Estudar em vez de crer, praticar em vez de especular, procurar
as causas e não se limitar aos efeitos. Quando o objectivo é estudar
Religião-Ciência há uma reactivação das dificuldades por obra da má Egrégora
das igrejas incultas. Quem vier da Ciência prepare-se para ter muitas
dificuldades com os «doentes» que vai encontrar e que tornam o ensino
irracional, dando uma péssima imagem da nóbil Sofia! Se a mente estivesse sã
era-lhe impossível aceitar, como reais, histórias do tipo: Deus fez o mundo em
seis dias e descansou ao sétimo; criou o Adão de barro e a Eva de uma costela
de Adão; comeram a maçã e foram expulsos do Paraíso; tiveram dois filhos, Abel
e Caim, e o segundo matou o primeiro; etc. Habituado a ver a Religião como a
submissão ao poder instituído, condição da boa vida material dos espertos, um
professor universitário vai com os filhos à Missa, aos domingos, onde professa
o Criacionismo, a vida única, e ensina o Evolucionismo nos dias de semana. Os
factos religiosos assinalados na Bíblia estão certos. Porém, um Dia do Criador
ou Dia da Criação não é um dia mas 4 320 000 000 de anos; Adão de Barro é do
período Cretáceo; Abel corresponde ao nível da mente do Eu Superior e Caim à
Personalidade. São símbolos da Ciência. Cito a Bíblia para corrigirem as más
«imagens! A virtude deste livro é lembrar-vos que os Mestres deram-nos as boas
imagens de Religião-Ciência que permitem afastar as más.
As Leis Temporais são necessárias
ao desenvolvimento; atingido o objectivo, há de centrar-se acima, e esperar que
a energia acumulada em baixo se processe. Em cada ciclo existe uma determinada
força, mudar de ciclo é mudar de força, de número. Procuramos novos paradigmas.
A Ciência quer libertar-se da ditadura religiosa, embora mantenha a dialéctica
religiosa. Uma postura não-religiosa por um lado, e uma maravilhosa eficácia na
solução dos problemas humanos, gerou uma atitude de benevolência e
receptividade ao conhecimento científico. Porém, muitas doutrinas científicas
não foram geradas num estado de mente limpa e pura. Os cientistas viciados nos
dogmas da religião fazem, demasiadas vezes, anti-religião e não Ciência e o
Materialismo atrai quem procura a satisfação de prazeres, livre da
responsabilidade de ter um Desígnio Divino que o leva a abdicar dos prazeres,
para a felicidade de toda a Vida. A Humanidade está a ser drogada pela via
científica, por uma anti-religião: viemos dos tempos em que a religião era o
ópio do povo, a ciência quis ser o «anti»“ópio do povo” mas não distinguiu
entre a libertação religiosa pela Sofia dos Mestres que as religiões preservam
e o ópio das dependências emocionais. Há uma patologia inerente ao modo de
formular a Ciência, que tem de ser tratada (Ciência ou Sofia é dos Sete Planos
do Cosmos e não de apenas do que é acessível aos cinco sentidos e ao pensamento)
e substitui a falta de Qualidade da Ciência (a Ética) por expansões emocionais,
que é a resposta animal à Qualidade. Sem as Leis Divinas Fundamentais não há
solução para os problemas que necessitam de mudanças estruturais, de raiz, da
sociedade, e não mudanças cosméticas com o rótulo de solidariedade, humanismo,
liberdade, etc. Se não aceitarem fundar a sociedade e a civilização na Religião
de todas as religiões não há soluções.
Nos Oito Passos para a Salvação ensinados pelo Senhor Buddha os Cindo
primeiros: Compreensão Justa, Pensamento Justo, Palavra Justa, Acção Justa,
Meios Justos representam uma mudança de orientação da Vida. Os três Passos
restantes, do Caminho dos Oito Passos,
referem-se a uma relação com o Divino. Estamos confrontados com doenças e
problemas sociais insolúveis por ignorância da verdadeira natureza humana, o
conhecimento de si-mesmo.
Na recuperação de drogados a base
do tratamento é: o comportamento do
doente face à doença; face aos tratamentos; face ao meio ambiente; face à sociedade.
([i]) Esqueceram de
acrescentar o mais importante porque não sabem: o comportamento do doente
face a si-mesmo como ser Espiritual e Divino. Todos os itens citados são
questões processuais acompanhantes do processo, mas não a sua causa original.
Por razões ideológicas – ver tudo as partir da Matéria e não do Espírito,
distorcemos a realidade porque tendo sido ensinada pelos Instrutores da
Humanidade o ensino não é reconhecido. Na análise daquilo que temos para resolver
vimos que qualquer progresso evolutivo só pode ser alcançado, seja qual for o
problema, se adoptarmos a sequência cósmica que Buddha ensinou e é repetida nos
sistemas posteriores com outras formulações analógicas, muito esclarecedoras.
Dou como exemplo a profilaxia da Sida, o autor equaciona: mudanças de práticas sexuais; promiscuidade nas grandes cidades;
prostituição; frequência das doenças sexualmente transmitidas; hábitos
alimentares; efeitos psicológicos do modo de vida. Por outras palavras,
sistematizou algumas das relações periféricas e procura satisfazer as
necessidades do animal; nem uma palavra sobre as necessidades do Espírito, a
razão de todas as causas. Verificada a inoperância da receita e das
«manipulações» proclama:”agarro-me a
qualquer futuro; é necessário viver com discursos palpáveis, dar utilidade ao
silêncio; ajudar até cair de cansaço; amar até se reerguer; aprender a
simplicidade perante o indizível”.... Uma explosão afectiva de quem se
sente perdido!
A tóxico-dependência ou se cura
desde a nascença ou suporta-se! A falta de uma Religião-Ciência é tão má como a
carência de um aleitamento adequado, ou subnutrição da criança que lhe causa
lesões cerebrais permanentes e a torna incapaz de aprender. O problema é a incapacidade
de viver como um ser humano e orientar a vida perecível pelos valores do seu Eu
Espiritual Imperecível. Ser drogado ou não ser drogado, pelo «ópio do povo» ou
do «passador de droga», pouco difere. Todos estão drogados de tanta coisa...!?
Desde 1950 há psicotrópicos cada vez mais poderosos e apesar deles a mente está
em guerra! A tóxico-dependência é uma das doenças da mente, com componente
orgânica, além das reconhecidas lesões da «alma», das substâncias dos veículos,
por falta de apoio da Religião-Ciência, na família, ambiente, escola.
O erro e o mal são destrutivos de
toda a Substância. É um processo analógico a abrir num computador uma disquete
com um vírus que destrói todo o sistema e o torna irrecuperável. Entre os
objectivos da evolução humana não está o Homem assumir-se como um animal, que
não é, mas como "filho" do divino, que é. Em nenhuma circunstância o
Homem aceitará teorias religiosas, científicas, filosóficas, em suma,
culturais, contrárias à sua natureza. Se for discordante da sua natureza, não é
verdade.
No contexto dos Dez Mandamentos e na mudança operada no Homem,
da Queda para a Ascensão, houve uma mudança em espelho do II e III Princípios
da Doutrina Secreta tal como no Pai Nosso (Ascensão) em relação aos II e III
Mandamentos (Queda), importa aprofundar o II Mandamento – a proibição de fazer
imagens ou semelhanças. Não pensem que é destruir todas as imagens de santos. (Ver
Norman Cohn). Na Religião-Ciência chama-se imagens às imagens Divinas do
Plano Búdico, da Intuição, no 3º Sub-plano chamado Âkâsha (o plano do espelho).
Estas imagens reproduzem-se nos níveis de Âkâsha dos Planos abaixo, Mental,
Astral e Etérico (Físico Superior ou Astral inferior). As imagens reflectidas
são chamadas semelhanças. O Homo foi feito por Deus à sua imagem
(búdico) e semelhança (mental, astral e física).
[i] Lucien J. Engelmajer, O Dever de Acabar com Drogas e Sida, Le Pâtre.
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