. Shambala Ed. Robert Lafont. 1976. Shambala, Oásis de Luz. Trad. Espanha. Plaza & Plaza, Barcelona 1982
[ii]     Jean- Louis Bernard. Appolonius de Tyane et Jesus. Ed. Robert Lafont, 1978

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Raça Raiz, um Novo Homo, uma Nova Vaga de Vida dos Sete Reinos


Cada Raça tem a sua Geologia e o seu Continente próprio. As Raças e os Continentes de cada uma foram ensinados e, se houvesse alguma coerência, os estudos antropológicos deviam tomar como temas de investigação essas directrizes, que dão uma experiência que não pode ser obtida de outro modo. Como cada Raça tem 7 Sub-Raças e 7 Famílias Raciais, e há três Raças densas, as do Adão de Barro, nascido no período Cretáceo da Era Secundária, há uma variedade de esqueletos e fósseis culturais por descobrir, desde logo, os esqueletos desses gigantes da Era Secundária (3ª Raça dos Teósofos, cujas descrições estão espalhadas por várias religiões e culturas milenares, ligadas ao megalitismo). Um Mestre fez o remoque: não as encontram porque não querem encontrar. Ó subserviência ao Materialismo, ao darwinismo, que reduz a Evolução ao Plano inferior! Notem a influência das relações numéricas. A 5ª Raça, do Sol (Raça de Cristo, Surya, Sol) tem a zona zoogeográfica Holárctica, sobre parte do Continente Hiperboreal da 2ª Raça, para onde o Sol se retirava, segundo os Gregos.
Apesar da importância do estudo das raízes do Homo, do modo como alguns povos souberam opor uma cultura naturalista ao falso dogma Cristão (o caso Português que misturou paganismo e catolicismo oficial), lembra-nos que hoje, em Idade de Ciência, de objectividade, temos de fazer o mesmo mas agora não por vivência de forças anímicas, dos deuses da Natureza, mas através da Ciência e Sabedoria dos nossos Pais Divinos, admitindo que em todas as Religiões foi ensinada essa Sabedoria e está «oculta» nos textos. Temos de ser heréticos do Poder. Mircea Eliade foi inovador porque, no jugo materialista, seguiu a Regra.
Dou um exemplo paradigmático: os «quatro animais» do Apocalipse e o Agnus Dei. Era bom acrescentar: o Apocalipse é o livro do Kali Yuga – 432 000 anos; os quatro animais são um símbolo astrológico da Cruz Fixa (Touro, Escorpião, Leão, Aquário); o Cristianismo como religião do Kali Yuga adoptou, justamente, quatro Evangelhos da Cruz Fixa, os quatro símbolos astrológicos; Kali Yuga teve inicio na Idade do Touro (17-18 Fev. º 3 102 AC). Kali Yuga é a Idade da ligação da alma natural à alma humana, operada pelo cordeiro de Deus, símbolo de antahkarana, o poder da Harmonia, do 4º Raio, Serápis. Os Portugueses são da 4ª Sub-Raça da 5ª Raça, logo, o poder do «cordeiro de Deus» de ligação entre o inferior e o superior. A Tradição Esotérica Portuguesa é necessária aos que procuram a unidade – da personalidade e Eu Divino, das culturas diversas dos povos... Estou a descrever o Esoterismo Português. Não haver uma Paidéia sem recuperar o passado destruído.
Dizem que o Esoterismo tem agora um estatuto de pleno direito no campo da história das ideias filosóficas e religiosas”. Há um entusiasmo mórbido de querer saber verdades ocultas, o que é aproveitado para as desqualificar. A Filosofia é Esotérica, de Pitágoras, Platão, Neoplatónicos, Humanistas, mas também dos Vedas, e Antigos Egípcios, etc. Pitágoras fez um estudo exaustivo do ensino esotérico dos povos, veio à Península para investigar o esoterismo ibero e celta, no contexto da peregrinação por uma geografia sagrada, e o seu clima espiritual.
O Esoterismo Português, de Loução e outros, é essencial. Muito do que os cientistas duvidaram da Teosofia dos Mestres-HPB, no início do século XX, está comprovado. Um dia compreendem como o Homo evolui como Ser Divino. Ele é o poder criador que trouxe os paradigmas de cada uma das Eras Geológicas a todos os Reinos. No Cretáceo, alcançou o limiar do seu próprio corpo denso, entre os primeiros Primatas, sabendo que o étimo primata significa: da 1ª fila, do 1º cidadão. O Homem é a”cidade” de Deus.
Esoterismo sem relação com a Filosofia espiritual é um modo de resistência para sobreviver à repressão do regime Materialista científico. O «Esoterismo não apoiado na Filosofia dos Mestres», que as religiões traíram ao perseguir os Esoteristas, passando elas mesmo de religiões esotéricas, tal como foram ensinadas pelos seus Mestres a religiões históricas como são as do Ocidente (Judaísmo, Cristianismo, Islão) criou um vazio de Sabedoria e Ciência substituído pelo apelativo aos incircuncisos do coração, sem Poder e Força Espirituais.
A Filosofia de HPB (Teosofia) é uma Filosofia ensinada pelos Mestres mas apresentam-na como o sucesso de uma mulher, que trouxe do Tibete as interessantes Estâncias de Dzyan. Esquecem-se que esta Filosofia não pode ser separada dos Mestres que a autorizaram. Pelas mesmas razões, os livros de HPB do tipo A Voz do Silêncio é incensado como livro misterioso espiritual afectivo e não um método responsável de desenvolvimento Espiritual. As frases do livro são usadas para a «expansão» emocional dos incircuncisos do coração, de Teosofia de imaginação afectiva, não de imagem arquetipal. Todos sabem que há uma viagem a fazer, a da Libertação do Homo. Em bandeiras de muitos concelhos de Portugal está a Nau, o símbolo da Demanda do Graal. Em algumas estão representados dois corvos, da proa e da ré, talvez a relacionados com os três estados alquímicos: começa no Nigredo que os corvos representam; continua pelo Albedo (branco); finalmente, o Rubedo (vermelho). A Sabedoria perdeu-se!
«(...) as situações-limite do Homem são perfeitamente reveladas graças aos símbolos que sustentam estas culturas. Se negligenciar este fundamento espiritual único dos diversos estilos culturais, a filosofia da cultura será condenada a ficar como um estudo morfológico e histórico, sem qualquer validade para a condição humana em si.» Mircea Eliade, reproduzido por Loução.
As autoridades cristãs denunciaram a popularidade dos filmes de Harry Potter, os livros da britânica J. K. Rowling, porque «promove a feitiçaria, o ocultismo e até o satanismo.» No filme a estrear, Harry Potter trava uma luta com a sua própria mente e Lorde Voldemort (simbolismo óbvio, em francês), a sinistra personalidade que ”assombra” Harry. É a grande guerra em curso que a humanidade vencerá ou soçobrará.
Os animais do Nigredo, corvo e lobo, ou as forças do Nigredo, cabo carvoeiro, eliminam o mal da carne. Mas o lupus, lobo em Lat., também é borboleta, o que ganha direito a ter «asas» no céu. Os Esoteristas que estudaram o fenómeno de popularidade consideram a obra da autora, experiente em Astrologia, Tarot, Ocultismo, etc., mitos de Sofia. Um livro dito espiritual não tem mais de duas ou três verdades de Ciência Espiritual. Aqui temos de ensinar Ciência Espiritual que falta à Humanidade para ser Educada e há demasiado em cada página. 

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Mitos da Origem de Portugal e a Demanda do Præstes João


Na «cultura sensual» onde mergulhámos, a experiência sensual vem primeiro. É uma «cultura de Afrodite sem espelho». Há a necessidade de estímulos passionais, emocionais, afectivos, eróticos, etc., para cada um se sentir vivo. Todos proclamam «opiniões» afectivas e ninguém propõe uma Terapia objectiva espiritual.
A saga das Descobertas que os Portugueses levaram a efeito é a apologia da mente matemática. Como foi possível a um povo degradar-se tanto em crenças que destruiu os poderes adquiridos da sua própria mente e agora cheio de medos que vêm das brumas do seu passado não consegue libertar-se e os educadores políticos não ajudam. A relação entre Esoterismo e o Oriente deriva de uma Geografia e Anatomia Sagradas de Gaia. Nessa Geografia – Anatomia Sagrada de Gaia o centro correspondente ao Mundo Espiritual – é a Montanha dos Himalaias e o Deserto de Gobi circundante. Procurem o vosso «Desígnio Divino».
A ponta de Sagres (sacra, sagrada), os Cabos Carvoeiros e as suas relações com santuários a Nossa Senhora, são marcas da geografia da actividade dos Devas. Os gregos colocaram o Jardim das Hespérides (maçãs de ouro) na Península Ibérica-Atlas. A importância da costa ocidental da Ibéria, de Santiago a Sagres, numa civilização do E. Santo, já demonstrada durante a Era das Descobertas, relaciona-se com a energia feminina do Devas. Estamos a falar de um período antes da formação da Europa do Norte e a separação entre Norte de África e Europa, com o aparecimento do Mar Mediterrâneo (separador a meio - medi, das duas terras, os dois seres de Geia ou Gaia até aí andróginos. É um fenómeno da ontogénese do Continente da 5ª Raça Raiz, analógico da divisão dos sexos, na Era Secundária). Algumas características da Era Mesolítica explicam-se pelo próprio Dilúvio, Dilúvio de Platão, o último dos Dilúvios da Era Quaternária, relacionados com a Atlântida: 850 mil anos, 200 mil anos, 75 025 AC e 9 564 AC. De todas as vezes houve uma saturação da atmosfera de pós e fumo, que levou à escuridão total que interrompeu a Cadeia alimentar: sem luz não há Vida. ([i])  
No Pólo Material, a Tradição considera um Centro Angelical ou Dévico na região do Atlas, isolado pelo deserto do Sará. Os monges antigos viam dois subpólos do lado dos Devas: o masculino do norte de África, e o feminino na Península Ibérica. A Península Ibérica (feminina) e o Norte de África (masculino) eram, em termos de Geografia Sagrada, as cabeças de dois corpos individualizados em Geia ou Gaia (a Terra como ser vivo). Sigam num mapa os trajectos dos grandes canais dévicos: Cabo Carvoeiro Santarém Tomar, Fátima. Ou, Cabo Raso ou da Roca Sintra Salvaterra Santarém Serra da Estrela ou dos Hermínios (de Hermes, Hod). Ou, Cabo Finisterra Santiago de Compostela e Estrada Jacobeia até aos Pirinéus, às terras de Trovadores e Cátaros, na Provença, Alpes italianos, são artérias da Geografia ou Anatomia Sagrada de Geia. Cada um destes Caminhos tem uma Qualidade de Força.
Em Portugal há uma boa literatura sobre as suas raízes espirituais relacionadas com as arcaicas escolas de mistérios de antigos sacerdotes-iniciados, druidas, “mouros”, templários, etc. O termo arcaico uso-o como estes Esoteristas. Gr. Archai, imagens primordiais ou do Plano Búdico. De Fernando Pessoa, aos estudantes de Esoterismo por via de F. Pessoa, muitos, de Lima de Freitas e António Telmo (de expressão Cabalista), António Quadros, Agostinho da Silva, a Paulo Loução (o estudo da Simbólica, em cinco ou seis livros já publicados de uma redescoberta do sagrado e do mito na origem de Portugal), a João Aguiar. ([ii])
Mircea Eliade, que frequentou o centro de investigação que é a Biblioteca de Adyar da ST disse que o sXX era mais importante pela redescoberta do sagrado do que pelas descobertas científicas. Era mais justo dizer: a descoberta da Ciência do sagrado é mais importante que as descobertas científicas das modernas tecnologias. A concepção Arcaica de que o Homem é o Templo de Deus e como dizem os Sufis, «quem conhece a sua alma, conhece o seu Senhor» é mais importante do que parece porque a alma humana não é a alma natural, é acima dela, é Buddhi-Manas, o filho do Homo. A alma humana é o Senhor do «dai-nos Senhor», «Senhor, tende misericórdia de nós», isto é o nível Espiritual do Homo e não um Ser fora do Homo. Disse Platão: «vós sois deuses, vos haveis é esquecido.» A prática da investigação científica é o melhor meio de desenvolver a mente objectiva e o sagrado como imagem, mito, símbolo e ritual. Da experiência dos Psicólogos, desde Jung: «Os valores supremos estão depositados na alma (...) a maioria das pessoas é incapaz de estabelecer uma relação entre as imagens sagradas e a sua própria alma, não conseguem perceber até que ponto tais imagens dormitam em seu próprio inconsciente. Para tornar possível esta visão interior é preciso desimpedir o caminho que possibilita essa faculdade de ver.»
Os Mestres estão a «desimpedir o caminho mostrando a Verdade em todas as religiões e sistemas espirituais». Não é destruir mas restabelecer a Sabedoria Antiga. O «self-service espiritual» é um fracasso com consequências gravosas que rejeito, pela desumanidade feita de manipulação e mistificação. Daí o retorno aos Mestres-HPB como o retomar dos Caminhos da Teosofia reconhecido na origem, no fim do sXIX. O ensino dos Mestres é universal de toda a Humanidade; as raízes Gregas da Cultura são Ocidentais. O Caminho foi aberto por Buddha no séc. VI AC que activou o modo científico de ser religião, dinamizado no Ocidente, como Filosofia, por Pitágoras. Os Buddhistas usam o ano 544 BE, iluminação cósmica de Buddha: 2000 DC é o Ano 2544 BE, de Buddha Enlightment, início do novo Tempo.
Para se entender o nascimento sagrado de Portugal é preciso recuar à tradição dos mistérios ibéricos e celtas (a 4ª Sub-Raça inclui a Família dos Portugueses), às lutas contra o poder de Roma (Viriato), continuado nas lutas contra a ortodoxia eclesiástica como ideal de liberdade. Na luta pela liberdade religiosa distinguimos: Tradição Hermética e Alquímica antigas; Priscilianismo, Moçárabes, Templários; Renascença, Descobertas. Instituições de conhecimentos esotéricos como os Construtores de Templos, associadas à Maçonaria, foram importantes, sobretudo a partir dos anos mil quando a Europa de encheu de Templos.
A Sabedoria era perseguida mas os mitos e os signos ficaram inscritos em pedra, à espera dos dias da Libertação. A grande dificuldade dos textos religiosos é não os entender: Vejam os Provérbios 27:18: «O que guarda a figueira comerá do seu fruto; e o que vela pelo seu Senhor será honrado». Depois de descodificado: o que guarda a figueira, guarda o ensino Esotérico e não divulga o que lhe foi mandado guardar (circunstância em que a figueira seca ao ser amaldiçoada).
A tradição das escolas de mistérios herdadas dos povos aborígenes da Península e dos mistérios trazidos pelos Celtas está patente nos símbolos megalíticos. Permitiu a convivência e tolerância com outros povos que ocuparam a Península e harmonizou essas culturas.
O Priscilianismo foi a corrente teosófica ou Neoplatónica, que entre os séc. IV e VIII foi a directriz major do povo, apesar do poder Papal ter assassinado o Bispo Prisciliano, em 385. Os priscilianos eram cristãos cujos objectivos era regenerar os bispados que «tinham perdido a mística espiritual», a partir de um santuário talvez próximo de Santiago de Compostela, das peregrinações por caminhos sagrados estabelecidos na época das romagens, que os saudosistas percorrem.
É nas raízes espirituais, que a Ordem de Cristo expandiu, que encontra a Alma Portuguesa. Se Portugal, Porto do Graal, também é o que os Romanos chamaram Gália e Gauleses. Há várias Gálias ao longo nas margens do Reno, na Irlanda e na Península. Importante é a Galiza (Gália), Sabedoria da 4ª Sub-raça.
Nesta época houve as lutas entre os de Ário e de Atanásio. Ário nasceu na Líbia (280-336) e estudou em Antioquia, com influência da filosofia Grega. Atanásio (293-356) tinha sido discípulo de um anacoreta extremista. A querela da Trindade, que ninguém compreendeu porque sendo um ensino esotérico, como aqui se demonstrou, não era acessível, ocasionou milhares de mortos, infindáveis perseguições até à extinção do último seguidor de Ário.
S Tiago de Compostela com os seus caminhos de peregrinação traçados em uma rigorosa geografia sagrada, reflexo de um caminho inscrito nas estrelas, é o exemplo do Templo construído na base da Árvore da Vida. O Templo representa as Três Sabedorias da Trilogia Divina. Este é dedicado ao Pilar da Sabedoria Ética, da Qualidade do Ser, mas no lado feminino deste pilar (assim como cada criatura tem em si o outro sexo, assim é cada pilar [Jakin ou Boaz] da Árvore da Vida). Templo e Caminho foram obra de um dos Três Deveres Maçónicos, o dos filhos do Mestre Jacques. O nome é simbólico porque Santiago é em francês Saint-Jacques. Jacques está relacionado com Jakin, a Coluna da Sabedoria da Compaixão.
Os filhos de San Yago foram designados por Lobos. Santiago foi enterrado no Palácio da Rainha Loba, em Lugo, uma referência ao deus celta Lug. Os Lobos e os Corvos são animais consagrados ao Deus: Lug capaz de guiar o Homo no escuro, uma referência ao inconsciente superior (Superego). Ele é a libertação pela morte de algo (lúgubre), no caso da personalidade, apegos, emoções perturbadoras. É importante ver a morte como a melhor libertação, porque a vida é contínua.
Nos caminhos sagrados há réplicas dos caminhos de Santiago que são caminhos do Espírito Santo (N. ª Senhora, a Compaixão feminina). A concha da vieira, com sete raios (dos bivalves, e os mármores do Pérmico com que fazem igrejas e altares, coloca-nos nesse ponto da Viagem do Tempo. Tanto como a oferta de flores nos coloca no Cretáceo, dos sexos separados, valorização da Mulher.
É importante na História dos símbolos ver a transição da cruz orbicular, a cruz da manifestação, cruz dos quatro pontos cardeais, relacionado com as quatro Leis Temporais (Evolução, Karma-Nemesis, Ritmos ou Ciclos e Harmonia), para o «Quinário», um 5º elemento representa a libertação das Quatro Leis Temporais, a que alguns chamam – a Lei que impõe a repetição infindável de Karmas: o que reencarna é o Karma das boas e más acções pensadas, sentidas e feitas. O V Império é uma alusão a essa Quina Libertadora, que representa a alma Humana (Buddhi-Manas) e Espiritual e o Cordeiro da ligação entre as Almas evolutivas.
Os sinais rodados dos primeiros reis (só os reis de menor valia não foram excomungados pelo Papado), são um círculo onde se inscrevem duas hipérboles, as curvas laterais e as curvas verticais cujos ramos desenham uma cruz orbicular, gráfico adjacente. Se excederem o círculo os ramos cruzam-se entre si dando quatro pétalas. São o símbolo da divisão, sexual. Podem ver todas as formas, em P. Loução, Portugal Terra de Mistérios, Cap. O Mistério da Cruz Templária, p. 75.
Dou as quatro divisões dos dois CR inscritos no gráfico, úteis para compreender a exposição de HPB sobre o Karma. No centro da cruz dos pontos cardeais, cruz rodada, colocaram um círculo ou o cordeiro de Deus, Agnus Dei para representar o Cinco. Além da relação com o coração alguns defendem que o Agnus pode ser a referência ao Agno, Fogo Espiritual dos Vedas, do Hinduísmo. A libertação pelo Agnus Dei necessita um outro tipo de mente, a objectiva. Os sinais rodados exemplificam a Cruz da Diferenciação da Cosmogénese: horizontal, Matéria e Espírito; vertical, Sujeito e Objecto.
No nascimento de Portugal foi importante o Esoterismo dos Templários, mortos e despojados de tudo em outras nações mas não em Portugal. O rei D. Diniz manteve intactas todas as infra-estruturas e criou uma nova Ordem a que chamou Ordem de Cristo, sem beliscar a tradição destes monges esoteristas, da defesa da Justiça e Sabedoria Arcaica. O primeiro Rei D. Afonso Henriques considerou-se Irmão deles. Deram o conhecimento dos mitos, símbolos e rituais que balizam o caminho sagrado e são a memória viva dos «tempos teosóficos» de Portugal.
O nascimento sagrado de Portugal dá-se na batalha de Ourique em que Cristo “aparece” ao 1º Rei. Desde aí, os Portugueses assumem-se como um povo a quem cabe vencer as lutas impossíveis. Antes teve a herança de querer ser um povo Livre, nos tempos da Lusitânia, de Viriato, séc. II AC, o chefe tribal que, sem recursos, venceu durante muito tempo as legiões Romanas. É uma vontade heróica colectiva, «de implantar um reino independente no ocidente peninsular». ([iii])
A repressão Papal foi sangrenta e o povo viu nas invasões dos árabes (Tarik, 711) uma ajuda na luta contra o poder eclesiástico. Muitos tornaram-se Moçárabes como forma de resistência ao poder eclesiástico. P. Loução cita em Portugal Terra de Mistérios, uma excelente análise sobre os Signos de Portugal. Na redescoberta do sagrado em Portugal, ele adoptou investigações anteriores que interpretam moçárabe: - môsha hárâbba, “salvação ampla”, “salvação plena” e mosha-hárávi, o seguidor dessa doutrina” de salvação, uma salvação holística, sem dono. Os Moçárabes podem ser considerados uma reacção contra a autoridade clerical oposta à filosofia Espiritual dos priscilianos, acreditada em toda a Galiza, Lusitânia e parte da Bética (um milagre pois era dirigida às classes cultas e foi popular).
A irmandade dos primeiros Reis de Portugal com os Templários devia-se à Filosofia Divina comum. Este «espírito de resistência» continuou com a Ordem do Templo e a difusão dos pobres que, por necessidades espirituais, usavam um capuz, viviam de esmolas e pediam «o pão por Deus». Como estabelecer uma religião justa? Como recusar uma igreja que se fez dona do Caminho e do Cordeiro? Será possível regenerar a Igreja para ser Sabedoria de Cristo? ([1])
Assim como socialismo é hoje uma imagem de marketing, o termo esotérico, tão mal utilizado, é uma imagem de marketing. Ter usado a expressão Sabedoria das Escolas de Mistérios significa algo que se aprende em Escolas de formação espiritual, que são muito exigentes e que a maioria não suportava praticar.
No Esoterismo da bandeira de Portugal há a esfera armilar (onde estiveram inscritos os signos do Zodíaco) que Hermes trazia na mão direita. Há o escudo vermelho com os castelos, se forem Sete correspondem aos Sete Planos do Cosmos ou Raios; se forem doze são Signos astrológicos; se forem Cinco são Cinco Quinas Evolutivas relacionadas com as cinco «chagas» (chakras), cinco «chaves».
Na Cabala este número é referido às 50 Portas da Inteligência pois é 5 vezes a perfeição dos 10 Sephiroth. É o sentido do V Império. II Samuel 24: 25: «não oferecerei ao Senhor meu deus (Eu superior) holocaustos que nada me custem. Assim, David comprou a eira e os bois por 50 siclos de prata.» Siclos de prata, a Inteligência da personalidade, da Força Lunar (prata). Conviria, suponho, ter mantido a orientação das duas Quinas horizontais para serem contadas duas vezes.
Loução confirmou em Canto III, dos Lusíadas: «Em cada um dos cinco, cinco pinta,/ Porque assim fica o número comprido,/Contando duas vezes o do meio,/ Dos cinco azuis que em cruz pintando veio.» O número comprido é o Sete.
Em Ourique foram vencidos os cinco reis mouros, os cinco escudos que são moedas de prata a transformar em ouro espiritual. Moira (HPB. Glossário Teosófico) é o destino, o poder que governa os sofrimentos. A palavra significa um quarto, são quatro as Leis Temporais: Harmonia, Ciclos, Karma Nemesis e Evolução.
Há uma quinta que supera a Lei temporal para que a Graça (causa de Qualidade) possa reger e «pagar» as dívidas Kármicas. Ao dizer Quina transmite-se a ideia da redenção pela Quina, o 5º Skandha que corresponde a Buddhi-Manas, à alma humana, à Acção Justa que leva aos Meios de Existência Justos, à alma Crística. O povo português diz: «trabalhei que nem uma moira». A Moira não é o de outra fé, é um destino de trabalhos forçados por Karma-Nemesis. São os Moiros de Ourique! A Verdade purifica o Karma.
Diz Camões (Teósofo do Humanismo), se nas Cinco Quinas, dispostas em cruz, contarmos a do meio duas vezes, pólos laterais, esquerdo e direito, e pólos superior e inferior, obtemos o número comprido, perfeito: o Seis dos dois Triângulos entrelaçados, a integração do Campo de ressonância da personalidade, no Eu Divino. Assim se conta duas vezes o centro das faces do cubo aberto em cruz Cristã, 4+2, para dar Sete, 4+3. As cinco Chagas de Cristo representam a prisão de Cristo no Ego em evolução, na personalidade (corpo físico, vital, duplo astral e Kama-Manas) e na ligação ao Mundo Espiritual através de antahkarana, 4º Raio e à Alma Humana Espiritual. A Personalidade, dada pelos nossos Pais Lunares, é representada pela cor Branca da Lua, Prata, a transformar em Amarelo Ouro pela Ressurreição.
Outro símbolo são os besantes, nome de moeda de ouro de Bizâncio (Gr. Byzántis). No Mito Português os besantes são uma alquimia das trinta moedas de prata (3x10) da personalidade (moedas de Moiras) No episódio de Judas as trinta moedas são enterradas como prata, no campo do oleiro (Mat. 27:7) para que em evolução distante o Adão de barro refaça a alquimia de as transformar em ouro.
A passagem das moedas de prata inscritas no fundo azul celestial, do escudo das Quinas, significa que alcançar o céu é transformar moedas de prata em besantes de ouro. Os Templários resolverem o problema das cinco que são três horizontais e três verticais, definindo uma Cruz das Cinco Quinas Azuis, do Mito de Ourique, pondo as quatro Quinas (da Lei) a apontarem para a Quina central, do Cordeiro.
Portugal tem a única bandeira que preservou a simbologia esotérica, a chave do seu nascimento como Nação (Loução). Terem endireitado as Quinas (que somadas na vertical e horizontal são Seis dos dois Triângulos e correspondem aos dois Egos em evolução, Superior e inferior) para as aproximar da Cruz ou Cubo (a Cruz ou Cubo desdobrado é o da Crucificação e dá Sete, os Sete Princípios). Os castelos ao mudarem de número mudaram de significado. Se forem Sete são Sete Planos, Doze são casas Zodiacais, humanizadas em doze tipos de valores da perfeição da personalidade, como fez D. João I, que sabia Astrologia.
Ourique (de ouro e oriente e da alquimia da prata em ouro), ninguém sabe onde aconteceu e com que efectivo se travou, nem a que cinco Reis se refiram. Ourique é no sopé da Serra Mu (signo do 3º Continente). Parece uma guerra mítica. O símbolo das Cinco Quinas Azuis em que a Cruz Azul foi convertida, na batalha de Ourique (de ouro) tal como a cruz dos Templários é um talismã mágico-religioso levado pelos Portugueses a todo o mundo. Não esquecer que a grande motivação das Descobertas Marítimas (1415-1580) e Caminho Marítimo para a Índia, foi o Mito do Præstes João. É uma referência ao Rei do Mundo. Nas Cartas que circularam na Idade Média atribuídas a Præstes João, se diz: «Os brâmanes são muitos e homens simples que levam uma vida pura. Não querem ter mais haveres do que a necessidade da natureza exige. Suportam e aguentam tudo. Dizem supérfluo tudo o que não é necessário. São santos ainda em vida.»
Na História dos últimos 6 mil anos parece haver um movimento da cultura seguindo o Sol, do Oriente para o Ocidente, em relação com as Idades Astrológicas: idade do Touro, Mesopotâmia; Idade do Carneiro, Judaica e Grega; Idade dos Peixes, Europa Cristã; Idade do Aquário, possivelmente a América, o facto do início da Teosofia ter sido em New York, e o papel de condução do mundo que está a ser assumido pela América de modo sentimental. Se o significado da Bandeira de Portugal fosse reconhecido como Ciência Religiosa, teria mudado a História?
Evoluir é subir uma escala de pontos críticos de mudança de estado da alma. Há um momento em que, de súbito, quando se alcança o ponto crítico, como o da passagem de água a vapor, brota uma nova Raça, tal como as outras formadas primeiro no Éden (Astral) antes de serem geradas «irrompe na Natureza uma nova realidade formal, como se a ideia da espécie tomasse realidade no mundo sensível a partir desse momento.» (Loução). Recordo que apenas cerca de 5% dos genes estão activados. É a mente que os activa de modo a gerar condições para a nova 6ª Raça. Toda a Humanidade deve participar nessa nova Criação. É esse o significado da junção dos povos do Mundo, que Portugal iniciou.
O Homo é Divino e filho directo dos Deuses nos dois Mundos da Evolução: o Homo temporal foi criado, formado e gerado pelos Deuses ou Pais (Barhishads) Lunares, os Deuses de Prata, segundo as qualidades de cada um de nós, desenvolvidas através da Evolução, pelos seis Reinos precedentes, ou seja, por méritos próprios; mas a imagem do Homo Espiritual ou Divino, o Eu Superior foi-lhe dado de Graça, pelos seus Pais (Barhishads) Solares ou de Vénus, os Kumaras. Depois da Descoberta falta ao Português realizar o Encoberto, o acesso ao Eu Superior e ser instruído e educado para o Ser Divino.


[1] As relações dos Reis de Portugal com o Esoterismo abundam: o 1º Rei, Afonso Henriques, considerava-se irmão dos Templários, o 2º Rei Sancho I, doou o corpo aos Templários para ser sepultado com os seus Ir. O Rei teve ao seu serviço pessoas experientes em Ocultismo, que o Papado considerava bruxos e feiticeiros. Afonso V fez dois tratados de Alquimia e narra o seu encontrou com a Loja do Egipto: Aquele que procurou não é motivo para que se esqueça o grande mérito que havia nele, meu Mestre; mas não atribuo tão grande honra a qualquer outro Homo; só ele é que é um Sábio (não confundir como Homo). Sabe que, para decifrar este mistério e propor verdades em cifras, embora sejam obscuras, terás muito a aprender com elas, e acharás que se não trata de coisas vãs; e chegarás a compreender este grande Mistério, não faças uso dele nas tuas conversas do dia à dia, mas conserva-o no mesmo código deste meu escrito, caso entendas como explicá-lo.”


[i]     H. Álvares da Costa, Lei da Transformação. Portugal Teosófico, nº 47/48.
[ii]     Paulo Alexandre Loução. A Alma Secreta de Portugal; O Espírito dos Descobrimentos Portugueses; Os Templários na Formação de Portugal; A Descoberta do Brasil; A Viagem de Vasco da Gama; Portugal Terra de Mistérios. Ed. Ésquilo.
      António Quadros. Portugal. Razão e Mistério. Guimarães Ed.
[iii]    A. M. Amorim da Costa, Alquimia – um Discurso religioso. Ed. Vega, 1999.