Luta do Dharma entre Bem e Mal
Quem ridiculariza as minhas palavras e não as “guarda” (cumpre) é ignorante,
destituído de Sabedoria e cego. Mais não procura que a sua própria destruição.
O que leva o Homo a pecar mesmo contra a sua vontade, como compulsão? Assim
como o ignorante age pelo gosto da acção, o discernido age sem qualquer
dependência; fixa os teus olhos apenas no bem-estar do mundo, ó Arjuna.
Controla primeiro os teus sentidos, depois domina o desejo por ser cheio de
pecado e destruidor do Conhecimento e da Sabedoria, ó Arjuna (o puro).
Diz-se que os sentidos são poderosos. Mas acima dos sentidos está a Mente,
acima da mente está o Intelecto, maior que o Intelecto é o Ser, o Divino.
Mata o teu inimigo, o Desejo, por mais dificílimo que isso possa ser.
Ninguém pode ser espiritual sem renunciar ao Desejo.
Outros ao controlarem a sua dieta (pelo vegetarianismo) sacrificam o seu
mundanismo ao fogo espiritual. Quem compreende o princípio do sacrifício, por
ele, todos os seus pecados serão perdoados.
Quando a espiritualidade decai e o materialismo sobe em flecha então, ó Arjuna,
eu próprio reencarno.
Para proteger os Justos, destruir os Malignos, estabelecer o reino de Deus,
tenho nascido de idade em idade.
A constituição quádrupla da sociedade – sábio, soldado, mercador e trabalhador
– foi por Mim criada, segundo a distribuição das qualidades e instintos. Sou o
autor dela embora não participe da Acção e permaneça imutável. (Lembro que o rei D. João I,
redefiniu as classes mas nunca as suprimiu).
A Acção nasce de qualidades inerentes à Natureza. Só
o ignorante iludido pelo Egocentrismo pessoal diz: sou eu que faço.
Quem tiver a compreensão recta da relação entre qualidades e Acção, não se
deixa afeiçoar ao acto, vê aí a mera acção e reacção de qualidades.
O que nada espera, de mente e personalidade controlada, sem ganância, ao fazer
apenas as manutenções corporais, embora esteja a agir, é imaculado.
Satisfeito com aquilo que lhe chega sem esforço de si-mesmo, ascendendo acima
dos pares de opostos, livre de inveja, a sua mente passa pelo sucesso e engano,
embora ele seja o que age, as consequências não o cegam.
Nada há no mundo tão purificador como a Sabedoria; aquele que é um santo
perfeito, ao porfiar alcança o seu próprio Eu superior (Inglês Self).
Mas o ignorante que não tem fé e o céptico perdem-se. Nem neste mundo, nem em
outro há uma réstia de felicidade para aquele que duvida.
Quem antes de deixar o seu corpo físico aprende a ultrapassar a instigação aos
desejos e à ira é um santo e é feliz.
Quem me vê na vida do mundo, no sacrifício universal, como Divindade pura,
mantendo a mente estável, vive em Mim, mesmo na hora crucial da morte.
Até o maior pecador, se ele me venerar de todo o seu coração, deve ser
considerado recto por estar a percorrer o caminho de rectidão.
O que quer que seja que os humanos me ofereçam, uma folha, flor, água, Eu
aceito, porque é oferecido com devoção e pureza de mente.
Aquele que governa os seus sentidos, a mente, a inteligência, livre de Desejos,
Medo. Irritação, o Sábio, é para sempre Livre.
Quem me conhece recebe alegremente as bênçãos de austeridade e sacrifício, o
Poderoso Regente dos Mundos, Amigo de todos os Seres, vai à Paz Eterna.
Até os filhos de pais pecadores, o mal chamado sexo fraco, mercadores ou
trabalhadores, mesmo que me tomem apenas por refúgio, atingirão o Supremo.
Para aquele que conquistou a sua natureza inferior com a ajuda do Eu Superior
ele é seu Amigo mas para aquele que não faz isso ele é um inimigo.
Arjuna disse. Meu Senhor! As palavras sobre o Segredo Supremo do Eu superior
deram-me a bênção que desfez as ilusões que me rodeavam.
Todavia, porque os teus olhos são mortais não me podem ver, dou-te a visão
Divina. Agora vês a glória da minha Suprema Soberania.
Não é pelo estudo de uma Escritura ou por austeridades, nem por ofertas ou
sacrifícios, como tens feito, que é possível ver-me.
Apenas por uma devoção constante eu posso ser visto e conhecido, só então podem
ser Um comigo, ó Arjuna.
Para os sempre devotados que me veneram com Amor, eu lhes dou o poder de
Discernimento que os traz até mim.
Ó Arjuna, eu Sou o que É, estabelecido no coração de todos os seres: sou o
começo e a vida, sou o fim de todos eles.
O que for glorioso, excelente, belo e poderoso tem a certeza que vem de um
fragmento do meu Esplendor.
Quando a luz do conhecimento brilha através das portas do corpo (sentidos) tem
a certeza de que a Pureza triunfa.
Quando a pureza prevalece, a alma, ao deixar o corpo, segue para as regiões
puras, onde vivem aqueles que conhecem o Altíssimo.
Quando a alma transcende as qualidades que são a causa real da existência
física, então liberto do nascimento e morte, da velhice e da invalidez, ela
bebe de um trago, o néctar da imortalidade.
No impulsivo, ambicioso, que pensa em recompensa, violento, impuro, que oscila
entre alegria e tristeza, podemos assumir que nele a Paixão é dominante.
A Perfeição é alcançada quando cada um se entrega diligentemente ao seu Dever.
(…) Tem a Mente sempre dirigida para o próprio Dever.
O texto é de
Sabedoria Divina aonde todas as questões sobre a Vida e a Morte são
esclarecidas por Cristo como 2º Princípio da Suprema Trindade. Se existe uma
Sabedoria Suprema para quem ousar compreender o difícil Livro, não a troque por
opiniões dos sem capacidade para conhecerem o Real de grande Pureza. Aqui vos
deixo uma Introdução ou Prólogo da Sabedoria Divina ensinada por Cristo.
Verifique que Cristo entende Dharma por Dever, Ordenação, Obrigatoriedade de
fazer, nunca por Direitos que não há.
Humberto
Álvares da Costa (Médico)
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